[Boletim-sbq] Boletim Eletronico No. 490

Luiz Carlos Dias luizsbq em iqm.unicamp.br
Quarta Março 3 12:45:16 EST 2004


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SBQ - BIENIO (2002/2004)      BOLETIM ELETRONICO      No. 490
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Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian 
Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista 
de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América 
Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da 
SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).
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Veja nesta edição:

1. SBQ - Eleições 2004
2. Número 1, Volume 15, do J. Braz. Chem. Soc., 2004, comemorando 
os 15 anos do JBCS, está disponível online
3. Visita do Prof. Richard Larock ao Brasil
4. Vaga para Pós-Doutor no CDTN/CNEN
5. Concurso público para preenchimento de uma vaga para docente 
efetivo no Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química 
da UFBA
6. I Workshop sobre pesquisa e desenvolvimento de medicamentos 
originados a partir de fontes naturais: da química a clínica
7. Bolsistas da Capes devem receber bolsas atrasadas até o dia 3 
8. Inovação em marcha lenta, artigo de Antônio Márcio Buainain

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1. SBQ - Eleições 2004 
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Prezado(a) Sócio(a): 

Estaremos enviando a todos em breve a cédula para votação da nova 
Diretoria e Conselho Consultivo da SBQ, bem como da(s) diretoria(s) 
De divisão(ões), que terão um mandato de 2 (dois) anos a partir de 
maio de 2004. 

O Conselho Consultivo juntamente com a Diretoria indicaram, de acordo 
com o Cap.VI Art. 16 do Estatuto, e, levando em conta as sugestões 
enviadas pelos Sócios Efetivos da SBQ, os nomes que constam da cédula 
para os cargos de Diretoria, os quais aparecem em ordem alfabética. 
Os nomes para a(s) diretoria(s) de divisão(ões) foram indicados 
pela(s) diretoria(a) atual(is) por processo análogo. 

Para o Conselho Consultivo as indicações encontram-se, também, em 
ordem alfabética e você deverá indicar um máximo de seis nomes.  

Está disponível na homepage da SBQ (www.sbq.org.br), no link 
"SBQ - Eleições 2004" a lista de todos os candidados aos cargos de
Diretoria e Conselho da SBQ, com fotos, com os respectivos mini 
Currículos e respostas à algumas perguntas formuladas sobre o futuro 
da SBQ. 

Os candidatos estão em ordem alfabética, separados por cargo. 

Votar é um direito do sócio efetivo. 
Exerça o seu direito! 

Luiz Carlos Dias 
Secretário Geral da SBQ

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2. Número 1, Volume 15, do J. Braz. Chem. Soc., 2004, comemorando 
os 15 anos do JBCS, está disponível online
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Temos a satisfação de anunciar que o número 1, Volume 15, do J. Braz. 
Chem. Soc., 2004, comemorando os 15 anos do JBCS, já está disponível 
online no site da revista: http://jbcs.sbq.org.br.

Para receber sempre o aviso de um novo número disponível on-line, 
assine o Alert disponível também na nossa página.

Divulgue entre seus colegas, dentro e fora do Brasil, este serviço, 
ajudando o JBCS a ser cada vez mais conhecido e reconhecido no mundo 
científico. Faça um link para o JBCS na sua página pessoal ou 
institucional. Não há custos envolvidos.

Os assinantes devem receber seus exemplares em breve.

Este número contém 1 Comunicação, 18 Artigos e 5 Short Reports. 

Neste primeiro número temos também as normas para 2004, que incluem 
um resumo da submissão on-line. 

Submeta seus trabalhos para publicação no JBCS!

Nosso "Impact Factor" de 2002 é 1,036 !!!

Aproveite também a oportunidade para tornar-se assinante do JBCS se 
você ainda não é, ou de garantir uma assinatura para a biblioteca de 
sua Instituição.

Mais informações sobre a revista podem ser encontradas no NOVO website 
http://jbcs.sbq.org.br. Visite-o e preencha o canal interativo, o 
nosso "Survey" que nos ajudará a melhorar o JBCS a partir da sua 
opinião.

Vamos continuar trabalhando juntos para aprimorar nossa revista cada 
vez mais !

Editores do J. Braz. Chem. Soc.

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3. Visita do Prof. Richard Larock ao Brasil
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"O Prof. Richard Larock da Iowa State University estará novamente 
visitando o Brasil e proferindo palestras em várias universidades do 
país. O prof. Richard Larock é muito conhecido pelos seus trabalhos 
em química organometálica de paládio aplicada à síntese orgânica. 

