********************************************************************** SBQ - BIENIO (2002/2004) BOLETIM ELETRONICO No. 498 ********************************************************************** ______________________________________________________________________ Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (http://jbcs.sbq.org.br). ______________________________________________________________________ UMA ÓTIMA PÁSCOA A TODOS!!! DESEJAMOS A TODOS OS COLEGAS QUE RECEBEM ESTE BOLETIM E A SEUS FAMILIARES E AMIGOS, UM EXCELENTE FERIADO DE PÁSCOA!!! Veja nesta edição: 1. Curso teórico e prático sobre Espectrometria de Absorção Atômica, na UFSC 2. IX Escola Brasileira de Estrutura Eletrônica 3. Concurso Público para Professor do Magistério Superior na UESB 4. 1o. Congresso de Ciências Farmacêuticas de Cascavel - PR, e 1o. Simpósio em Ciência e Tecnologia de Alimentos do Mercosul 5. Eduardo Krieger: 'Estamos no caminho certo' ********************************************************************** 1. Curso teórico e prático sobre Espectrometria de Absorção Atômica, na UFSC ********************************************************************** Curso teórico e prático sobre Espectrometria de Absorção Atômica, promovido pelo Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina no período de 04 a 07 de maio de 2004. O curso, dividido em dois módulos, abordará conceitos básicos e tópicos avançados sobre o tema, ilustrados com experimentos envolvendo análises através de amostragem direta de sólidos e por suspensão, sistemas de injeção em fluxo, geração de hidretos, forno de grafite e etc., utilizando espectrômetro de absorção atômica convencional e a nova técnica de absorção atômica de alta resolução com fonte contínua (CS AAS). O curso contará com a colaboração de pesquisadores renomados na área de Espectroscopia Atômica como os profs. Drs. Adilson Curtius e Bernhard Welz. Obs. Maiores informações poderão ser obtidas, junto a comissão organizadora, através do e-mail: aas em qmc.ufsc.br ********************************************************************** 2. IX Escola Brasileira de Estrutura Eletrônica ********************************************************************** IX ESCOLA BRASILEIRA DE ESTRUTURA ELETRÔNICA SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA E INSTITUTO DE FÍSICA - UFBA Salvador, BA - 11 a 16 de julho de 2004. Estão abertas as inscrições para a IX Escola Brasileira de Estrutura Eletrônica (IXEBEE) que acontecerá em Salvador (BA) de 11 a 16 de julho de 2004. Na IX EBEE serão ministrados mini-cursos teóricos, palestras e eventuais atividades práticas. Estão também programadas uma mesa redonda e apresentação de trabalhos (painéis). A Escola destina-se a estudantes e doutores, e será dada prioridade a alunos de pós-graduação e final de graduação, visando a formação de novos pesquisadores em Física Atômica, Física Molecular, Física do Estado Sólido, Química Teórica, Novos Materiais, Biofísica Molecular e área correlatas. As inscrições irão até o dia 15 de abril de 2004 e poderão ser realizadas através da página www.sbf1.if.usp.br/eventos/ebee/ix onde encontram-se informações sobre Programação, Apoio Financeiro aos participantes, Cronograma para envio e análise dos trabalhos (painéis), Transporte, Hospedagem etc. Fonte: José David M. Vianna Coordenador Nacional ********************************************************************** 3. Concurso Público para Professor do Magistério Superior na UESB ********************************************************************** CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE PROFESSOR DO MAGISTÉRIO SUPERIOR (EDITAL N.º 27/2004) Matéria/Disciplina: Química Geral e Inorgânica Classe: Assistente Nº de vagas: 01 (uma) Regime de Trabalho: 40 h Exigência: Graduação em Química ou Área Afim e Pós-Graduação Stricto Sensu com Àrea de Concentração em Química. Período de Inscrições: 15 de abril a 29 de abril de 2004. Período de Realização das Provas: 01 a 12 de junho de 2004. Maiores informações: Telefones: (0xx77) 424-8624, Disque-PROGRAD: 0800-734321 e Home Page: www.uesb.br ********************************************************************** 4. 