********************************************************************** SBQ - BIENIO (2002/2004) BOLETIM ELETRONICO No. 496 ********************************************************************** ______________________________________________________________________ Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (http://jbcs.sbq.org.br). ______________________________________________________________________ Veja nesta edição: 1. SBQ - Eleições 2004 - Envio de cédulas 2. Modelo FAPESP Aprovado: Por quem??? 3. Entrevista do Professor Henrique Toma, do Instituto de Química da USP, ao LQES NEWS 4. Estão Abertas as Inscrições para o XII Encontro Nacional de Ensino de Química 5. Concurso para professor adjunto na área de educação no Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia 6. 200ª. Tese de Doutorado em Química na UFMG 7. Academia Brasileira de Ciências terá 1ª disputa em uma década 8. Vagas estatizadas, editorial da 'Folha de SP' 9. Limite das cotas, editorial da 'Folha de SP' ********************************************************************** 1. SBQ - Eleições 2004 - Envio de cédulas ********************************************************************** Prezado(a) Sócio(a): As cédulas para votação da nova Diretoria e Conselho Consultivo da SBQ, bem como da(s) diretoria(s) De divisão(ões), que terão um mandato de 2 (dois) anos a partir de maio de 2004, foram enviadas aos sócios efetivos quites com a SBQ. No dia 26/04 será realizada, no Instituto de Química da USP, a partir Das 9:00 h, a apuração dos votos recebidos até esta data. Em seguida comunicaremos o resultado da apuração e os novos membros tomarão posse no dia 02/06 na Reunião Anual da SBQ, em Salvador. O Conselho Consultivo juntamente com a Diretoria indicaram, de acordo com o Cap.VI Art. 16 do Estatuto, e, levando em conta as sugestões enviadas pelos Sócios Efetivos da SBQ, os nomes que constam da cédula para os cargos de Diretoria, os quais aparecem em ordem alfabética. Os nomes para a(s) diretoria(s) de divisão(ões) foram indicados pela(s) diretoria(a) atual(is) por processo análogo. Para o Conselho Consultivo as indicações encontram-se, também, em ordem alfabética e você deverá indicar um máximo de seis nomes. Está disponível na homepage da SBQ (www.sbq.org.br), no link "SBQ - Eleições 2004" a lista de todos os candidados aos cargos de Diretoria e Conselho da SBQ, com fotos, com os respectivos mini Currículos e respostas à algumas perguntas formuladas sobre o futuro da SBQ. Os candidatos estão em ordem alfabética, separados por cargo. Votar é um direito do sócio efetivo. Exerça o seu direito! Luiz Carlos Dias Secretário Geral da SBQ ********************************************************************** 2. Modelo FAPESP Aprovado: Por quem??? ********************************************************************** A página da FAPESP divulgou com destaque que o modelo adotado para a avaliação das solicitações de Bolsas de Mestrado foi aprovado. O corpo da notícia revela uma série de argumentações que levaram a FAPESP a alterar as regras de avaliação das solicitações destas bolsas, com o agravante, na minha opinião, de tal fato ter ocorrido durante o andamento do processo de avaliação. Pergunto-me: será que a comunidade científica, mesmo com toda a sua passividade, que aparentemente a leva a aceitar mudanças de regras durante o jogo, realmente aprovou este novo modelo de avaliação da FAPESP, ou mesmo deu-se conta da mudança de conceito que o acompanha? Vejamos: A forma de avaliação a que estamos acostumados privilegia o Parecer do Assessor Ad hoc, que forma a base sobre a qual a avaliação de mérito do projeto e da proposta é construída pelo comitê assessor da área. Este princípio, da avaliação pelos pares, tem sido considerado imprescindível para a correta avaliação de mérito dos projetos porque, em um sistema de desenvolvimento científico e tecnológico acelerado como se encontra inclusive o do Estado de São Paulo, o conhecimento multiplica-se a uma enorme velocidade e o acompanhamento do que está ocorrendo no mundo científico torna-se tarefa exeqüível apenas por especialistas em cada uma das diversas e muitas subáreas. No novo modelo adotado pela FAPESP estes pareceres não foram obtidos, mesmo