Atualmente, desenvolve também pesquisa sobre obtenção de materiais 
poliméricos a partir de óleos vegetais. Estes materiais possuem 
propriedades mecânicas e térmicas com aplicação industrial, tais 
como amortecimento de som e de vibração e memória de forma.

O prof. Larock é autor do mais completo livro de metodologia em 
química orgânica: "Comprehensive Organic Transformations: A Guide to 
Funcional Group Preparations". Ele possui mais de 230 publicações, 
33 patentes e recebeu vários prêmios, entre os quais o Prêmio da 
American Chemical Society em 2004, pela sua contribuição à 
descoberta e desenvolvimento de novas e valiosas rotas sintéticas 
de uma grande variedade de compostos heterocíclicos.

No dia 08/03, às 10h, estará no Instituto de Química-UFRGS 
apresentando o seminário " Novel polymeric materials from vegetable 
oils" e à tarde estará à disposição dos pesquisadores (contato: 
Profa Annelise E. Gerbase, agerbase em iq.ufrgs.br). 

No dia 09/03, estará visitando o Instituto de Química-USP e 
apresentado a palestra "Synthesis of Carbocycles and Heterocycles 
via Iodine- and Palladium-Promoted Cyclization and Annulation" 
(contato: Prof Helio Stefani, hstefani em usp.br). 

No dia 10/03, visitará o Instituto de Química-UFRJ apresentando o 
mesmo seminário às 16h, na sala 601 do IQ/UFRJ (contato: Profa. 
Claudia Rezende, crezende em iq.ufrgj.br). 

No dia 11/03 visitará o Instituto de Química-UFF, apresentado 
seminário às 16h (contato, Prof. Vitor Ferreira, cegvito em vm.uff.br).
 
Fonte: Profa. Annelise Engel Gerbase
Instituto de Química
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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4. Vaga para Pós-Doutor no CDTN/CNEN
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O Laboratório de Preparação de Materiais do Centro de Desenvolvimento 
Da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN) convova interessados a participar de
processo de seleção para 01 vaga de Pós-Doutor (Bolsa CNPq - Instituto
do Milênio de Nanociências), com ingresso imediato. O interessado irá
desenvolver atividades de pesquisa na área de Funcionalização de
Nanotubos de Carbono.

Pré-requisito: químico com doutorado em síntese orgânica e experiência
em microescala.

Contatos:
Clascídia A. Furtado (clas em cdtn.br)
Adelina Pinheiro Santos (adelina em cdtn.br)
Tel: (31) 3499-3162
Serviço de Materiais e Combustível Nuclear - CDTN/CNEN
Belo Horizonte - MG
www.cdnt.br

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5. Concurso público para preenchimento de uma vaga para docente 
efetivo no Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química 
da UFBA
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Comunicamos que encontram-se abertas até o dia 15/03/04 as inscrições 
para o Concurso público para preenchimento de uma vaga para docente 
efetivo no Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química 
da UFBA.

CLASSE - Professor Adjunto

TITULAÇÃO - Doutor

REGIME DE TRABALHO - Dedicação Exclusiva

MATÉRIA - Química Orgânica: Síntese Orgânica ou Química de Produtos 
Naturais.

INFORMAÇÕES:  http://www.prograd.ufba.br/concurso_docentes.html

EDITAL:  http://www.prograd.ufba.br/edital03_2004_docente.doc

Pontos do concurso

1 - Conformações e configurações de moléculas orgânicas;
2 - Formação da ligação carbono-carbono;
3 - Ressonância magnética nuclear na análise de substâncias orgânicas;
4 - Reações de adição em substâncias orgânicas;
5 - Reações de substituição em substâncias orgânicas;
6 - Acidez e basicidade de substâncias orgânicas.

Contatos (inclusive para quem necessitar realizar a inscrição através 
de um procurador):

Prof. Lafaiete Almeida Cardoso (lafaiete em ufba.br)
Chefe do Departamento de Química Orgânica (dqorgan em ufba.br)
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Química
(71) 2375784-85 237 5495  99731563 Fax: 2374117

Prof. Dr. Dirceu Martins (dirceum em ufba.br)
Diretor do Instituto de Química - UFBA (iquimica em ufba.br)
(71) 237-5784 ; 237-5785; FAX 237-4117
40170-290 - Campus Universitário de Ondina
Salvador- Bahia - Brasil

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6. I Workshop sobre pesquisa e desenvolvimento de medicamentos 
originados a partir de fontes naturais: da química a clínica
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"I Workshop sobre pesquisa e desenvolvimento de medicamentos 
originados a partir de fontes naturais: da química a clínica" 

Local: Seará Praia Hotel - Fortaleza-Ceará
Data: dias 2,3 e 4 de maio de 2004  

A idéia é agregar no evento pesquisadores de diversas aeréas 
envolvidos no processo de desenvolvimento de medicamentos, em anexo 
segue o cronograma.