1o. Congresso de Ciências Farmacêuticas de Cascavel - PR, e 1o. Simpósio em Ciência e Tecnologia de Alimentos do Mercosul ********************************************************************** O curso de Farmácia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, estará promovendo, dos dias 11 a 15 de julho de 2004 o 1o. Congresso de Ciências Farmacêuticas de Cascavel - PR, e o 1o. Simpósio em Ciência e Tecnologia de Alimentos do Mercosul. Estes eventos estão sendo realizados em parceria com o Conselho Federal de Farmácia, Conselho Regional de Farmácia do Paraná, da Associação dos Farmacêuticos de Cascavel, do Centro Estadual de Educação Profissional de Cascavel, e com o apoio de diversas empresas, Como Laboratório de Medicamentos Fitoterápicos Pronabel, Laboratório de Analises Clínicas IBOP, Usiram Equipamentos Industriais, Prati Donaduzzi Indústria Farmacêutica, Latícinios Frimesa, US Dairy Export Council, Chr Hansen do Brasil, e outras, Este será o único Congresso da grande área de Ciências Farmacêuticas a ser realizado este ano no Paraná. Quanto ao simpósio, escolhemos este tema em razão do potencial agroindustrial da região oeste do Paraná e pela sua localização estratégica em relação aos demais países dos Mercosul. Temos como público alvo para estes eventos acadêmicos e profissionais farmacêuticos, biológos, químicos em geral e de alimentos, engenheiros químicos, biomédicos, engenheiros de alimentos, nutricionistas, médicos, agronomos e demais interessados. A programação, temas, valores de inscrição, data e normas para envio de trabalhos, e demais informações podem ser encontradas no site http://www.ccfunioeste2004.cjb.net . O e-mail para pedido de informações é ccfunioeste2004 em yahoo.com.br. Adianto que, devido a alguns contratempos que resultaram em atrasos na divulgação dos eventos, estaremos prorrogando a data-limite para envio de trabalhos. A nova data em breve estará disponível no site. Em parceria com a empresa Ambilletur Agência de Turismo, estaremos realizando um passeio turístico a Foz do Iguaçú. As informações sobre valores e reservas estarão em breve disponíveis no site. Além disso, contaremos com uma ampla programação cultural. Informações sobre stands e valores dos mesmos podem ser obtidos pelo e-mail ccfunioeste2004 em yahoo.com.br ou pyfilho em unioeste.br. Fonte: Prof Eduardo Borges de Melo Comissão Organizadora Curso de Farmácia - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE Cascavel - PR ********************************************************************** 5. Eduardo Krieger: 'Estamos no caminho certo' ********************************************************************** Defendendo maior participação dos integrantes da Academia Brasileira de Ciências (ABC) nas atividades da instituição e uma série de projetos para a consolidação do sistema de C&T no país, o médico Eduardo Moacyr Krieger, de 75 anos, é reeleito pela quinta vez consecutiva à presidência da entidade Getulio Alencar escreve para a 'Agência Fapesp": Na última eleição, encerrada dia 23/3, a chapa por ele encabeçada venceu a concorrente e conquistou o direito de liderar a ABC até 2006. Foi a primeira vez na última década que houve disputa para o cargo. Na eleição, Krieger somou 199 votos para presidente, enquanto o também médico Luiz Hildebrando Pereira da Silva ficou com 94. Em entrevista à 'Agência Fapesp', o gaúcho Krieger, que é professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, e diretor do Depto. da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração, fala das relações da comunidade científica com o governo e afirma que o setor de C&T está no caminho certo e pode ajudar a resolver os problemas sócio-econômicos do Brasil, mas ressalva que, se não houver mais investimentos nesse campo, continuará dependente dos países industrializados. Como foi a eleição para a direção da Academia Brasileira de Ciências? Krieger - Foi muito positiva. Somos cerca de 350 membros, dos quais 297 votaram. Houve grande interesse, em parte, porque houve uma disputa eleitoral. Esse envolvimento mostra vitalidade e interesse pela vida da academia. Nos últimos dez anos, essa foi a primeira vez que houve uma chapa de oposição. - Não era uma chapa de oposição. Os companheiros da chapa 2 mesmo faziam questão de dizer que se tratava de uma segunda chapa. Não havia divergências fundamentais. As críticas eram mais relativas a como conduzir a entidade e eles tinham todo o direito de ter uma visão própria sobre isso. Quais setores científicos fazem parte da ABC? - Ela compreende praticamente todas as áreas do conhecimento. Tínhamos apenas as áreas clássicas mas, nos últimos cinco, seis anos, abrimos espaço para as ciências das engenharias e, depois, para as ciências agrárias, da saúde e as humanas e sociais. Foi algo inédito trazer as ciências humanas para a academia. Como o sr. vê a importância da ABC? - Todos os países que têm um mínimo de ciência tem sua academia. Isso é uma tradição de aproximadamente 400 anos. Elas foram formadas pelos governos com a idéia de reunir os melhores cientistas e para servir ao país. Na época, não se fazia muita pesquisa na Universidade e os cientistas apresentavam seus trabalhos nas academias, uma vez que nas