com os projetos tendo sido submetidos dentro das regras, estampadas na página da FAPESP, que solicitavam o seu envio em tempo hábil para que a FAPESP pudesse encaminhá-los para a sua assessoria, visando a obtenção do parecer de mérito. Prescindir do envio das propostas de bolsa de mestrado para estes especialistas significa que o parecer foi emitido por um grupo de pesquisadores, cujas capacidade e competência são inquestionáveis, mas que não pode ser detentor de todo o conhecimento de uma área tão abrangente como a Química. Isto leva-nos a pensar que o mecanismo de avaliação tornou-se mais burocrático, com análises sendo determinadas mais pelos critérios quantitativos, tais como número de artigos publicados pelos orientadores, número de alunos por ele formados e histórico escolar do aluno. Critérios que poderiam dispensar a atuação de comitês pois, sendo totalmente objetivos e gerando como resultado final somente uma "pontuação fria", poderiam ser inseridos em uma planilha de cálculo e produzir números semelhantes aos divulgados como resultados do processo de avaliação. Além disso, priorizou-se, novamente com riscos ao mérito, as propostas atreladas, em especial, a projetos Temático, Jovem Pesquisador e CEPID. Além disso, deve-se colocar questões de ordem prática como: quem fará o acompanhamento dos projetos? Suponho que deva ser a comissão que os aprovou, uma vez que deverá ser bastante difícil para qualquer um de nós se comprometer a acompanhar projetos que, talvez, se houvéssemos sido consultados, teríamos argumentos de mérito que recomendariam a sua não aprovação. É certo que fatores objetivos devem ser considerados no processo de avaliação, mas é mais do que certo que o critério de mérito no meio acadêmico deve manter o respeito ao parecer dos nossos pares. Se não tivéssemos outros argumentos, deveríamos pelo menos lembrar que é ele que proporciona a possibilidade de que um projeto de um jovem pesquisador de talento , mas ainda sem pontuação, computada através de critérios puramente objetivos, tenha sua solicitação aprovada. Este tem sido um dos alicerces sobre o qual construiu-se a comunidade acadêmica do Estado de São Paulo. Teme-se que incluído na notícia "Modelo Aprovado" esteja implícito, seja lá por quem foi que o tenha aprovado e sobre qual consulta chegou-se a esta conclusão, que a opinião dos assessores não é necessária ao julgamento de mérito das propostas encaminhadas à FAPESP. Este temor faz-se ainda mais presente nos momentos de crise financeira, onde a escassez de recursos leva à necessidade de uma seleção mais rigorosa, na qual os critérios de mérito científico tornem-se mais relevantes diante daqueles de caráter mais burocrático. A julgar pelo modelo adotado para a avaliação das solicitações de bolsas de mestrado, a FAPESP, diante da pressão, está fugindo para o lado mais fácil e burocratizando o processo em detrimento ao mérito científico. Será que a mesma reação poderá ocorrer para outros tipos de solicitação??? Para manifestar minha preocupação com as conseqüências, caso isso venha acontecer, declaro: Modelo Aprovado, mas não por mim, que ainda acredito nas avaliações dos pares!! Nota do editor: O Prof. Celio Pasquini pede que seja informado que não solicitou bolsas de mestrado à FAPESP nesta ocasião em que o novo modelo foi adotado. ********************************************************************** 3. Entrevista do Professor Henrique Toma, do Instituto de Química da USP, ao LQES NEWS ********************************************************************** Entrevista Na era supramolecular e nanotecnológica o químico precisa reaprender A pensar quimicamente. Entrevista inédita e exclusiva do Professor Henrique Toma, do Instituto de Química da USP, ao LQES NEWS, abordando diferentes aspectos de sua especialidade, como também a questão da interdisciplinaridade, formação e financiamento à pesquisa. http://lqes.iqm.unicamp.br/canal_cientifico/pontos_vista/pontos_vista_entrev istas10-1.html ********************************************************************** 4. Estão Abertas as Inscrições para o XII Encontro Nacional de Ensino de Química ********************************************************************** Estão abertas as inscrições