O nosso site é www.loe.ufc.br. O email é loe em ufc.br.

Fonte:  Profa. Claudia Pessoa
Faculdade de Medicina/UFC

 I Workshop sobre Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos a
 Partir de Fontes Naturais: da Química à Clínica.
 
 Programa/ Cronograma
 
Data: 02 de maio/2004
19:00hs

Conferência Magna: Biodiversity: A Continuing Source of Novel Leads 
for Drug Discovery and Development. Dr. Gordon Cragg - NCI-USA
Coquetel de Abertura
Dia 1:  03/05/2004
08:30-10:00hs
Mesa-redonda: Plantas como Fonte de Novas Moléculas com Potencial 
Terapêutico
Coordenador: Prof. Edilberto Silveira (UFC)
Palestra 1: Biodiversidade  da Flora Brasileira - Waldir Mantovani
Palestra 2: Bioprospecção: Realidade e Mito na Busca por Novos 
Fármacos. Profa. Dr. Vanderlan Bolzani (UNESP)
Palestra 3 : Rede Nordeste de Bioprospecção da Atividade Anticâncer- 
Prof. Dra. Claudia do Ö Pessoa (UFC).

10:00-10:30hs
Coffee-break

10:30-12:00hs
Mesa-redonda: Organismos Marinhos como Fonte de Novas Moléculas 
com Potencial Terapêutico
Coordenadora: Profa. Dra. Otilia Deusdênia Pessoa (UFC)
Palestra 1: Biodiversidade Marinha do Nordeste E Sudeste do 
Brasil- Dr. Tito Lotufo- UFC
Palestra 2: Integração e Interdisciplinaridade na Descoberta 
de Produtos Naturais Marinhos Biologicamente Ativos  Dr. Roberto 
Gomes Berlinck- USP São Carlos 
Palestra 3: Animais Marinhos como Fonte de Novas Moléculas 
Terapêuticas. Dra. Letícia Veras Costa Lotufo- UFC

12:00-14:00hs
Almoço

14:00-15:45hs
Mesa-redonda: Desenvolvimento de Medicamentos Fitoterápicos
Coordenadora: Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes
Palestra 1: A Importância do Conhecimento Etnofarmacológico no 
Desenvolvimento de Fitomedicamentos  -  Prof. Dr  Francisco Abreu 
Matos (UFC)
Palestra 2: O Mercado de Fitomedicamentos - Dr José 
Roberto Lazarini (Laboratório Ache)
Palestra 3: Interação Indústria Academia na Produção de 
Fitomedicamentos - Dr Luís Pianowski (Laboratório Ache)
Palestra 4: Regulamentação e Padronização de Fitomedicamentos - 
Dr. Edmundo Machado Neto - ANVISA (a ser confirmado).

15:45-16:15hs
Coffee-break

16:15-17:45hs
Mesa-redonda: Alvos Moleculares para Novas Moléculas com Potencial 
Terapêutico
Coordenador: Dr. Ícaro de Souza Moreira (UFC)
Palestra 1: Modelagem Molecular de Fármacos: Desenvolvimento e 
Aplicações. Dr. Marcelo Zaldini Hernandes (UFPE)
Palestra 2: Bioprodutos imunológicos e terapêutica. Dr. Manoel Barral 
UFBA)
Palestra 3: Química Medicinal - Eliezer J. Barreiro (UFRJ)
Dia 2:  04/05/2004 
08:30-10:00hs
Mesa-redonda: Estudos Farmacológicos e Toxicológicos 
Pré-clínicos de Fitomedicamentos
Coordenadora: Profa. Claudia do Ó Pessoa (UFC) 
Palestra 1:. Elisaldo Carlini (UNIFESP)
Palestra 2: Avaliação de Toxicidade e Genotoxicidade de Extratos de 
Plantas Medicinais. Dr. João Antonio Pêgas Henriques (UFRGS).
Palestra 3:  Dr. João Batista Calixto-  (UFSC)

