[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 510

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Quarta Junho 9 13:39:32 EST 2004


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SBQ - BIENIO (2004/2006)      BOLETIM ELETRONICO      No. 510
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Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian 
Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista 
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América 
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da 
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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"DIA NACIONAL DO QUIMICO, 18 DE JUNHO"

OS MEMBROS DA DIRETORIA E DO CONSELHO CONSULTIVO DA SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE QUÍMICA - SBQ, CUMPRIMENTAM TODOS OS QUÍMICOS DO 
BRASIL PELO PASSAGEM DO DIA NACIONAL DO QUIMICO, NO PRÓXIMO
DIA 18 DE JUNHO. PARABÉNS A TODOS OS COLEGAS QUÍMICOS!!!

DESEJAMOS UM ÓTIMO FERIADO A TODOS!!!

Veja nesta edição:

1. Nova Diretoria e Conselho Consultivo da SBQ toma posse
2. Endereços Eletrônicos da Secretária Geral e do Editor do Boletim 
Eletrônico da SBQ
3. Ganhadores da 1a. OLIMPÍADA SBQ
4. Sobre a polêmica do crachá na 27a RASBQ
5. 11th Brazilian Meeting on Organic Synthesis - BMOS-11
6. 2o. Simpósio Brasileiro em Química Medicinal: Inscrições abertas
7. Processo Seletivo Simplificado Para Professor Substituto
8. O Instituto de Tecnologia em Fármacos-Far-Manguinhos recebe 
Currículos
9. Concurso para contratação de professor substituto no Departamento 
de Química Analítica da Universidade Federal Fluminense
10. Empresa e cientista: parceria muito complicada
11. Lei de Inovação: 'Pesquisadores têm de retribuir'
12. Cientistas e empresários vivem diferenças culturais 
13. Tarso Genro revela princípios e diretrizes da reforma universitária
14. IPEN procura profissional doutorado para bolsa DTI

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1. Nova Diretoria e Conselho Consultivo da SBQ toma posse
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Mandato: Maio/2004 a Maio/2006 

DIRETORIA

PRESIDENTE: PAULO CEZAR VIEIRA (UFSCar)		
VICE-PRESIDENTE: ANTONIO SALVIO MANGRICH	(UFPR)
SECRETÁRIO GERAL: VANDERLAN DA SILVA BOLZANI (UNESP)
1º SECRETÁRIO: CELSO CAMILO MORO (UFRGS)			
TESOUREIRO: FREDERICO GUARÉ CRUZ (UFBA)		
1º TESOUREIRO: ARNALDO ALVES CARDOSO (UNESP)			

CONSELHO CONSULTIVO
CESAR ZUCCO (UFSC)				
ELIEZER BARREIRO (UFRJ)			
HANS VIERTLER (IQUSP)					
JAILSON BITTENCOURT DE ANDRADE (UFBA)	
OSWALDO LUIZ ALVES (UNICAMP)			
SOLANGE CADORE (UNICAMP)	
	
Nota do Editor: Parabéns aos eleitos, boa sorte e muita luz na
condução da SBQ neste próximo período. Nos próximos boletins 
divulgaremos as novas composições das diretorias de divisão. 

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2. Endereços Eletrônicos da Secretária Geral e do Editor do Boletim 
Eletrônico da SBQ 
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Para tratar de assuntos da SBQ, favor entrar em contato com a 
Profa. VANDERLAN DA SILVA BOLZANI (UNESP), Secretária Geral da SBQ.

O e-mail da Profa. Vanderlan é: vbsbq em iq.unesp.br

Para enviar notícias para o Boletim Eletrônico, favor entrar em 
contato com o Prof. LUIZ CARLOS DIAS (UNICAMP), Editor do Boletim
Eletronico da SBQ.

O e-mail do Prof. Luiz Carlos é: luizsbq em iqm.unicamp.br

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3. Ganhadores da 1a. OLIMPÍADA SBQ
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A 1a. Olimpíada Científica da Sociedade Brasileira de Química, com o 
patrocínio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq), teve como o tema Amor ao primeiro odor: A 
comunicação química entre os insetos. 

O sucesso da Olimpíada foi significativo com a participação 
expressiva de milhares de estudantes de Escolas de Ensino Médio 
de todo o Brasil, aos quais a SBQ agradece prazerosamente. 
A Comissão Julgadora da Olimpíada SBQ examinou 64 trabalhos 
representado a demanda qualificada através de classificação prévia 
realizada nas respectivas escolas. Os estudantes vencedores 
receberam seus prêmios e homenagens durante a realização dos 26 
Congresso da FLAQ e 27 RA da SBQ, na Cidade de Salvador, Bahia. 

