[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 558

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Quarta Março 9 12:46:22 BRST 2005


**********************************************************************
SBQ - BIENIO (2004/2006)      BOLETIM ELETRONICO      No. 558
**********************************************************************
______________________________________________________________________

Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian 
Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista 
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América 
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da 
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
______________________________________________________________________

Veja nesta edição:

1. Morre em Campinas, São Paulo, nesta tarde de terça-feira(8), 
Cesar Lattes, um dos maiores cientistas que o Brasil já produziu
2. CNPq promove aumento do número de bolsas de Produtividade/Pesquisa
3. CNPq - OF. CIRC. PR. nº 0129/05
4. XV Encontro Regional de Química - Regional Araraquara-Ribeirão 
Preto- São Carlos
5. Processo seletivo simplificado para a contratação de professores 
substitutos - Instituto de Química/Universidade Federal de Uberlândia

**********************************************************************
1. Morre em Campinas, São Paulo, nesta tarde de terça-feira(8), 
Cesar Lattes, um dos maiores cientistas que o Brasil já produziu
**********************************************************************

Cesare Mansueto Giulio Lattes nasceu em Curitiba a 11 de julho 
de 1924, filho de Giuseppe Lattes e de D. Carolina Maria Rosa Lattes. 
Foi casado com D. Martha Siqueira Neto Lattes, e teve quatro filhas 
e nove netos.
 
Fez seu estudos primários na Escola Americana de Curitiba entre 
1929 e 1933, e secundário no Instituto Médio Dante Alighieri, em São 
Paulo, de 1934 a 1938. Ingressou no Departamento de Física da 
Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras da USP, concluindo o 
Bacharelado em 1943; recebeu desta Universidade o Título de Doutor 
Honoris Causa em 1948. Foi membro do primeiro Conselho 
Deliberativo do CNPq. Era Professor Titular aposentado da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas 
e da Universidade Estadual de Campinas.
 
Sua carreira científica teve início em meados dos anos 40, no então
Departamento de Física da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da
Universidade de São Paulo, quando publicou trabalho científico sobre
a abundância de núcleos no universo, sob a orientação de Gleb 
Wataghin.
 
Desde então teve seu nome ligado a resultados científicos da maior 
repercussão e a iniciativas das mais fecundas para o progresso da 
ciência no Brasil e na América do Sul. A descoberta do píon em 1947, 
em colaboração com G.Occhialini e C.F.Powell, foi o marco em sua 
carreira que se fez acompanhar das mais significativas
conseqüências. 

De um lado a descoberta revelava a partícula, presumivelmente, 
responsável pelo comportamento das forças nucleares. O alcance desse 
feito ultrapassou as fronteiras da ciência fundamental dadas as 
expectativas que então revestiam qualquer ampliação de conhecimentos 
nesses domínios; o desenvolvimento da energia nuclear, no 
pós-guerra, demandava formulações que o aliviassem do empirismo oneroso 
e, muitas vezes, arriscado com que vinha se fazendo. A produção 
artificial daquela partícula, em 1948, ainda por Lattes mas agora 
em associação com Eugene Gardner, no recém-construido sincro-ciclotron
da Universidade da Califórnia, em Berkeley, marcou o início de 
formidável corrida para a construção de aceleradores mais e mais
potentes que caracterizou a física nuclear do pós-guerra.
 
De outro lado, amplas aberturas no terreno da institucionalização da 
ciência, no Brasil e na América do Sul, acompanharam essa 
descoberta, ligadas diretamente ao regresso e permanência 
definitiva de Lattes no continente sul-americano.

Liderou um grupo científico que em 1949 criou o Centro Brasileiro de 
Pesquisas Físicas, Instituto que polarizou e agasalhou iniciativas como 
a da formação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, a da Escola 
Latino-Americana de Física, o Centro Latino-Americano de Física, 
enquanto se destacava pela atividade de pesquisas em nível 
internacional, pelas medidas de modernização dos currículos de ensino 
da física e as de formação do pessoal que constitui hoje parcela 
ponderável da liderança científica atuante na física brasileira. 

No mesmo ano, junto com colegas bolivianos, cria em La Paz, as 
condições para o que viria a ser o Laboratório de Físicas Cósmicas, 
a partir de uma velha estação de observações meteorológicas, onde 
obtivera os registros dos eventos que levaram à descoberta do 
píon. Cedo esse Laboratório se transformava em centro científico do
maior interesse internacional, abrigando em suas dependências 
equipamentos e cientistas de todas as partes do mundo que ali 
escreveram importantes capítulos do conhecimento sobre a radiação 
cósmica.
 
Ambas as instituições resistiram aos duros testes do tempo, tendo o 
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas sido absorvido pelo 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do 
governo brasileiro, e o Laboratório de Chacaltaya, hoje Laboratório de 
Física Cósmica, pela Universidad Mayor de San Andrés, constituindo o 
principal organismo de seu Instituto de Física. 

Sua atuação no Brasil durante os primeiros anos teve, também, 
papel importante na catalização dos esforços que levaram 
finalmente à criação do Conselho Nacional de Pesquisas - atual 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - em 
1951. Pela criação de um órgão com suas características lutava de há 
muito a comunidade científica brasileira, constituída em sua maioria 
por pesquisadores nas ciências biológicas; a eles vieram se aliar 
grupos de interessados no desenvolvimento da tecnologia nuclear, 
mas sem poder de transação com a burocracia, face à escassa tradição 
e à falta de autoridade científica reconhecida naqueles domínios. O 
Conselho Nacional de Pesquisas deu novo impulso à pesquisa científica 
e tecnológica no Brasil, tendo contado com Lattes na composição de seu 
primeiro Conselho Diretor.
 
