[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 526

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Sexta Setembro 24 16:54:42 EST 2004


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SBQ - BIENIO (2004/2006)      BOLETIM ELETRONICO      No. 526
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Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da 
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. Química: Fármacos falam todas as línguas, diz Eliezer Barreiro
2. 13º Congresso Brasileiro de Catálise e 3º Congresso Mercosul
3. V Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages
4. Como barrar a fuga de cérebros. 

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1. Química: Fármacos falam todas as línguas, diz Eliezer Barreiro
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[24/9/2004] "Grande parte dos fármacos hoje falam todas as línguas, 
menos a sua. Um exemplo está contido no teor das bulas de remédios. 
Apesar disso, felizmente, as políticas industriais do governo hoje
acenam para a importância dos fármacos e medicamentos". A
constatação, do pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Eliezer Barreiro, integrou hoje a palestra "A química 
medicinal e a descoberta racional de fármacos", realizada no
anfiteatro do Instituto de Química (IQ) da Unicamp em um dos colóquios
organizados sistematicamente pelo Instituto do Milênio de Materiais
Complexos, iniciativa da qual fazem parte outros professores da
Universidade. 

Para o palestrante, a Academia tem que responder o desafio de
democratizar a linguagem dos fármacos e medicamentos. Depois de
diferenciar fármacos (que estuda os medicamentos e o seu uso) e
medicamentos (substâncias empregadas para tratar ou prevenir doenças
ou distúrbios funcionais), abordou a química medicinal. Definiu-a como o
estudo dos aspectos relacionados à descoberta, invenção e planejamento
de novos fármacos. A química medicinal, prossegue, estuda os fatores
estruturais relacionados à absorção, distribuição, metabolismo, 
eliminação e toxicidade de novos compostos candidatos a fármacos.

Eliezer informou ainda que a química medicinal é uma promotora de 
Saúde e de inovação. "Os países que investem em saúde preventiva têm 
Um mercado interno bastante avantajado." Disse mais: muitas pessoas
insinuam que medicamentos demoram muito para entrar no mercado, por
volta de uns 20 anos. O imatinib, um anticâncer - inibidor de tirosina
quinase, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2001,
levou nove anos para ser disponibilizado, exemplificou. 

A longevidade da população, na visão de Eliezer, pode ser melhorada com
o avanço dos fármacos e medicamentos, mas também com vontade
política. "Ocupamos atualmente a 52ª colocação no Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), segundo dados oficiais do IBGE do ano de
2002. De pronto, é preciso priorizar uma melhor distribuição de renda e
combater a mortalidade infantil, o que por si já aumentaria a expectativa
de vida. Nesse mesmo ano, a expectativa ao nascer era de 68 anos para
os homens e de 74 anos para as mulheres", salienta Eliezer.

Coordenador do Instituto Virtual de Fármacos, Eliezer foi qualificado 
Pelo professor do IQ, Oswaldo Luís Alves, "um caçador de fármacos". 
É um dos grandes nomes de referência na área de química medicinal. 

O Instituto do Milênio congrega pesquisadores da Unicamp, UFRJ,
Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Pernambuco. 
O Instituto, que desenvolve materiais complexos, mantém forte relação 
Com o setor produtivo e tem, entre suas atividades, um programa de
divulgação científica. "O intuito é repensar a química a partir da
observação de novos paradigmas", reflete Eliezer.
(Isabel Gardenal)

Fonte: www.unicamp.br
http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/BDNUH/NUH_2967/NUH_2967.html

Nota do Editor: Você pode assistir este evento e os outros já 
realizados, no mesmo endereço, identificando o ícone do IMMC, em:
http://www.cameraweb.unicamp.br

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2. 13º Congresso Brasileiro de Catálise e 3º Congresso Mercosul
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13º Congresso Brasileiro de Catálise e 3º Congresso Mercosul
Data: 11 a 15 de setembro de 2005
Local: Mabu Thermas &  Resort
Cataratas do Iguaçu
Paraná

A Comissão Executiva do 13º Congresso Brasileiro de Catálise e do 3º 
Congresso Mercosul, que serão realizados em Foz do Iguaçu no mes de 
setembro de 2005, informa que a página dos congressos já está 
disponível no endereço: www.13cbcat.sbcat.org