Vencedores da Olimpíada Científica SBQ, versão 2003/2004.

1º COLOCADO - MEDALHA DE OURO
Escola: Colégio Marista São Francisco( Chapecó, SC )
Aluna:  Ana Paula Casagrande Cichowicz
Profa.: Fabiana Casarin

2º COLOCADO - MEDALHA DE PRATA
Escola: Escola Estadual de Ensino Médio Prof. Wilson Luiz Maccarini 
(Casca, RS)
Aluna:  Andreisa Damo
Profa.: Dilamara Riva

3º COLOCADO - MEDALHA DE BRONZE
Escola: Complexo Educacional Henrique Castriciano (Natal, RN)
Aluno:  Adriano de Morais Ferreira
Prof.:  Francisco de Sales Germano da Silveira

MENÇÃO HONROSA

Escola: Colégio Santo Antônio (Belo Horizonte, MG)
Aluno:  Pedro Carvalhaes Vieira
Prof.:  Robson Jorge de Araújo

Escola: Colégio Loyola (BeloHorizonte, MG)
Aluno:  Pedro Nery Bersan
Profa.: Henriqueta Mares de Freitas

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4. Sobre a polêmica do crachá na 27a RASBQ
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Causou-me surpresa e decepção os enfáticos pronunciamentos feitos na 
Assembléia Geral da SBQ contra a decisão da Comissão Organizadora de 
exigir que fosse feita inscrição e, portanto, obrigar a apresentação 
do crachá para entrar nas dependências do Centro de Convenções de 
Salvador, onde se realizou a 27a Reunião Anual.
	
Os argumentos levantados enfatizavam que esta decisão, 
anti-democrática, restringia a participação de alunos, em 
especial os de graduação e com menor poder aquisitivo, e que não 
era praxe tal exigência em reuniões anteriores.

Entendo perfeitamente a situação financeira dos alunos menos 
favorecidos e acredito que seja nossa obrigação tomar 
providências para que possam participar de nossas reuniões. 
Entretanto, a decisão da Comissão Organizadora foi extremamente 
correta se forem considerados alguns aspectos.

Primeiro, considere o aluno que se esforçou o ano inteiro, 
economizando para poder participar da Reunião e apresentar o seu 
trabalho de pesquisa. Considere outro aluno apresentando seu 
trabalho sem ter feito a inscrição e recebendo o respectivo 
certificado. Certamente este fato configura-se como um 
desrespeito ao aluno inscrito e um incentivo ao não-inscrito, que 
se vale da famosa lei "eu gosto de levar vantagem em tudo, 
certo?", muito provavelmente sem mesmo conhecê-la. Pode-se 
argumentar que as despesas não se alteram com a participação do 
aluno não-inscrito, mas deve ser lembrado que ninguém 
consegue entrar gratuitamente em uma sala de cinema com 
lugares ainda disponíveis, em um museu, teatro ou campo de 
futebol com este mesmo argumento, certo? Além disso, a Reunião é 
viabilizada com o pagamento das inscrições.

Segundo, se existe uma preocupação real com a participação 
desses alunos e entende-se que esta participação é fundamental, 
porque deixá-los anônimos na Reunião Anual, simplesmente autorizando 
a entrada no local do Evento? Tenho plena convicção que seria 
muito mais importante para o aluno, que se sentiria valorizado, se 
os esforços fossem direcionados para a obtenção de recursos para a 
sua inscrição (quantos de nós já não pagamos a inscrição de nossos 
orientados na RASBQ?), que poderia, então, participar, sem 
restrições, de todas as atividades da Reunião. Entretanto, é muito 
mais fácil reclamar, com argumentos aparentemente convincentes, que 
se empenhar na obtenção de recursos para estes alunos. Certamente, 
a aplicação do "jeitinho brasileiro" para a solução deste caso é um 
desserviço para a Sociedade e um mau exemplo para nossos alunos.

Se por um lado a taxa de inscrição ainda pode ser alta e inviável 
para muitos estudantes, por outro tenho certeza que a Diretoria 
da SBQ e as Comissões Organizadoras das Reuniões nunca mediram 
esforços para mantê-la a menor possível. E neste aspecto, nós, 
professores sócios efetivos, poderíamos dar nossa colaboração 
pagando uma taxa um pouco maior para viabilizar a participação de 
nossos alunos, que pagariam uma taxa menor ainda. Assim, todos 
dividiríamos igualitária e democraticamente este incentivo.