Diretor Científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas desde
a fundação, e principal consultor científico nos primeiros anos do
Laboratório de Chacaltaya, deixa esses encargos em 1955 para uma 
curta temporada nos Estados Unidos. Recusando convites os mais 
honrosos, como o de substituir o falecido Enrico Fermi na chefia do 
seu Instituto na Universidade de Chicago, retorna ao Brasil dois anos 
depois para criar, na USP, um laboratório para estudos de interações a 
altas energias na radiação cósmica. Participa, em 1962, do grupo 
pioneiro que organizava a Universidade Estadual de Campinas, 
transferindo-se para essa cidade no ano seguinte e dando início à 
formação de seu Instituto de Física. Em curto período essa 
universidade conquistou elevado conceito nos meios universitários 
brasileiros e, em particular, seu instituto de física é creditado como
dos melhores no Brasil, cercado de grande prestígio e projeção 
internacional.
 
Não obstante a singular repercussão da descoberta do píon, as 
contribuições não esgotam, absolutamente, nesse memorável feito.
Dono de rara versatilidade seus trabalhos incluem contribuições do 
maior mérito em variados campos da física moderna, desde pesquisas 
teóricas sobre as origens e abundância de espécies nucleares
no universo e eletrodinâmica clássica, até desenvolvimentos 
instrumentais, na área das emulsões nucleares, estes últimos 
cercados de auspiciosas aberturas; como membro do grupo de Bristol, 
na segunda metade dos anos 40, é participante da brilhante seqüência 
de desenvolvimentos que culminaram na elevação das emulsões nucleares,
antes precários dispositivos de registro ionográficos, à categoria 
de instrumentos de medição. Esses trabalhos não somente 
viabilizaram a descoberta do píon,como propriedades físicas. A partir 
de 1962 lidera a reunião de grupos brasileiros e japoneses num projeto 
de longo alcance sobre interações a altas energias na radiação 
cósmica: a Colaboração Brasil-Japão. Desde então os resultados 
pioneiros desse grupo, em domínios então fora do alcance dos mais 
potentes aceleradores em operação ou em projeto, ganharam elevado 
prestígio nos meios científicos internacionais, considerados como 
promissoras aberturas para expansão das fronteiras da física moderna.
 
Membro da Academia Brasileira de Ciências, da União Internacional 
de Física Pura e Aplicada, do Conselho Latino-Americano de 
Raios Cósmicos, das Sociedades Brasileira, Americana, Alemã, 
Italiana e Japonesa de Física, entre outras associações, ocupou 
numerosas vezes posições de conselheiro, quando contribuiu com sua 
experiência e visão pioneira para a formulação de políticas e 
diretrizes de ação. Tem sido alvo de repetidas homenagens por 
parte de organizações oficiais e privadas no Brasil e no exterior e 
inúmeras vezes foi escolhido paraninfo ou patrono de contigentes de 
novos estudantes, formandos em ciências exatas e aplicadas. Entre 
prêmios, medalhas e comendas, recebeu, no Brasil, o Prêmio Einstein 
de 1950, o Prêmio Fonseca Costa, do CNPq, em 1958, a Medalha Santos 
Dumont em 1989, a Medalha comemorativa dos 25 anos da SBPC e placa 
comemorativa dos 40 anos dessa sociedade, o símbolo do Município de 
Campinas, em 1992, e muitos outros. Orgulhava-se, particularmente, 
da iniciativa de dezenas de municípios brasileiros que lhe deram 
o nome a escolas municipais, bibliotecas, praças, ruas. 
Sua atuação no continente sul-americano foi reconhecida pelo governo 
boliviano, que lhe concedeu o título de cidadão honorário daquele 
país, em 1972, pelo governo da Venezuela, que lhe conferiu a comenda 
Andrés Bello em 1977, e pela Organização dos Estados Americanos, 
que lhe outorgou o prêmio Bernardo Houssay, em 19788; em 1987 recebeu 
o Prêmio de Física da Academia do Terceiro Mundo.
 
Pessoa simples, ofereceu o calor de sua intimidade indistintamente a 
quantos o procuram; viu com acentuada preocupação os usos destorcidos 
dos conhecimentos científicos no mundo moderno e manifestou 
suas opiniões sem reverências, à revelia de preconceitos e 
interesses menores.

Fonte: www.cnpq.br

**********************************************************************
2. CNPq promove aumento do número de bolsas de Produtividade/Pesquisa
**********************************************************************

Graças às gestões do Ministro de Ciência e Tecnologia, Dr. Eduardo 
Campos, e do Prof. Erney Camargo, o CNPq pôde contar com recursos 
adicionais que lhe permitiram ampliar, mais uma vez, o número 
global de bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ.

Concedida pelo CNPq desde a década de 70, essa modalidade 
de bolsa é o principal estímulo do governo ao pesquisador 
brasileiro. Com essa nova ampliação, o CNPq passa a contar agora com 
9000 bolsistas de produtividade em pesquisa, o que representa a 
incorporação de 1300 novos pesquisadores ao sistema, desde o início de 
2003.

A relação dos novos pesquisadores contemplados está disponível
no endereço 
http://www.cnpq.br/resultadosjulgamento/bolsas_pq_ca_10_04_adicional.htm

Nos próximos dias o CNPq formalizará os resultados por meio de 
correspondência a ser enviada para cada proponente beneficiado.

Fonte: Assessoria de Imprensa do CNPq - 28/02/2005

**********************************************************************
3. CNPq - OF. CIRC. PR. nº 0129/05
**********************************************************************

Brasília, 09 de março de 2005

Prezado colega pesquisador,

A estrutura da Tabela de Áreas do Conhecimento implemen