Neste endereço podem ser encontradas informações iniciais sobre os 
eventos. Outras opções, tais como inscrição nos congressos e 
submissão de trabalhos on-line serão agregadas oportunamente.
Desde já contamos com sua valiosa presença e colaboração.
Cordialmente,

Prof. Dr. José Maria Corrêa Bueno
Presidente da Comissão Executiva

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3. V Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages
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De 01 a 04 de dezembro de 2004 acontecerá no Instituto de Química de 
São Carlos-USP o V Brazilian Meeting on Chemistry of Food and 
Beverages.

Serão discutidos aspectos tecnológicos de produtos como uísque,
vinho, café, cerveja, carnes e cachaça. Desde sua primeira edição em 
1998 vem sendo reconhecido como um importante evento do setor 
alimentício e já foi sediado pelo Instituto de Química de São Carlos 
da USP de São Carlos, pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas 
da UNESP de Araraquara e pela Faculdade de Engenharia de 
Alimentos da UNICAMP.

Nesta edição, especialistas de diversos países como Bélgica, 
Dinamarca, Escócia, Itália e Brasil apresentarão pesquisas sobre 
composição química e conservação, tecnologia de processos, 
metodologias de controle de qualidade de alimentos e bebidas, 
análise sensorial, contaminação microbiológica entre outros temas.

Dentre os pesquisadores estrangeiros que já confirmaram presença 
estão Denis de Keukeleire (University of Ghent - Bélgica) 
especialista em cerveja; Jens K. S. Moller especialista em carnes e 
Leif Skibsted em processos oxidativos em alimentos (The Royal 
Veterinary and Agricultural University - Dinamarca); John Piggott 
(University of Strathclyde - Escócia) especialista em uísque; 
Giuseppe Versini (Istituto Agrário San Michele all'Adige - 
Trento - Itália) especialista em vinho e por fim Luigi Odello 
(Centro Studi assagiatore Brescia-Itália) especialista em 
análise sensorial de grapa e café.

Pesquisadores brasileiros especialistas em suas áreas de atuação
também têm a presença confirmada, entre os quais estão Carlos Ducati 
(Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - 
Unesp/Botucatu) e Waldemar Gastoni Venturini Filho 
(Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP/Botucatu) 
especialistas em análises isotópicas; Délia B. Rodrigues 
Amaya (Faculdade de Engenharia de Alimentos - Unicamp) 
especialista em carotenóides; Glaucia Pastore (Faculdade de 
Engenharia de Alimentos - Unicamp) e Franco M. Lajolo 
(Faculdade de Ciências Farmacêuticas - USP) especialistas em 
alimentos funcionais; Helena Maria André Bolini Cordello 
(Faculdade de Engenharia de Alimentos - Unicamp) e Maria 
Aparecida Azevedo Pereira da Silva (Faculdade de Engenharia 
de Alimentos - Unicamp) especialistas em análise 
sensorial; Luis Carlos Trugo (Instituto de Química - UFRJ) 
especialista em café; Luiz Henrique Capparelli Mattoso 
(Embrapa Instrumentação Agropecuária) especialista em 
instrumentação; Paulo José do Amaral Sobral (Departamento de 
Engenharia de Alimentos - USP) em tecnologia de alimentos; 
Maurício Boscolo (IBILCE - UNESP/São José do Rio Preto) 
especialista em química de açúcares e Fernando Valadares
Novaes (ESALQ - USP/Piracicaba) em tecnologia de bebidas.

Além das palestras, serão realizadas sessões de apresentação 
de pôsteres de trabalhos científicos e discussão com os 
respectivos autores. Em função da audiência, será avaliada a 
necessidade de providenciar tradução simultânea das palestras em 
outros idiomas que não o português. Deverá ocorrer durante o evento 
um concurso que premiará nas categorias ouro, prata e 
bronze aguardentes "descansadas" e "envelhecidas" considerando suas 
características químicas e sensoriais. 

A programação científica e informações adicionais poderão ser 
obtidas no website www.iqsc.usp.br.