10:00-10:30hs
Coffee break

10:30-12:00hs
Mesa-redonda: Avaliação Clínica da Segurança e da Eficácia de 
Fitomedicamentos
Coordenador:. Dr. Manoel Odorico de Moraes- UFC
Palestra 1:   Estudo da Eficácia dos Fitomedicamentos. Dra. Maria 
Elisabete de Amaral de Moraes- UFC
Palestra 2:   Toxicologia Clínica dos Fitomedicamentos- 
Dr. Fernando Antonio Frota Bezerra
Palestra 3:  Potencial Terapêutico de Novas Moléculas Derivadas de 
Plantas. Dr. Gilberto De Nucci- USP - Campinas

12:00-14:00hs
Almoço

14:00-15:30hs
Mesa-redonda: Propriedade intelectual
Coordenador: Dr. Aritomar  (UFC)
Palestra 1:  Os principais Entraves na Proteção e 
Comercialização do Conhecimento Gerado nas Instituições de Ensino 
e  Pesquisa Brasileira - Dra. Celeste Emerick- FIOCRUZ 
Palestra 2:  A Função Social da Propriedade Intelectual nos 
Paises em Desenvolvimento- (INPI - a ser confirmado)
Palestra 3:  Instrumentos Legais de Acesso a Biodiversidade e 
Biossegurança - Dr. Jorge Guimarães.
Palestra 4:  Papel Estratégico do Ministério da Saúde no 
Desenvolvimento de Medicamentos no País. Dr. Reinaldo Guimarães.

15:30-16:00hs
Coffee-break

16:00-17:30
Debate:  Coordenador:  Dr. Manoel Odorico de Moraes Filho

18:00hs
Encerramento

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7. Bolsistas da Capes devem receber bolsas atrasadas até o dia 3 
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Até quarta-feira todos os bolsistas da Capes deverão ter recebido os
valores referentes às bolsas de janeiro. A informação é da assessoria
de comunicação da instituição

O atraso de quase um mês, segundo a assessoria, teria ocorrido
apenas com o Programa Institucional de Capacitação Docente e
Técnica (PIDCT), em algumas instituições de ensino superior. A
Ascom da Capes não soube informar quais instituições foram afetadas
pelo atraso.

As Pró-reitorias de Pesquisa e Pós-graudação da Universidades
Federal de Goiás (UFG) e da Universidade de Brasília (UnB) informaram
que até o final da semana passada ainda não haviam recebido os
recursos para o pagamento das bolsas PIDCT.

A UFRGS só recebeu o repasse da Capes na sexta-feira passada e já
está providenciando os depósitos paras os bolsistas.

Além disso, algumas Universidades como a UFG e a UnB tiveram
problemas também com os repasses relativos ao Programa Absorção
Temporária de Doutores (Prodoc) da Capes.

A Ascom da Capes informou que a coordenação passou por um
problema orçamentário que já foi sanado.

O site de consulta da Capes é http://www.capes.gov.br
Gestão C&T, 238)

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8. Inovação em marcha lenta, artigo de Antônio Márcio Buainain
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Mais do que atender ao balcão de demandas reprimidas - da
academia ou das empresas -, é necessário definir e sustentar
prioridades estratégicas para o país, com visão de médio e longo
prazo

Inovação e desenvolvimento econômico e social são irmãos siameses:
um empurra ou trava o movimento do outro, de forma que só é
possível progredir quando ambos se colocam de acordo e caminham
na mesma direção. 

Difícil imaginar solução para qualquer problema do país - do
desemprego ao desequilíbrio externo - que não dependa de
capacidade de inovação; impossível falar de explosão de crescimento
sustentável sem condições de competir em um mercado mundial onde
a conquista de cada fatia depende, entre outras, da capacidade
endógena para pelo menos acompanhar as mudanças tecnológicas. 

Como tantas outras prioridades, a inovação recebe amplo
reconhecimento no papel, mas até o momento não se transformou em
política efetiva de Estado no Brasil. 

Os esforços - e pequenas conquistas - da gestão Cardoso foram
anulados em 2003, e o setor perdeu rumo e voltou a patinar em
marcha lenta. 

Documento recente da Organização Mundial de Propriedade
Intelectual (Ompi) traz uma boa notícia: o Brasil quase duplicou o
número de pedidos de patentes entre 1999 e 2003, saltando de 126
para 221 registros. 

Isoladamente, esse resultado poderia provocar otimismo em relação
ao futuro, sentimento que começa a rarear depois da euforia
pós-eleitoral. 