Finalizando, uma Sociedade forte só poderá ser construída com 
a atuação responsável de todos. Incentivar e apoiar a 
participação de não-inscritos na Reunião constitui-se em um 
descaso com a Sociedade, um desrespeito com a Comissão Organizadora 
e com todos os inscritos.

Se tenho uma crítica à decisão tomada pela Comissão Organizadora da 
27a Reunião da SBQ, é que foi tardiamente implementada. Parabéns 
pela atitude e pela brilhante Reunião.

Ivo M. Raimundo Jr.
IQ/UNICAMP

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5. 11th Brazilian Meeting on Organic Synthesis - BMOS-11
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Caros Colegas,
 
É com grande satisfação que informamos que saiu a Primeira Circular 
do 11th Brazilian Meeting on Organic Synthesis - BMOS-11. 
 
O BMOS-11 se realizará entre os dias 29/agosto e 02/setembro de 2005, 
no Hotel Laje de Pedra-Canela-RS.
 
Vários professores renomados, nacionais e internacionais, já 
aceitaram convite para as conferências plenárias e convidadas. 
Entre eles podemos destacar o ganhador do premio Nobel, Prof. Robert 
Huber, e um dos mais destacado cientista da atualidade da área de 
química, o Prof. K C Nicolaou. 
 
Esta circular é eletrônica e vocês podem conferir as primeiras 
informações na página do evento: www.ufsm.br/bmos
 
Abraços,
Antonio L. Braga
Secretário Geral

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6. 2o. Simpósio Brasileiro em Química Medicinal: Inscrições abertas
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Estão abertas as inscrições para o 2o. Simpósio Brasileiro em Química 
Medicinal (BrazMedChem2004). 

É com prazer que convidamos a comunidade científica brasileira a 
participar deste grande evento que reunirá especialistas de renome 
nacional e internacional, de setores acadêmicos e industriais. 

O BrazMedChem será realizado de 22 a 25 de novembro de 2004 no 
Instituto Militar de Engenharia (IME), na cidade do Rio de Janeiro. 

O tema central de nosso evento será "Tendências Atuais na Descoberta 
e Desenvolvimento de Fármacos". 

Para maiores informações, por favor acesse a homepage 
do evento:  http://www.brazmedchem.ifsc.usp.br.

O Comitê Organizador está comprometido a realizar um evento memorável, 
a altura das expectativas de nossa comunidade científica. Contamos com 
a sua participação, até novembro no Rio!

Fonte: Adriano D. Andricopulo, Secretário-Geral do BrazMedChem2004

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7. Processo Seletivo Simplificado Para Professor Substituto 
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PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO 

Comunicamos a todos que estarão abertas, a graduados em Química ou 
Farmácia, com Mestrado em áreas afins, de 02 a 11 de junho 
de 2004, as inscrições para o Processo Seletivo Simplificado para 
Professor Substituto para as disciplinas de Química Farmacêutica 
e Química Analítica.
    
Maiores informações poderão ser obtidas através do telefone 
(38)-3531-3818 e pelo site www.fafeid.edu.br .
        
Rosângela Borborema Rodrigues
Chs. LDD/RST-FAFEID

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8. O Instituto de Tecnologia em Fármacos-Far-Manguinhos recebe 
currículos
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O Instituto de Tecnologia em Fármacos-Far-Manguinhos (Rio de 
Janeiro) está recebendo currículos com os seguintes perfis: 
1) doutor em Modelagem Molecular em química medicinal e 
2) doutor em Síntese Orgânica. Os currículos em formato lattes 
(outros formatos não serão aceitos) deverão ser enviados até o dia 
06/07/2004 via sedex para o endereço: Rua Sizenando Nabuco 100 - 
Manguinhos - RJ - Rio de Janeiro - Cep: 21041-250.

A/C: Departamento de Síntese Orgânica - Dr. Marcus Vinícius Nora de 
Souza e-mail: marcos_souza em far.fiocruz.br

O Instituto de Tecnologia em Fármacos-Far-Manguinhos é uma Unidade 
da Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ e, como Laboratório Oficial, é 
responsável pela produção dos medicamentos que atendem aos diversos 
programas do Ministério da Saúde. Além da sua produção, 
Far-Manguinhos conta com excelente capacitação na área de 
pesquisa e desenvolvimento tecnológico de fármacos, produtos 
biotecnológico e fitoterápicos e tem como meta torna-se um centro 
de referência em pesquisa, tecnologia e produção de medicamentos.

Dentre as diversas enfermidades de que são alvo das linhas de 
pesquisa e produção destacam-se a tuberculose, AIDS, 
malária, doenças oportunistas, além de medicamentos essenciais de 
hipertensão.