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4 Como barrar a fuga de cérebros. 
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Em artigo no boletim mensal da OMS, pesquisadores colombianos 
refletem sobre os desafios para que os países em desenvolvimento 
possam evitar a perda de cientistas brilhantes para as nações mais 
ricas.

Brasil, China e Índia são exemplos positivos para o resto do mundo 
em desenvolvimento. Esse trio, na opinião de Nancy Saravia, diretora
científica do Centro Internacional de Treinamento e Investigações 
Médicas da Colômbia, e de Juan Francisco Miranda, diretor executivo 
da instituição, está conseguindo algum êxito para impedir a chamada 
fuga de cérebros para o exterior.

O exemplo brasileiro, segundo a dupla colombiana, que acaba de 
publicar o artigo Plumbing the brain drain no boletim mensal da 
Organização Mundial de Saúde (OMS), é positivo porque, pelo menos no 
item educação, o país tem obtido sucesso.

Os números apresentados no texto mostram uma evolução no número de 
doutorados feitos por brasileiros no próprio país. 

Se em 1985, por exemplo, 40% dos títulos outorgados a alunos 
brasileiros eram provenientes de Universidades estrangeiras, hoje 
essa taxa está em 10%.

"Apesar de o fluxo migratório de cientistas ter aumentado 5,3% 
entre 1993 e 1999, essa saída é compensada pela migração de outros 
pesquisadores, principalmente de pessoas da própria América Latina", 
escrevem os pesquisadores. Para eles, portanto, o investimento em 
educação é uma das medidas eficazes para se barrar a  preocupante fuga 
de cérebros. 

O exemplo da China, que investiu US$ 2,5 bilhões em pesquisa básica 
apenas em 2002, é outro considerado positivo pelos pesquisadores 
colombianos. Uma das conseqüências práticas dessa ênfase no setor, 
surgida no final da década de 1990, é a China ser o único país em 
desenvolvimento a participar de forma direta do Projeto Genoma Humano. 

Mas o desafio chinês é ainda mais complexo. De acordo com o 
artigo, há 33 mil chineses estudando, em nível de graduação, nos 
EUA. A situação é problemática quando se verifica que, dentro desse 
universo, apenas 10% admite pretender voltar ao país de origem. 
Também nesse caso, o investimento em educação é considerado essencial 
pelos autores. 

Da Índia vem outro caminho sólido, segundo a ótica da dupla 
colombiana, para a fixação de mentes brilhantes. Investir em 
infra-estrutura de pesquisa e oferecer condições irrestritas de 
trabalho têm produzido um fluxo contrário à emigração de cientistas 
indianos. Apenas em 2000, voltaram para a Índia 1,5 mil cientistas
considerados de alto nível. 

Se educação, infra-estrutura e centros tecnológicos formam um tripé 
ideal para trazer cientistas de volta aos países em desenvolvimento 
- e isso parece ser um consenso entre quem estuda esse problema - a 
forma de obter recursos para isso é que torna o problema quase 
intransponível. 

Para Nancy e Miranda, deveriam ser pensados mecanismos de 
compensação financeira internacionais para a fuga de cérebros. Eles 
defendem tanto a criação de espécies de taxas para os próprios 
pesquisadores, como ainda para as empresas que contratam esses 
estrangeiros.

O princípio seria o mesmo que rege o mercado de comércio de créditos
de carbono, pelo qual os países desenvolvidos, por serem mais 
poluidores, compram emissões carbonáticas dos demais, para que esses 
possam, com os recursos, desenvolver ações que colaborem com o meio 
ambiente.

O artigo pode ser lido gratuitamente na biblioteca on-line SciELO 
(Fapesp/Bireme). Para acessar o texto:

http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0042-968620040008
00011&lng=pt&nrm=iso&tlng=en

Fonte: Agência Fapesp, 23/9

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Contribuições devem ser enviadas para o Editor do Boletim 
Eletrônico da SBQ:  Luizsbq em iqm.unicamp.br
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Até nossa próxima edição!!!
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Prof. Luiz Carlos Dias
Editor do Boletim Eletrônico 
Sociedade Brasileira de Química - SBQ
e-mail: luizsbq em iqm.unicamp.br


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