e envio de resumos para o XII Encontro Nacional de Ensino de Química. Para inscrições, envio de resumo e participação em mini-cursos, Acesse a página do evento: www.quimica.ufg.br/eneq/eneq.htm O XII Encontro Nacional de Ensino de Química ocorrerá simultaneamente com o XIII Encontro Centro-Oeste de Debates Sobre o Ensino de Química, com o III Encontro Centro-Oeste de Química e com a V Semana do Químico (UFG/UEG/UnB/CEFET-GO). Local: Instituto de Química - Universidade Federal de Goiás De 27 a 30 de Julho de 2004. Goiânia - GO. Fonte: Márlon H F B Soares Instituto de Química Universidade Federal de Goiás ********************************************************************** 5. Concurso para professor adjunto na área de educação no Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia ********************************************************************** Concurso para professor adjunto na área de educação no Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia O Edital completo encontra-se no seguinte endereço: http://2002.ufu.br/webnoticias_detalhes.asp?noticia=1042 Fonte: Divinomar Severino ********************************************************************** 6. 200ª. Tese de Doutorado em Química na UFMG ********************************************************************** 200ª. TESE DE DOUTORADO EM QUÍMICA NA UFMG O Curso de Pós-graduação em Química da UFMG está comemorando, com muito orgulho, a defesa da Ducentésima Tese de Doutorado - Área de Concentração: Química Orgânica no próximo dia 23 de março de 2004. O curso teve seu início em 1967, para Mestrado, e em 1969, para Doutorado. Desde então, já diplomou 341 Mestres e chegamos agora à marca de 200 doutores diplomados. O primeiro mestrado foi defendido em 1969 e a primeira tese de doutorado ocorreu em 1973, também na área de concentração da Química Orgânica. Este curso sempre obteve as melhores classificações nas avaliações CAPES, destacando-se entre os mais conceituados do país. Os Mestres e Doutores egressos do Curso de Pós-graduação em Química encontram-se espalhados pelos diferentes estados do Brasil como docentes de universidades, pesquisadores de instituição de pesquisa ou de laboratórios de empresas do Setor Industrial. O curso tem contribuído positivamente para o crescimento e aprofundamento da pesquisa no país através da formação de pessoal altamente qualificado e desenvolvimento de projetos de pesquisa na área da Química. 200a. Tese de Doutorado em Química Área de concentração: Química Orgânica Aluno: Sérgio Duarte Segall Orientadora: Profa. Dra. Jacqueline Aparecida Takahashi - Química/UFMG Título: "Uso de Lipases na Produção de Triglicerídeos Estruturados de Baixo Valor Calórico" Data: 23 de março de 2004 (terça-feira) Hora: 14:00 horas Local: Auditório/Sala 120 - Dep. Química Banca: Prof. Dr. Fernando Carazza - Química/UFMG Prof. Dr. Rodinei Augusti - Química/UFMG Prof. Dr. Laurent Gil - ICEB/UFOP, Profa. Dra. Maria das Graças Cardoso - UFLA/Lavras, Profa. Dra. Rosemeire Brondi Alves - Química/UFMG (como Suplente) e Profa. Dra. Célia Maria Corrêa - Farmácia/UFOP (como Suplente). Fonte: Profa. Dorila Piló Veloso Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Química Fone: (31) 3499-5732 ********************************************************************** 7. Academia Brasileira de Ciências terá 1ª disputa em uma década ********************************************************************** Eduardo Moacyr Krieger enfrenta Luiz Hildebrando Pereira para presidência de agremiação de cientistas A mais antiga agremiação científica multidisciplinar do Brasil tem, neste mês, a primeira eleição disputada desde 1993. Depois de ser reeleito sem opositores por três mandatos, o fisiologista Eduardo Moacyr Krieger, atual presidente da ABC (Academia Brasileira de Ciências), enfrenta a o parasitologista Luiz Hildebrando da Silva Pereira. Ambos os candidatos são médicos, têm 75 anos e elogiam o papel de destaque que a ABC granjeou nos últimos anos na cooperação internacional com outras academias de ciência. Mas as semelhanças terminam aí. Krieger defende a continuidade dos projetos em andamento: 'Estou diretamente envolvido neles, e os membros me motivaram a continuar. Há tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que seria uma pena deixar isso parar', diz o pesquisador do Incor (Instituto do Coração), em SP. Hildebrando (como é mais conhecido), do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical em Porto Velho (RO), avalia que a participação dos membros da Academia, escolhidos por seus pares para representar os cientistas mais reconhecidos do Brasil, está muito aquém do desejável. 