[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 516

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Terça Julho 6 10:06:51 EST 2004


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SBQ - BIENIO (2004/2006)      BOLETIM ELETRONICO      No. 516
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Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian 
Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista 
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América 
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da 
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA nº 19 (maio de 2004) já distribuída aos 
assinantes
2. Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 
3. III Mostra de Pós-Graduação em Química / II Jornada Científica 
de Química da UFU
4. CNPq - OF. CIRC. PR. Nº 0380/04
5. Prof. Miguel Dabdoub nomeado Presidente da Câmara Setorial de 
Biocombustíveis
6. Cadastro de Professor substituto no CEFET Química R.J.
7. Capes moderniza sistema de coleta de dados para avaliação da 
pós-graduação
8. Reforma da Universidade: contra ou a favor? 

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1. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA nº 19 (maio de 2004) já distribuída aos 
assinantes
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O nº 19 da revista Química Nova na Escola (maio de 2004) já foi 
distribuído aos assinantes. Conheça o seu conteúdo de 55 páginas:

o Editorial - p. 2

o seção Educação em Química e Multimídia:
"Uma busca na Internet por ferramentas para a Educação Química no 
Ensino Médio", de R. Michel, F.M.T. dos Santos e I.M.R. Greca - p. 3-7

o seção Conceitos Científicos em Destaque:
- "De massas e massas atômicas", de R.C. de Campos e R.C. Silva - 
p. 8-10
- "Corrosão: Um exemplo usual de fenômeno químico", de F. Merçon, 
P.I.C. Guimarães e F.B. Mainier - p. 11-14

o seção Relatos de Sala de Aula:
- "Perfumes e essências: A utilização de um vídeo na abordagem das 
funções orgânicas", de C.A.C. Marcelino-Jr., R.M.N. Barbosa, A.F. 
Campos, M.B.C. Leão, H.S Cunha e A.C. Pavão - p. 15-18
- "A Bioquímica como ferramenta interdisciplinar: Vencendo o desafio 
da integração de conteúdos no Ensino Médio", de P.R.M. Correia, M. 
Dazzani, M.E.R. Marcondes e B.B. Torres - p. 19-23

o seção História da Química:
- "Um debate seiscentista: a transmutação de ferro em cobre", de P.A. 
Porto - p. 24-26
- "A radioatividade e a História do Tempo Presente", de F. Merçon e
S.V. Quadrat - p. 27-30

o seção Experimentação no Ensino de Química:
- "Experimentação em sala de aula e meio ambiente: Determinação 
simples de oxigênio dissolvido em água", de L.H. Ferreira, D.G. de 
Abreu, Y. Iamamoto e J.F. de Andrade - p. 32-35
- "Confirmando a esterificação de Fischer por meio dos aromas", de 
T.S. Costa, D.L. Ornelas, P.I.C. Guimarães e F. Merçon - p. 36-38
- "Fluorescência e estrutura atômica: Experimentos simples para 
abordar o tema", de A.L.P Nery e C. Fernandez - p. 39-42
- "Utilizando uma luminária do tipo "lava-luz" para o ensino de 
densidade, dilatação térmica e transformações de energia", de R.F. de 
Farias - p. 43-45

o seção Elemento Químico:
"Potássio', de E.M.A. Peixoto - p. 47

o notas:
- "Destaques de Química Nova" - p. 7
- "Assessores QNEsc 2003" - p. 30
- "Descobertos novos elementos super-pesados: 113 e 115" - p. 38

o eventos:
- XII Encontro Nacional de Ensino de Química / XIII Encontro 
Centro-Oeste de Debates sobre Ensino de Química / III Encontro 
Centro-Oeste de Química (27 a 30/07/04) - p. 18

o resenha - p. 31:
Sobre o livro Currículo de Ciências em debate, de Alice C. Lopes e 
Elizabeth Macedo (orgs.) Campinas: Papirus, 2004. 192 p. - por S.E. 
Selles

Assine Química Nova na Escola. Publique em  Química Nova na Escola 
(indexada no Chemical Abstracts).

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2. Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 
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Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 
Em 2004, a Semana ocorrerá no período de 18 a 24 de outubro. 

