SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 457


Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


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Veja nesta edição:

  1. Premiação da Melhor Tese de Doutorado do Instituto de Química - UFRJ no Ano de 2002
  2. Alunos do Ensino Médio participarão do ENEQUI/2004 em São Carlos
  3. Bolsistas na penúria
  4. Deputado reivindica mais R$ 130 milhões para bolsas de pós-graduação
  5. Como anda o mercado de trabalho para recém-doutores?

1. Premiação da Melhor Tese de Doutorado do Instituto de Química UFRJ no Ano de 2002


PROGRAMA - CONVITE

DIA 24/10/03 (Sexta-feira)

14:00 h - Solenidade de Abertura

Local: Sala 633 do IQ, CT Bloco A

14
10 h - Conferência "Ciência e Tecnologia no RJ" Professor Jerson Lima Silva (Diretor Científico da FAPERJ)

Local: Sala 633 do IQ, CT Bloco A

15
00 h - Conferência "Pesquisa e Pós-Graduação na UENF" Professor Raimundo Braz Filho (Reitor da UENF)

Local: Sala 633 do IQ, CT Bloco A

15:50 h - Homenagens Especiais

Local: Sala 633 do IQ, CT Bloco A

16
00 h - Premiação com a Medalha Fritz Feigl à Melhor Tese de Doutorado do IQ-UFRJ no ano de 2002 à aluna Luciana Rocha de Moura Estevão

Local: Sala 633 do IQ, CT Bloco A

16:10 h - Solenidade de Encerramento.

Local: Sala 633 do IQ, CT Bloco A

16:20 h - Coquetel de Congraçamento oferecido pela SINC do Brasil

Local: 7o. andar do IQ, CT, Bloco A


2. Alunos do Ensino Médio participarão do ENEQUI/2004 em São Carlos


Será realizado no período de 01 a 07 de Fevereiro de 2004, em São Carlos, o Encontro Nacional de Estudantes de Química. Participam da organização do evento estudantes dos cursos de Química do DQ/UFSCar e do IQSC/USP. Pela primeira vez, desde que foi criado o encontro em 1981, os organizadores decidiram promover um evento destinado a alunos do Ensino Médio. Esta iniciativa é uma clara manifestação da preocupação dos estudantes de química com a necessidade de uma maior aproximação de toda a comunidade universitária com a realidade do ensino de química praticado nas escolas secundárias. Por outro lado, reforça a divulgação dos cursos de química junto aos jovens que ainda não se decidiram por uma profissão. Durante o evento será realizado o Curso "Uma Semana Como Químico na UFSCar".para 60 alunos de escolas públicas da região de São Carlos. Mais informações poderão ser obtidas no endereço: http://www.dq.ufscar.br/

Prof. Dr. Luiz Henrique Ferreira
Coord. Curso de Lic. em Química
Depto de Química/UFSCar


3. Bolsistas na penúria


Almoçar e jantar entre mendigos e refugiados tem sido a única opção encontrada pelos bolsistas para não desistir dos estudos

Um doutorando brasileiro, residindo em Milão, onde se encontra como bolsista da Capes, foi obrigado a se inscrever na Opera San Francesco d'Assisi, uma entidade religiosa que distribui refeição gratuita aos pobres na Itália, para conseguir sobreviver.

A grave situação é provocada pela desvalorização de cerca de 20% do dólar face ao euro, que vem sendo ignorada pelas autoridades brasileiras.

Em reunião com os bolsistas brasileiros em Paris, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, culpou os próprios bolsistas pela situação, alegando que 'se tivessem escolhido fazer doutorado na África do Sul ou na Índia poderiam ter melhores condições de vida, pois nesses países o dólar é mais valorizado'.

Ou seja, almoçar e jantar entre mendigos e refugiados tem sido a única opção encontrada pelos bolsistas para não desistir dos estudos.

Fonte: O Estado de SP, 20/10


4. Deputado reivindica mais R$ 130 milhões para bolsas de pós-graduação


O dep. Jamil Murad (PCdoB/SP) irá propor à Câmara emenda de R$ 130 milhões para as bolsas de pós-graduação

A informação foi divulgada pela Agência Câmara.

Murad foi o autor do requerimento da audiência realizada na última quinta-feira, 16 de outubro, pela Comissão de C&T, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados que discutiu oferta e valor das bolsas de pós-graduação oferecidas pelo governo.