Universidades, a filosofia e as humanidades dominavam. A academia de ciências da França foi criada pelo rei; a americana, pelo presidente Lincoln, durante a Guerra de Secessão. O papel da academia para aconselhar o governo em matéria de ciência vem desde seu início, embora seja pouco conhecido. Como se dá o relacionamento da ABC com o governo? - Aqui, ela foi criada em 1916 como entidade não-governamental, mas nos últimos 20, 30 anos, com o desenvolvimento da ciência, passou, cada vez mais, a ser reconhecida pelos governos como organismo de assessoramento. A grande vocação da Academia Brasileira de Ciências tem sido a de fazer parte do sistema de ciência e tecnologia do país. Participou da organização do CNPq, em 1950/51; da criação do MCT, em 1985, e agora tem assento no Conselho Nacional de C&T. A entidade recebe recursos oficiais? - Sim. Essa é a forma como as academias de todo o mundo são mantidas. Elas apresentam projetos de estudo e de coordenação para as agências governamentais. Não são projetos de execução. As academias ocidentais não executam projetos de pesquisa. Ao contrário, por exemplo, das academias da Rússia e da China, que têm dupla função, pois têm institutos de pesquisa próprios. Não seria interessante que o governo direcionasse recursos para as áreas carentes de desenvolvimento e as associações científicas executassem esses projetos? - Não. Acho que o esquema que temos é correto: o dinheiro do governo vai para as agências, fundações, secretarias, etc. e deve ser distribuído de acordo com critérios e prioridades, que são fixados pelo governo ou pelas agências. A comunidade científica deve participar e influenciar no debate, além de executar os projetos, mas não pode criar prioridades, pois essa não é sua atribuição. Nós temos de lutar por duas coisas: pela ciência ampla, de balcão, para atender aos bons projetos; e por uma política científica, de indução de projetos para áreas prioritárias. O governo está aplicando bem seus recursos financeiros em C&T em áreas de interesse para o desenvolvimento do país? - As coisas que estão acontecendo são próprias de um país jovem cientificamente. Temos uma ciência de médio porte nos últimos 20 anos. Passamos de uma produção média de 2 mil trabalhos científicos, na década de 80, para 10 mil atualmente. Formávamos um número mínimo de doutores; hoje formamos de 6 a 7 mil por ano. O Brasil deu um salto enorme em ciência nesse período. Evidente, que as coisas ainda estão por se fazer. Precisamos aumentar a capacidade científica em todas as áreas e, ao mesmo tempo, desenvolver políticas para setores fundamentais para o desenvolvimento, como o da biotecnologia, informática, prospecção de petróleo e o do agronegócio. O caminho que estamos seguindo é certo, mas há muito que fazer. Quais são os gargalos nesse esquema? - O gargalo também é próprio do crescimento. Se, por um lado, estamos formando de 6 a 7 mil doutores - e isso é pouco, considerando nossos 170 milhões de habitantes -, por outro, já começa a existir dificuldades de trabalho para esse pessoal, pois o sistema universitário, que é uma parte do mercado, não está absorvendo essa mão de obra na velocidade necessária e o setor industrial, que é grande empregador de doutores no mundo industrial, no Brasil está apenas começando. Temos menos de 10% de nossos doutores trabalhando na indústria. Mas o país não tem uma indústria razoavelmente desenvolvida? - O que temos são exemplos de setores industriais, algumas ilhas, como a indústria aeronáutica, o agronegócio, que vão bem. Mas há uma enormidade de outros setores que estão só começando, ao contrário dos países industrializados, onde todos os setores funcionam. Mas por quê a iniciativa privada não investe e não faz inovação? Esse é o nosso grande desafio. Certamente, não é por falta de recursos humanos qualificados. A formação de doutores e de engenheiros nas nossas Universidades é de bom nível e capaz de suprir as necessidades. É preciso investir e a indústria quer fazer dinheiro. A questão é complexa, mas acho que o governo está preocupado em ter uma política industrial. E o país acaba perdendo parte desses especialistas. - Eu diria que essa perda ainda não foi dramática porque só nos últimos anos tem aumentado a velocidade de formar doutores e o problema está começando a aparecer. O senhor é um entusiasta da divulgação da ciência. Qual sua opinião sobre essa questão hoje em dia? - Há dois aspectos: um deles, é a divulgação como fator de educação. O progresso científico ocorre a toda hora e é necessário difundir o progresso que acontece nos centros de pesquisa, laboratórios e Universidades. Todos têm de saber e acompanhar o que está acontecendo para utilizar esse