Decreto, do Presidente Lula de 9 de junho de 2004, estabeleceu a 
Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, a ser comemorada no mês de 
outubro de cada ano, sob a coordenação do Ministério da Ciência e 
Tecnologia e com a colaboração das entidades nacionais vinculadas 
ao setor (decreto em anexo), com a finalidade de promover a 
divulgação científica e tecnológica. Neste ano, a Semana ocorrerá no 
período de 18 a 24 de outubro. O objetivo é criar e consolidar no Brasil um
mecanismo - que já vem sendo utilizado com êxito em vários países do 
mundo, como Reino Unido, Espanha, França, África do Sul e Chile - que 
mobilize a população em torno dos temas e da importância da ciência e 
tecnologia e contribua para a popularização da ciência de forma 
mais integrada nacionalmente. 

Durante esta Semana instituições de pesquisa científica e 
tecnológica, universidades, centros e museus de ciência e 
tecnologia, escolas dos vários níveis, sociedades e associações 
científicas e tecnológicas, além de outras entidades e grupos, 
realizarão atividades de divulgação científica e tecnológica 
voltadas para o público escolar e para o público geral. Um aspecto 
importante dessas atividades é contribuir para que a população possa 
conhecer e discutir os resultados, a relevância e o impacto das 
pesquisas e de suas aplicações. 

A proposta de realizar no Brasil uma Semana Nacional de Ciência e 
Tecnologia já vem feita há tempos por sociedades científicas, 
centros e museus de ciência, instituições e grupos voltados para a 
divulgação científica. A idéia é iniciá-la já neste ano, ainda que 
em caráter experimental, e buscar com que ela venha a se 
transformar em uma tradição no país.  A colaboração e a participação 
ativa dos governos estaduais e municipais e das instituições de 
pesquisa e ensino regionais e locais, assim como de entidades 
científicas e tecnológicas, serão decisivas para o êxito da 
iniciativa.

As atividades da Semana serão as mais variadas, com eventos diversos 
ocorrendo em locais públicos e comunitários, em centros culturais e 
museus, em universidades e instituições de pesquisa, em casas 
legislativas e praças públicas: 'dias de portas abertas' de 
instituições de pesquisa e universidades; ida de cientistas 
às escolas; festivais e feiras de ciência; oficinas para o público; 
atividades unindo ciência, cultura e arte (teatro, cinema, circo, 
música etc); noites de astronomia; exibição de filmes e vídeos 
científicos em locais públicos; palestras e discussões públicas 
sobre temas científicos de interesse geral; entrevistas, debates e 
documentários nos jornais, rádios e TVs etc.

As sociedades científicas e entidades da área tecnológica, as 
universidades e escolas, os institutos de pesquisa, as secretarias 
estaduais e municipais de C&T e de educação, as fundações de amparo 
à pesquisa, comissões de C&T das casas legislativas, fundações 
e entidades ligadas à área de C&T, e outros órgãos governamentais e 
da sociedade civil estão sendo convidados a participarem 
ativamente da organização e das atividades da Semana. 

A coordenação das atividades está sendo articulada pelo 
Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, da 
Secretaria de C&T para a Inclusão Social do MCT. A secretaria 
executiva da Semana será efetuada pelo escritório da Academia 
Brasileira de Ciências em Brasília.

Contatos no MCT: Brasília: 61 3177826; semanaCT2004 em mct.gov.br; 
José Luiz Barros: jbarros em mct.gov.br; Ana Beatriz Lacerda: 
alacerda em mct.gov.br. 

Rio de Janeiro: 21 25550736, Ildeu Moreira, 
imoreira em mct.gov.br, ildeu em if.ufrj.br. 

Setores, entidades e instituições envolvidas na organização da Semana

· Institutos de pesquisa do MCT: SCUP - MCT, Assessoria de 
Comunicação do MCT e dos institutos do MCT.
· Sociedades científicas e secretarias regionais: SBPC
· Secretarias estaduais de CT: Fórum de Secretários para 
Assuntos de CT - ABIPTI
· Secretarias municipais de CT: Fórum de Secretários 
Municipais de CT - ABIPTI
· Universidades federais: SESU (MEC); Fórum de 
Pró-Reitores de Extensão/UFRJ/SubReitoria de Extensão 
(marco em pr5.ufrj.br); Casa da Ciência (UFRJ, 
2125427494), fatima em casadaciencia.ufrj.br; 
socorro em casadaciencia.ufrj.br 
· Centros e museus de ciência: ABCMC (presidente: José 
Ribamar, riba em coc.fiocruz.br )
· Área de jornalismo científico: Associação Brasileira de 
Jornalismo Científico (ABJC, presidente: José Roberto, 11 55491863)
· Entidades tecnológicas: ABIPTI (Alceu Castello 
Branco, alceu em abipti.org.br; Maria Elisabete, 
betef em abipti.org.br, 61 3403104); Rede de Tecnologia do Rio de 
Janeiro (a confimar).
·  Escolas de ensino médio: Diretoria de Ensino Médio (MEC) 
·  CEFETs: Conselho de Dirigentes dos CEFETs (Luiz 
Edmundo Vargas, dg em cefeteq.br, 21 26912212
·  Cinema e vídeos científicos: VerCiência (José Renato
 Monteiro, jrenato em alternex.com.br, 21 25560600); Núcleo de 
Ciências - Universidade federal do Espírito Santo.
·  Atividades de astronomia (clubes de astronomia, planetários, 
observação de eclipse etc): Martin Makler(CBPF); Flávia 
Pedroza (MAST, flaviapedroza em ig.com.br), Renato las Casas (UFMG).
·  Portal de popularização da ciência: LabJor (Unicamp), 
Marcelo Knobel (knobel em ifi.unicamp.br).
Decreto de 9 de junho de 2004
Institui a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere 
o art. 84, inciso II, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica instituída Semana Nacional de Ciência e 
Tecnologia, a ser comemorada no mês de outubro de cada ano.