Este Instituto possui uma excelente infra-estrutura na área de 
pesquisa e tecnologia, com diversos aparelhos de HPLC, CG-MS, 
Espectro de Massa, calorímetro diferencial exploratório (DSC), 
Pontos de fusão, aD, Eletroforese-capilar, dois RMN (400 e 500 
MHz), IV e facilidade na compra de reagentes, solventes e aparelhos.

Marcus Vinícius Nora de Souza
chefe do departamento de síntese orgânica de Farmanguinhos - FioCruz 
(Fundação Oswaldo Cruz - RJ)

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9. Concurso para contratação de professor substituto no Departamento 
de Química Analítica da Universidade Federal Fluminense
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O Departamento de Química Analítica da Universidade Federal 
Fluminense comunica a abertura de concurso contratação de professor 
substituto 20horas:
  
INSCRIÇÃO: 09/06/04 a 07/07/2004.
HORÁRIO: 8:00 às 19:00 horas.
LOCAL: Universidade Federal Fluminense, Instituto de Química, 
Departamento de Química Analítica, sala 203, Campus do Valonguinho, 
Niterói, RJ
REQUISITO: Graduação em Química ou áreas afins.
DOCUMENTOS EXIGIDOS: Diploma (cópia), Curriculum Vitae (comprovado),
Histórico Escolar (cópia), Carteira de Identidade (cópia), CPF 
(cópia).
CRITÉRIO DE SELEÇÃO: Prova Escrita (eliminatória), Prova Didática e 
Análise de Currículo.
PERÍODO DE SELEÇÃO: 12 a 16 de julho de 2004.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS: tel.:(21) 2629-2143, e-mail: gqa em vm.uff.br
  
Fonte: Profa. Aída Ma.B.Bittencourt Filha.

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10. Empresa e cientista: parceria muito complicada
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Lei de Inovação, já no Congresso, tem por meta facilitar intercâmbio
de Universidade e indústria

Pesquisadores de instituições públicas trabalhando em parceria com
laboratórios privados. Cientistas universitários recebendo dinheiro 
por serviços prestados a empresas. 

Universidades públicas recebendo royalties pela comercialização de
produtos patenteados. Projetos de pesquisa acadêmica voltados
especificamente para demandas do setor privado. Professores tirando
licença das universidades para constituir empresas.

Tudo isso, por mais contraditório que possa parecer, já ocorre de
uma forma ou de outra dentro das Universidades e Institutos de
Pesquisa públicos no país. O único problema, na opinião de muitos, é
que não ocorre o suficiente.

As empresas precisam do conhecimento e da infra-estrutura da
pesquisa pública para fazer inovação tecnológica. E a academia
precisa do setor privado para transformar seu conhecimento em
produtos para a sociedade.

Mas a relação entre os dois é complicada. Como um casal de jovens
que precisa namorar escondido para ficar junto.

Facilitar essas parcerias é o objetivo do projeto de Lei da Inovação,
que tramita em regime de urgência no Congresso desde o início de
maio.

O texto prevê uma série de concessões para que empresas e
instituições públicas de pesquisa possam namorar à luz do dia. 

A principal delas - inserida nas versões mais recentes da lei - retira a
obrigatoriedade de licitações para o licenciamento de patentes
obtidas pela pesquisa pública.

'Se alguma coisa fez valer a pena esperar tanto tempo, foi isso', diz
Carlos Américo Pacheco, professor da Unicamp e 
ex-secretário-executivo do MCT, que redigiu o texto inicial da lei no
governo FHC, em 2000, mas não conseguiu tirar a licitação na época.

Hoje, para comercializar uma patente, as universidades e institutos
públicos de pesquisa - chamados no texto de ICTs, ou Instituições
Científicas e Tecnológicas - são obrigados a abrir licitação. 

Isso inclui centros de excelência como a Fiocruz e o Laboratório
Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). O invento - novo medicamento ou
processo industrial, por exemplo - é considerado um bem público,
porque foi financiado com verbas públicas.

Mas a licitação, nesse caso, dificulta o licenciamento, porque retira 
o sigilo da tecnologia e reduz a vantagem competitiva para as
empresas. 

Mais do que isso, inibe enormemente as perspectivas de investimento
para pesquisas de ponta na rede pública.

'Ninguém investe em algo muito novo sem garantia de exclusividade,
porque o risco é muito alto', afirma Fernando Reinach, professor
licenciado da USP e diretor-executivo da Votorantim Ventures, fundo
de capital de risco do grupo Votorantim. 