conhecimento. O segundo aspecto é que divulgando o conhecimento científico, se predispõe o governo, congresso e sociedade a também fazê-lo. Difundir a ciência significa divulgar seu impacto no setor produtivo. Todo dia, os jornais trazem informações sobre o que está sendo descoberto. Então, a ciência hoje é um fator fundamental de desenvolvimento. O Brasil precisa se conscientizar de que ou ele acredita que tem, faz, apóia e usa a ciência ou vai ficar a reboque dos países industrializados. Os últimos governos têm demonstrado sensibilidade para questões desse tipo? - Os governos estabelecem as prioridades em função das pressões que recebe. Então, num país como o nosso, que tem problemas fundamentais, como os de saúde, é claro que o setor de saúde pressiona por mais recursos. A ciência é um dos elementos a pressionar o governo. Não sei dizer se a comunidade científica não tem sido suficientemente eficaz em promover e fazer o marketing da ciência no governo. O fato é que poderia ser melhor. A conscientização por parte dos poderes públicos, do congresso, existe, mas não na medida necessária. Se eles acreditassem que, por meio da ciência, a médio e longo prazos, se resolveriam os problemas sócio-econômicos, apostariam um pouco mais nela. E como transferir e utilizar o conhecimento científico que vem sendo produzido? - Nesse campo também somos jovens. Se há 30 anos, quiséssemos transferir conhecimento, não teríamos o que transferir. Hoje, sim. Acho que um belo exemplo foi dado pela Fapesp, no caso da Xylella fastidiosa. Quer dizer, quando se teve um problema tecnológico, se fez um chamado e rapidamente apareceram vários laboratórios em condições de fazer o seqüenciamento genético da bactéria. Isso demonstrou que tínhamos capacidade instalada. Se não tivesse havido investimento em bioquímica, em genética, em tecnologia, não haveria gente capacitada. É preciso ter ciência para ter o que aplicar, mas não se pode fazer ciência para depois aplicá-la. O jogo atual é como compatibilizar a criação do novo conhecimento com sua aplicação. Se não houver aplicação, o país não cresce, não há renda e isto impede o crescimento científico. Economicamente, o Brasil patinou nas últimas décadas, mas a ciência cresceu. Não há aí um paradoxo? - Não creio. Acho que cresceu porque ela era muito pequena e não foi por inércia. Eu diria que houve política para isso. Eu apontaria, por exemplo, a criação da FAPESP, na década de 60; CNPq e a Capes, na década de 50. E o grande salto se deu na década de 70, com a pós-graduação. Começamos a década de 80 formando 500 doutores por ano; no início da década de 90 eram 1500; no início de 2000, três vezes mais; e, agora, mais de 6 mil. E a meta de formar 10 mil é factível. O Chile está formando 50, 60; a Argentina, 450. E o que fazer para aplicar na prática esse conhecimento? - Agora, por exemplo, está sendo anunciada uma política industrial com cinco grandes eixos: software, microeletrônica, fármacos, biotecnologia e máquinas. Os três primeiros dependem de conhecimento e de sua transferência. Quer dizer, o setor tecnológico não se mantém sem novos conhecimentos. A biotecnologia, por sua vez, é um exemplo claro de uma área em que expandimos extraordinariamente o conhecimento científico. A genômica e as vacinas são áreas em que temos o domínio para alimentar a indústria, mas quem vai fazer essa ponte é o governo e o setor industrial. O problema agora é como fazer a indústria aceitar o desafio e ver lucro nisso. Há uma grita freqüente contra a falta de recursos para C&T. Qual a situação atual? - Estamos investindo em torno de 1% do PIB no setor. Só que a maior parte desse investimento é governamental e menos de 30% do total vem do setor privado. Se quisermos aumentar esses investimentos, quem vai alavancar isso é o setor privado, caso contrário dificilmente chegaremos aos 2,5% dos países industrializados. O setor privado investe nele mesmo, mas cria riquezas, emprega os doutores e, com mais riqueza no país, você dá mais dinheiro para a ciência básica. É nesse ciclo virtuoso que precisamos entrar: ciência-aplicação-riqueza. Mais ciência, mais aplicação, mais riqueza. Fonte: Agência Fapesp, 6/4 ********************************************************************** Secretaria Geral SBQ ====================================================================== Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq em iqm.unicamp.br http://www.sbq.org.br Até nossa próxima edição!!! ====================================================================== _________________________________________________________ Prof. Luiz Carlos Dias Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Química - SBQ e-mail: luizsbq em iqm.unicamp.br