Parágrafo único. Caberá ao Ministério da Ciência e Tecnologia a 
coordenação das comemorações para a Semana Nacional de Ciência e 
Tecnologia, com a colaboração das entidades nacionais vinculadas ao 
setor.

Art. 2o Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de junho de 2004; 183o da Independência e 116o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Eduardo Campos

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3. III Mostra de Pós-Graduação em Química / II Jornada Científica 
de Química da UFU
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III Mostra de Pós-Graduação
II Jornada Científica de Química
Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia

"A Pesquisa na Formação do Químico"

Este é o tema da III Mostra de Pós-Graduação e II
Jornada Científica do Instituto de Química da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que se
realizará

de 24 a 27 de agosto de 2004, no Campus Santa Mônica da UFU.

Inscrições de Trabalho até o dia 09/07/2004.

Mais informações:
http://www.eventos.iqufu.ufu.br/index.htm
www.eventos.iqufu.ufu.br

Comissão Organizadora

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4. CNPq - OF. CIRC. PR. Nº 0380/04
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OF. CIRC. PR. Nº 0380/04

Brasília, 02 de julho de 2004

Prezados pesquisadora e pesquisador do CNPq,

Tenho o prazer de informar-lhes que graças às gestões do Exmo. Sr. 
Ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, o CNPq já iniciou o 
pagamento da segunda parcela do Programa Universal e também deu início 
ao pagamento dos projetos aprovados no programa "Casadinho" para 
consolidação da Pós-Graduação nas regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste.

Outra notícia relevante é que brevemente (30 de julho) abriremos novo 
Edital Universal e um Edital para bolsas de Desenvolvimento 
Tecnológico Industrial (DTI). Estas bolsas destinam-se a fortalecer 
parcerias entre grupos de pesquisa e empresas  para a condução de 
projetos de desenvolvimento e inovação tecnológica.

Informo ainda que em sua última reunião, o Conselho Deliberativo do 
CNPq decidiu assegurar bolsas de pós-doutorado no país, quando do seu 
retorno, aos bolsistas sem vínculo empregatício que iniciaram este 
ano seu doutorado no exterior. Abriu também a possibilidade, 
condicionada à existência de recursos financeiros, de estender esse 
benefício para aqueles que estão retornando do exterior a partir 
deste  ano.

Aproveito a oportunidade para convidá-los a visitar a nova página do 
CNPq na Internet, muito mais leve e direta, que irá ao ar em 6 de 
julho próximo, terça-feira. Nessa nova página estarão disponíveis 
para consulta endereços  específicos para as diferentes modalidades e 
programas,   bem como  um sistema on line para o acompanhamento de 
suas solicitações ao CNPq (previsto para fim de julho). Estamos 
instituindo a consulta eletrônica porque as consultas diretas a 
dirigentes e técnicos têm provocado erros com reflexos negativos para 
ambas as partes.

Finalmente, quero informar-lhes que as normas de Pós-Graduação do 
CNPq foram consideravelmente simplificadas e encontram-se igualmente 
em nossa página (http://www.cnpq.br/bolsas_auxilios/normas/is0704.htm).

Atenciosamente,

Erney Plessmann Camargo
Presidente

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5. Prof. Miguel Dabdoub nomeado Presidente da Câmara Setorial de 
Biocombustíveis
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Na ultima Quarta, dia 30/06, foi nomeado para Presidente da Câmara 
Setorial de Biocombustíveis o Prof. Dr. Miguel Dabdoub. A nomeação 
foi feita pelo Secretário da Agricultura de São Paulo o Sr. Duarte 
Nogueira.