Durante o encontro, que contou com a participação de parlamentares, cientistas, pesquisadores e estudantes, foi unânime a opinião de que o número e a remuneração proporcionada pelo benefício precisam sofrer reajustes.

Segundo texto da Agência Câmara, o CNPq e a Capes oferecem 35 mil bolsas por ano para a formação de doutores e mestres. Os doutorandos recebem pouco mais de R$ 1 mil e os mestrandos, R$ 700.

Mesmo com as baixas quantias, nem todos os estudantes são contemplados. De acordo com a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), apenas 16% dos candidatos a mestres e doutores têm acesso ao benefício.

Para o diretor de Programas Horizontais do CNPq, José Roberto Leite,

Ele afirmou, em texto da Agência Câmara, que a categoria não precisa ficar confinada em Universidades e salas de aula, pois tem capacidade para transformar conhecimento em divisas para o Brasil.

Mais informações sobre o assunto pelo fone (61) 348-9078. (Gestão C&T, 204)

Fonte: JC e-mail 2390, de 21 de Outubro de 2003


5. Como anda o mercado de trabalho para recém-doutores?


Não adianta o país investir em formação de doutores se esses não conseguirem postos de trabalho

Mensagem de Lindomar Carvalho, do Depto. de Física, da Universidade de Houston, EUA:

Estou fazendo doutorado na Universidade de Houston, Texas, EUA. Claro, ando de antena ligada para a realidade do nosso querido pais. Dentre as tantas preocupações que rondam a minha cabeça está a dolorosa pergunta: o que fazer no ano que vem? (ano da minha graduação).

Às vezes me impressiono com a nossa sociedade no que tange a divergências de opinião. Parece ser realidade o dito que diz: 'o Brasil é um gigante adormecido'.

Às vezes penso que o pais é um gigante com um povo leigo, conservador, passivo, ou melhor: o Brasil é um gigante discutido.

Se discute no pais muito o que o governo anda fazendo, o que deveria fazer, o que deixou de fazer, ... mas nunca se discute porque a iniciativa privada brasileira e tão retrógrada em muitos aspectos.

Só pra citar um exemplo que nunca consegui entender. O futebol brasileiro, dominado pela iniciativa privada, vive esse caos, esse mar de incompetentes.

Vê-se claramente a falta de visão administrativa, a falta de inteligência para entender que esse é um produto, e como tal tem que ter o maior cuidado para que o mesmo chegue ao consumidor (torcedor) bem atrativo.

Poderia ir em todos os aspectos da nossa vida, veria que desde muito tempo andamos imitando outros.

O mais novo a imitar é a Coréia do Sul e China. Vale lembrar que esses dois paises eram piores ou iguais ao Brasil, mas agora estão em condições bem melhores pois investem desde os últimos 20 anos em educação, ciência e tecnologia.

Enquanto isso, nós vivemos o nosso falso romantismo de o país é lindo, curtir as praias, carnaval ...

A verdade é que em pontos chaves da sociedade estão sentadas pessoas com pensamentos amadores, retrógrados.

Não adianta o país investir em formação de doutores se esses não conseguirem postos de trabalho, e se esses postos de trabalho forem preenchidos, não adianta, igualmente, se não gerarem algum retorno econômico a curto prazo para o pais.

Isso quer dizer, não adianta ficar investindo igualmente, os já parcos recursos, em ciência básica e ciência aplicada. Infelizmente a realidade é que a ciência aplicada exige um volume muito maior de recursos.

Ciência aplicada (centros de pesquisa que se 'confundem' com empresas) deveria ser uma constante no nosso país, porém como ficamos pensando como a 20 anos atrás, resta nos ver outros paises irem para frente e nós a passos de tartaruga, discutindo sobre transgênicos, publicando como nunca, reuniões científicas, Faps, ..., mas patentes!!! tecnologia!!! Muito acanhadamente.

Mensagem de George Sand França, doutor em Sismologia pela USP e atualmente na UnB com contrato temporário trimestral para auxiliar o Observatório Sismológico de Brasília:

A situação é lamentável e o pior: não vejo numa iniciativa do governo para modificar tal situação.

Passei 4 anos fazendo doutorado, com uma bolsa de R$ 1073,00 para sustentar uma Família, pagando aluguel e sobrevivendo (em SP).

Espera-se ao terminar conseguir algo melhor. Mas, não é isso que acontece. Infelizmente estou trabalhando sem condição de fazer pesquisa (dia e noite), ou melhor seria mesmo esquecer que fiz Doutorado e tentar fazer um concurso.