Infelizmente, o estudo também traz uma má notícia: neste mesmo
período, outros países tiveram desempenho muito melhor. 

A China saltou de 200 para 1.200; a África do Sul registrou 376
patentes, a Índia, 612 e a Coréia, 2.900. Mais grave ainda, como
destaca 'O Estado de SP' em editorial de 27/2, as empresas
brasileiras estiveram ausentes do relatório da Ompi. 

Esses resultados revelam a fragilidade do país em uma área na qual o
bom desempenho não é medido pelo progresso individual, mas em
relação aos demais competidores.

Inovação é um processo sistêmico, que envolve inúmeros atores -
das Universidades às empresas - que atuam segundo lógicas e
prioridades diferenciadas, e que só se realiza em um ambiente
estimulante e catalisador das competências e iniciativas de cada um.

Análise do Sistema Nacional de Inovação revela deficiências em todos
os seus componentes, da formação de recursos humanos,
infra-estrutura de tecnologia básica (TIB) até na atitude dos
agentes. 

Ainda assim, não é a debilidade de cada componente que inibe a
inovação, mas a ausência de articulação entre eles e de um ambiente
estimulador. 

O governo Lula herdou instrumentos de ação praticamente prontos
para mobilizar recursos e catalisar esforços - entre os quais os
Fundos Setoriais (FS) - e uma agenda positiva para dar um grande
salto adiante, cujo ponto número 1 é a aprovação de uma lei que crie
e consolide o marco institucional adequado para promover a
inovação. 

É animador que o novo ministro de C&T tenha inaugurado sua gestão
levantando precisamente esses pontos, recolocando-os no lugar de
prioridades do Estado a serem implementadas pelo atual governo.

A Lei de Inovação (LI) e os FS têm papéis essenciais para alavancar
a capacidade de inovação no país.

A lei tem dois objetivos maiores: criar e regulamentar os estímulos
microeconômicos para a inovação e viabilizar o fluxo de capacitações
e recursos entre as empresas e as instituições públicas de ensino e
pesquisa, principais agentes do sistema de inovação.

Para as empresas, a inovação é atividade de risco, que exige
aplicação de recursos de longa maturação em condições de forte
incerteza. 

Por isso, todos os países desenvolvidos vêm adotando políticas para
reduzir riscos, prover recursos para P&D em condições favoráveis,
criar regras para facilitar a mobilização de recursos e estimular o
empreendedorismo de base tecnológica. 

No Brasil andamos na contramão: o pensamento dominante ainda
trata a pesquisa como monopólio das instituições públicas, e coíbe o
uso de recursos públicos pelo setor privado para realizar P&D.

Ao contrário de outros países, onde as empresas construíram
capacidade própria de pesquisa, no Brasil essa capacidade está
fundamentalmente concentrada nas universidades e institutos
públicos de pesquisa (IPP). 

Não há nada de errado com pesquisadores que se preocupam com
papers e com produção de conhecimento, assim como não há nada
de errado com empresas lucrativas. Ao contrário! 

O problema é que a legislação atual restringe a utilização dos
recursos humanos e tecnológicos das IPP pelas empresas,
desestimula o financiamento privado de pesquisas nas IPP e bloqueia
a cooperação Universidade-empresa. 

Já os FS têm o papel de forjar parcerias e mobilizar novos recursos
para a CT&I. O próprio mecanismo de gestão compartilhada visa
aproximar parceiros potenciais, identificar oportunidades e estimular a
cooperação entre os agentes do sistema. 

Mesmo que os recursos contingenciados dos FS fossem liberados,
ainda seriam insignificantes em face das necessidades do país. 

Pulverizá-los em ações básicas de fomento científico, por mais
meritórias que sejam, é o melhor caminho para inutilizá-los. 

Mais do que atender ao balcão de demandas reprimidas - da
academia ou das empresas -, é necessário definir e sustentar
prioridades estratégicas para o país, com visão de médio e longo
prazo. 

É preciso transformar os FS em semeadouros do processo de
inovação, mantendo compromissos assumidos e afastando sua gestão
do vai-vém-cotidiano das políticas e da política. 

Bom sinal a manutenção do orçamento do Ministério de C&T. 

Nota do Editor: Antônio Márcio Buainain é professor do Instituto de 
Economia da Unicamp. Artigo publicado em 'O Estado de SP' 2/2)

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Secretaria Geral SBQ

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Até nossa próxima edição!!!
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Prof. Luiz Carlos Dias
Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Química - SBQ
e-mail: luizsbq em iqm.unicamp.br




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