O  Prof. Dr. Miguel J. Dabdoub é docente do depto. de química da USP 
de Ribeirão e coordenador do Projeto BiodieselBrasil, e responsável 
pelo projeto que desenvolveu o Biodiesel através da utilização do 
álcool de cana (ETANOL).

A Câmara tem o propósito de consolidar as propostas e projetos 
estratégicos para produção e uso do Biodiesel e do álcool 
combustível em nível estadual, e promover a integração com 
outros estado e programas de abrangência nacional.

Também tem como objetivo fornecer informações e indicativos 
tecnológicos a programas de abrangência nacional, visando a geração 
de emprego e renda na agroindustria e agricultura, melhorando a 
qualidade de vida e o meio ambiente.

Estiveram presentes ao evento várias autoridades, como diretores de
universidades, representantes da UNICA ( Eduardo de Carvalho), ABIOVE 
e ANFAVEA, bem como empresários e políticos.

O evento contou com a Presença do Senhor Rodrigo Augusto Rodriguez, 
que é o atual Coordenador do grupo executivo interminesterial de 
biodiesel da casa civil.

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6. Cadastro de Professor substituto no CEFET Química R.J.
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O CEFET Química R.J. está com inscrição aberta para cadastro de 
Professor substituto para várias disciplina na área de química. 

A inscrição termina em 12/07/04. 

O edital pode ser obtido no endereço www.cefeteq.br.
  
Sheila P. Cardoso
Coordenadora da Área Profissional Química

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7. Capes moderniza sistema de coleta de dados para avaliação da 
pós-graduação
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A Capes deve divulgar ainda este ano a nova versão eletrônica do
Coleta Capes, o sistema de coleta anual de informações necessárias
à avaliação trienal dos programas de pós-graduação

A nova versão será menos complexa - serão usados recursos que
facilitem o preenchimento - e mais amigável, eletronicamente,
podendo ser preenchida online e visualizada a qualquer momento.

Ao modificar o Coleta, a Capes atende a uma antiga reivindicação
dos coordenadores dos programas de pós-graduação que pleiteavam
um sistema mais objetivo, mas que mantivesse a qualidade das
informações exigidas.

Assim, a partir de sugestões apresentadas por representantes da
comunidade acadêmica, o novo sistema restringirá os
dados/informações solicitados ao que for efetivamente importante
para a avaliação de cada uma das 44 áreas do conhecimento.

Isso significa que cada área poderá determinar o que é importante
para ela. Assim, cada programa, quando for preencher o Coleta
Capes, será informado se o dado em questão é necessário ou não.

Esta mudança vai simplificar os procedimentos, facilitando também o
exame da documentação pelos consultores da Capes, tornando o
sistema mais transparente.

 'Queremos que cada cidadão interessado nas questões da educação
superior possa entender os nossos julgamentos', afirma o diretor de
Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro. Ele prossegue, 'mais que
isso, queremos que nosso site tenha um sentido pedagógico,
permitindo que nossos visitantes virtuais conheçam, com ele, o que
os melhores pesquisadores brasileiros consideram relevante no ensino
de pós-graduação e na pesquisa de qualidade'.

O novo sistema, que está em fase de teste internamente, tornará
possível a atualização permanente ao longo do ano, facilitando a
coleta de informações para subsidiar o processo de avaliação trienal
da pós-graduação pela Capes que acontece de 12 de julho a 13 de
agosto.

O novo sistema será usado para a avaliação do triênio 2004-2007.
(Lígia Girão, da assessoria de comunicação do MEC)

Fonte: JC e-mail 2556, de 05 de Julho de 2004 

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8. Reforma da Universidade: contra ou a favor? 
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Pela primeira vez a SBPC recebeu, na tarde de quinta-feira, 1o. de
julho, em sua sede, em SP, a visita de um ministro da Educação,
Tarso Genro

Eduardo Geraque escreve para a 'Agência Fapesp':

Tarso veio receber um documento redigido pela SBPC sobre a reforma
do ensino superior. O ministro, dias antes, ganhara outra contribuição
sobre o mesmo tema, da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Durante a reunião com representantes da SBPC, acompanhada pela
 'Agência Fapesp', Genro aproveitou para falar sobre os obstáculos
que o processo de reforma terá ao longo do caminho, antes e depois
de o texto entrar no Congresso Nacional, o que deve ocorrer em
novembro.