A bolsa de recém-doutor (agora só pós-dr), no caso de aprovação, é cerca de 1840,00 reais.

Numa área que sou especialista, nenhuma Universidade privada quer.

Aonde irei trabalhar?

Sinceramente, não sei o que será de min e minha família. São exatamente 6 meses a espera de uma resposta do CNPq.

O triste é saber que vem mais um nova geração de Doutores sem mercado de trabalho.

Mensagem de Ozeas S. Costa Jr, professor assistente na Universidade St. Francis Xavier, Canadá
(http://www.stfx.ca/people/ocosta):

Concordo com o Izaque Maia que a colocação de recém-doutores no mercado depende muito da especialidade.

Em áreas como Oceanografia, por exemplo, você frequentemente tem que competir por vagas oferecidas em outras disciplinas (como Geografia, Geologia, Biologia) e acaba esbarrando no corporativismo (as 'panelinhas') dos departamentos.

Mas eu gostaria de chamar atenção para o fato de que as Universidades e agencias contribuem para tornar esta transição ainda mais difícil com o excesso de burocracia, especialmente para quem faz o doutorado no exterior.

Existem duas exigências que contrariam o bom senso e que, se modificadas, poderiam facilitar bastante a vida dos recém-doutores no exterior, sem prejuízo da qualidade.

Uma delas é a exigência de reconhecimento (revalidação) do diploma por uma instituição nacional.

A mim parece um contra-senso que uma instituição seja escolhida pelo CNPq e Capes para receber um bolsista brasileiro (supõe-se que através de uma seleção criteriosa com base na qualidade acadêmica

O bolsista retorna ao pais com um diploma que não tem nenhuma validade, e se sujeita a um processo extremamente lento de revalidação.

Eu dei entrada no meu requerimento em agosto de 2002 e somente em abril de 2003 recebi uma carta dizendo que meu pedido foi aprovado e que eu deveria então enviar o diploma original (sabe-se lá por mais quanto tempo) para que fosse reconhecido.

Meu diploma (que não é válido no Brasil) á válido em qualquer outra instituição estrangeira, pelo menos na América do Norte e Europa, onde o critério mais importante é a qualidade da tese e o número de publicações oriundas da tese (que indica aprovação pelos pares do trabalho desenvolvido).

Outro aspecto do mercado de trabalho brasileiro (principalmente as Universidades) que o torna pouco atrativo para
pesquisadores/recem-doutores estabelecidos/oriundos no/do exterior é que o processo de seleção exige a presença física do interessado (teste de conhecimentos e avaliação didática).

Citando outro exemplo concreto: A Ufes irá realizar concurso para o Curso de Oceanografia e eu gostaria de me candidatar para uma das vagas.

Para tanto, preciso ir ao Brasil para me inscrever e para fazer as provas de conhecimento e didática.

Se o deslocamento de candidatos dentro do pais já é um problema enorme (sob os pontos de vista financeiro, pessoal e profissional), maior ainda se o candidato tiver que se deslocar de um outro pais, em pleno período letivo.

Vale notar que também está exigência não existe em nenhuma outra Universidade que conheço.

A avaliação é feita com base no currículo do candidato (experiência profissional e produtividade cientifica) e também na carta de intenções onde o candidato explicita seus planos para pesquisa, ensino e extensão, no caso de ser aceito pela instituição.

Mas tenho pouca esperança que qualquer mudança venha a ocorrer nessas exigências, pelo menos no curto prazo. Na Universidade brasileira o bom senso frequentemente perde para a inércia.

De qualquer forma, esta iniciativa de refletir sobre o problema já merece efusivos aplausos.

Mensagem de Orlando José Tobias (tobias.oj@ieee.org):

Eu fiz meu mestrado (1995) e doutorado (1999) em engenharia na UFSC. Desde o inicio do mestrado, estou recebendo algum tipo bolsa.

Agora vou receber a última em dezembro de 2003. Obviamente, me deparei com as seguintes questões: para que tanto sacrifício? de que servem as publicações em periódicos internacionais, se agora não sei como vou manter a minha família?

Fonte: JC e-mail 2390, de 21 de Outubro de 2003


Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br http://www.sbq.org.br

Até nossa próxima edição!!!


Prof. Luiz Carlos Dias
Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Química - SBQ e-mail: luizsbq@iqm.unicamp.br