Ou seja, nenhuma indústria vai investir em pesquisa de ponta sem a
garantia mínima de que a tecnologia será dela no final. 

O texto atual do projeto permite às ICTs licenciar suas patentes por
meio de contratos exclusivos ou sem exclusividade. 

No primeiro caso, em lugar da licitação, passa-se a exigir a realização
de uma 'chamada pública', cujas normas serão definidas a posteriori -
provavelmente no formato de editais.

Quando não houver exclusividade, a ICT poderá negociar diretamente
com as empresas.

Uma cláusula, entretanto, ainda preocupa. Tecnologias consideradas
pelo Poder Executivo como de 'relevante interesse público' só
poderão ser licenciadas a título não exclusivo. 

Teoricamente, portanto, um laboratório poderia investir milhões de
reais no desenvolvimento de uma vacina com a Fiocruz e, no fim, ter
de dividir a tecnologia com a concorrência. 

O projeto de lei (PL) também prevê uma série de incentivos para que
pesquisadores da rede pública trabalhem em parceria com o setor
privado e até abram empresas próprias. 

Entre outras coisas, permite que cientistas das ICTs prestem
serviços especializados para empresas e sejam remunerados
diretamente por isso. Algo que já ocorre hoje, mas de forma muito
limitada - e polêmica.

Pesquisadores que quiserem se afastar da universidade para abrir
empresa poderão obter licença não remunerada por até seis anos.
Hoje isso é possível, mas depende de negociação.

Reinach, por exemplo, passou de tempo integral para parcial e
conseguiu licença de quatro anos para abrir a Alellyx Applied
Genomics, empresa de genômica e biotecnologia para a agricultura. 

'A lei dará mais um apoio moral', avalia. 'O importante é que haja um
mecanismo de volta caso a empresa dê errado.' Para não ficarem
desfalcadas, as ICTs poderão contratar substitutos durante o
afastamento. 

Do ponto de vista institucional, o PL não deixa dúvidas: 'É facultado
à ICT celebrar acordos de parceria para realização de atividades
conjuntas de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de
tecnologia, produto ou processo com instituições públicas e
privadas.'

Também permite, 'mediante remuneração e por prazo determinado,
compartilhar seus laboratórios, equipamentos (...) e demais
instalações'.

Tudo isso, mais uma vez, já é possível hoje. Mas os caminhos são
tortuosos, cheios de obstáculos e nem sempre transparentes, pela
falta de leis.

'A realidade é que muitas atividades têm de ser realizadas à margem
das instituições e, por isso, não resultam nos benefícios desejáveis',
diz o secretário de Políticas de Informática e Tecnologia do MCT,
Francelino Grando.

'O objetivo é acabar com esses caminhos tortuosos e construir uma
rodovia pavimentada. É a superação da dicotomia entre público e
privado.' 

Fonte: O Estado de SP, 6/6

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11. Lei de Inovação: 'Pesquisadores têm de retribuir'
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Para Carlos Labate, melhor retorno para a sociedade é na forma de
novas tecnologias 

Carlos Labate é pesquisador de uma Universidade pública, trabalha
com a indústria e não tem vergonha nenhuma disso. Muito pelo
contrário. 

Como funcionário público, ele acredita que a melhor maneira de
retribuir o investimento dos contribuintes é desenvolvendo novas
tecnologias. Em outras palavras, transformando conhecimento em
aplicação prática.

'É o que a sociedade espera de nós', diz Labate. 'A Universidade não
pode ficar à mercê dos pesquisadores. Tem de retribuir.' 

Professor do Laboratório de Genética Fisiológica da Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba, há seis
anos, ele mantém uma parceria com a Companhia Suzano de papel e
celulose para pesquisas de melhoramento genético do eucalipto.

O projeto tem financiamento de US$ 1 milhão da Fundação de
Amparo à Pesquisa de SP (Fapesp).

A empresa entra com R$ 700 mil por ano, além de R$ 600 mil doados
no ano passado para compra de equipamentos e reforma do
laboratório. Também paga técnicos, bolsistas e uma advogada
especializada em patenteamento para auxiliar o projeto.

O casamento já rendeu uma série de inovações, incluindo duas
patentes - divididas entre a USP, a Suzano e a Fapesp - e as
primeiras plantas de eucalipto transgênico, prontas para serem
levadas a campo.

As transações financeiras - incluindo doações - só são possíveis por
meio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e do
Instituto Uniemp, organização que promove a interação entre
universidades e empresas.

Apesar das pesquisas voltadas para a indústria, Labate garante que
os trabalhos na Universidade não são prejudicados. Em seu
laboratório, ele supervisiona pelo menos 11 alun