'Quem tem uma participação mais intensiva são os membros da diretoria e alguns assessores mais próximos. As atividades regionais são poucas, e há grande quantidade de membros em SP, por exemplo, que praticamente não participam da Academia', afirma o parasitologista, nascido em Santos. Krieger destaca a participação da ABC no debate nacional sobre a transformação dos resultados produzidos pelos cientistas em inovação tecnológica: 'Nós temos tido presença permanente no Conselho Nacional de C&T, que é dirigido pelo próprio presidente da República e pode ajudar a coordenar todas as ações para criar uma política industrial, que nós ainda não temos', afirma o médico gaúcho. Segundo ele, a Academia estreitou relações com suas congêneres pelo mundo. A ABC integra o IAP (sigla inglesa de Painel Interacademias, que reúne 90 entidades do gênero) e a Academia de Ciências do Terceiro Mundo. A ABC foi signatária, por exemplo, de um manifesto das Academias de Ciência em favor das pesquisas com clonagem terapêutica. 'O papel da Academia não é entrar diretamente no debate sobre questões como essa, mas fornecer subsídios científicos claros e confiáveis para que a sociedade possa avaliar a questão', diz Krieger. Hildebrando advoga posição mais ativa contra o que considera uma tendência 'obscurantista' e perigosa na sociedade. 'Um exemplo nítido é a atitude em relação aos transgênicos, que se tornou quase um temor místico contra supostos elementos de ordem não-natural. Outro é a interferência de correntes religiosas nas decisões do Congresso sobre pesquisas de clonagem terapêutica.' O parasitologista foi cassado pelo governo militar nos anos 60, por ser do Partido Comunista Brasileiro, e demitido da USP. Foi pesquisar no Instituto Pasteur (França), onde permaneceu por três décadas. Ele defende a ampliação do papel da Academia na divulgação do conhecimento científico como forma de contrariar essa tendência anticientífica - outro ponto de contato entre ele e a candidatura de Krieger. A ABC, fundada em 1916, tem sede no Rio e cerca de 400 membros. O resultado das eleições será conhecido no final do mês. Fonte: Folha de SP, 22/3 ********************************************************************** 8. Vagas estatizadas, editorial da 'Folha de SP' ********************************************************************** Muitas das Universidades federais estão literalmente caindo aos pedaços. Será correto aplicar preciosos recursos destinados à educação superior para outras finalidades que não a recuperação do patrimônio público? Eis o texto do editorial: Merece ser examinada com atenção a proposta do ministro da Educação, Tarso Genro, de criar vagas públicas em instituições de ensino superior privadas. Em linhas gerais, a idéia é estender a todos os estabelecimentos particulares os incentivos fiscais e previdenciários hoje concedidos às instituições filantrópicas. Em troca, as faculdades destinariam pelo menos 25% de suas vagas ao poder público. A definição de quais alunos seriam contemplados ficaria a cargo da Universidade federal da região, que deverá aplicar o sistema de cotas. Genro pretende criar 100 mil novos lugares já neste ano, a um custo estimado em R$ 350 milhões. A meta para cinco anos é gerar 400 mil vagas. A idéia é engenhosa e parece filosoficamente correta, mas não pode passar sem algum questionamento. A criação de uma vaga universitária na rede privada se dá a um custo bem menor do que no sistema público. Mas é preciso ter claro que não se trata exatamente do mesmo 'produto'. Faculdades privadas em geral se limitam a ensinar o aluno. Uma Universidade pública faz bem mais do que isso. Além do ensino, ela desenvolve atividades de pesquisa e extensão. Freqüentemente, conta com um hospital universitário. Nem os custos nem a formação oferecida pela Universidade pública podem ser