 'Nenhum mudança ocorrerá sem pressão de fora para dentro do
Estado. É por isso que essas contribuições que acabo de receber são
importantes. Entidades como a SBPC terão um papel fundamental
nesse processo', afirmou Genro. 'Não existirá reforma se não ocorrer
uma mudança do modelo econômico em vigor no Brasil.'

Na visão de Genro, é importante que a educação não seja tratada
como despesa nas contas feitas pelo Tesouro nacional. 'A lógica do
capital internacional é avessa aos princípios de uma reforma
democrática e progressista', disse. 

Ao falar de forma genérica sobre a reforma do ensino superior no
país, o ministro classificou o que considera os três grandes grupos
contrários ao processo. 'O primeiro está dentro da Universidade. O
pessoal da ultra-esquerda, que, além de ser contra, ainda se nega a
discutir o assunto'.

O segundo grupo seria aquele que ainda precisa ser conquistado. 'Há
um pessoal que está angustiado com os resultados do Governo Lula
até agora. Eles acham que não se conseguirá mudar para melhor o
modelo em vigor.' O terceiro grupo é o que estabelece uma relação
de casualidade direta entre ensino superior e capital. 'Esses
defendem o privatismo', disse.

Dentro do complexo cenário no qual mergulhou o processo de reforma
- e que tende a aumentar ainda mais depois que os debates no
Congresso Nacional começarem -, existem grupos que dão voto de
confiança ao ministério e que acreditam no processo. É o caso da
SBPC, conforme atestou o presidente da associação.

 'Muito antes de entrarmos em discussões pormenorizadas, devemos
discutir, de forma propositiva, as principais questões que envolvem o
processo', disse Candotti à 'Agência Fapesp'. 'Quais são os grandes
desafios? Os novos perfis dos alunos? Que jovens queremos formar e
para qual mundo? Essas são respostas que precisamos tentar
encontrar nessa reforma.'

Além dessas diretrizes, a proposta encaminhada ao ministro também
defende alguns pontos considerado por Candotti como fundamentais.
'A questão da autonomia da Universidade pública é prioritária. A
autonomia concedida às Universidade paulistas é um bom exemplo
que deve ser estudado atentamente e adequado ao contexto das
Universidades públicas federais', afirmou.

Preocupação recorrente

A autonomia, que, de acordo com Genro, será considerado no texto
do anteprojeto que irá ao Congresso, também foi ressaltada pelos
autores do documento entregue ao Governo Federal pela Academia
Brasileira de Ciências.

Para o grupo de trabalho sobre a reforma do ensino superior criado
pela ABC, coordenado por Luiz Davidovich, do Instituto de Física da
Universidade Federal do RJ, além da liberdade universitária é
importante também que se estabeleça um marco regulatório para a
autonomia.

Esse ponto também consta das preocupações do MEC, conforme se
pode ler no documento Enunciados sobre os princípios e as diretrizes
da Reforma da Educação Superior do Brasil, divulgado pela pasta do
Governo Federal em junho.

Outro ponto de convergência SBPC, ABC e MEC é o da discussão
para a criação de um ciclo inicial de formação universitária. Os
defensores dessa idéia acreditam ser esse um caminho seguro para
que o estudante possa ter uma formação básica mais sólida e ampla.

'É importante que os alunos possam transitar mais entre vários
cursos. Um médico, por exemplo, precisa de conhecimentos éticos
cada vez maiores. Não é uma única disciplina que dará a formação da
qual ele precisa', acredita Candotti.

Segundo Genro, que também se diz favorável à idéia, ela é
importante para que se possa 'distribuir de forma mínima o
conhecimento dentro do ensino superior'. 

Os grupos estão se posicionando sobre o terreno da complexidade.
Segundo o ministro, a situação está bem cristalina no atual momento.
'Preciso deixar bem claro que o destino da reforma ainda está sendo
disputado por diversos grupos.' 

Se a ABC e a SBPC concordam com a autonomia, o ciclo básico, a
flexibilização dos currículos e com o reconhecimento da pluralidade do
ensino superior nacional, outros grupos discordam totalmente desses
mesmos pontos. Por isso, talvez, que Genro tenha ressaltado que,
entre outras coisas, esteve no prédio da Maria Antonia para 'pedir
socorro às entidades científicas'.
(Agência Fapesp. 2/7) 

Tarso permaneceu por quase duas horas na sede da SBPC. Ele
recebeu do presidente da SBPC, Ennio Candotti, uma carta (veja
abaix