comparados aos de suas congêneres particulares. A pesquisa é atividade cara. Não é casual que as escolas privadas praticamente a ignorem. Cerca de 90% da ciência brasileira é obra de instituições ligadas ao Estado. O desempenho das faculdades públicas nas avaliações do Provão é nitidamente superior ao da média das particulares. O Brasil, porém, é um país com grande carência de pessoas com formação de terceiro grau. Infelizmente, não é possível estender a todos os que desejem o acesso gratuito a cursos com o padrão de excelência das Universidades públicas. Faz sentido, portanto, que o Estado fomente a criação de mais vagas, ainda que recorrendo à renúncia fiscal. O problema é que muitas das Universidades federais estão literalmente caindo aos pedaços. Diante disso, seria correto aplicar preciosos recursos destinados à educação superior para outras finalidades que não a recuperação do patrimônio público? Outra questão complexa é a que diz respeito às escolas com fraco desempenho acadêmico. O correto seria fechá-las, para que não enganem o consumidor e para que não ameacem a população. A proposta de Genro, se não forem estabelecidas certas cautelas, traz o risco de o Estado aplicar dinheiro público em instituições que deveria lacrar. No mais, restam dúvidas sobre as garantias de que os desvios hoje comuns no reino das filantrópicas não se repetiriam no novo sistema. Fonte: Folha de SP, 20/3 ********************************************************************** 9. Limite das cotas, editorial da 'Folha de SP' ********************************************************************** Ainda que fosse possível estabelecer objetivamente o que é ser negro, quanto sangue negro alguém precisaria ter em suas veias para fazer jus à cota? Eis o texto do editorial: As regras anunciadas pela Universidade de Brasília (UnB) para seu programa de cotas raciais para negros e pardos dão bem a medida da inconsistência desse sistema. Os candidatos que pretendam beneficiar-se das cotas serão fotografados 'para evitar fraudes'. Uma comissão formada por membros de movimentos ligados à questão da igualdade racial e por 'especialistas no tema' decidirá se o candidato possui a cor adequada para usufruir da prerrogativa. Para além do fato de que soa algo sinistra a criação de comissões encarregadas de avaliar a 'pureza racial' de alguém, faz-se oportuno lembrar que, pelo menos para a ciência, o conceito de raça não é aplicável a seres humanos. Os recentes avanços no campo da genômica, por exemplo, já bastaram para mostrar que pode haver mais diferenças genéticas entre dois indivíduos brancos do que entre um branco e um negro. Se é impossível estabelecer de forma objetiva uma definição para negro, torna-se forçoso reconhecer que o único critério democrático é aquele empregado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em seus questionários demográficos, que é o da autodeclaração. Isto é, será negro ou pardo quem assim se classificar. Aqui, como é evidente, a fotografia se torna ociosa. Esta Folha se opõe à política de cotas por entender que nenhuma forma de discriminação, nem mesmo a chamada discriminação positiva, pode ser a melhor resposta para o grave problema do racismo. A filosofia por trás das cotas é a de que se pode reparar uma injustiça através de outra, manobra que raramente dá certo. Para além dessa objeção teórica, o dilema da UnB mostra que existem dificuldades práticas. Ainda que fosse possível estabelecer objetivamente o que é ser negro, quanto sangue negro alguém precisaria ter em suas veias para fazer jus à cota? Num país miscigenado como o Brasil, quase todos encontrarão um ancestral de origem africana em sua ascendência. Fonte: Folha de SP, 22/3 ********************************************************************** Secretaria Geral SBQ ====================================================================== Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq em iqm.unicamp.br http://www.sbq.org.br Até nossa próxima edição!!! ====================================================================== _________________________________________________________ Prof. Luiz Carlos Dias Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Química - SBQ e-mail: luizsbq em iqm.unicamp.br