SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 454


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Veja nesta edição:

    Número 5, Volume 14, do J. Braz. Chem. Soc., 2003, está disponível online Canais das células dão Nobel a americanos Nobel protesta contra restrições à pesquisa Capes vai fazer levantamento de carreiras mais promissoras Universo é uma bola de futebol, diz estudo Resolução do Centro de Gestão do Patrimônio Genético sobre biodiversidade e pesquisa Comunidade científica pede fim de contingenciamento dos fundos setoriais

1. Número 5, Volume 14, do J. Braz. Chem. Soc., 2003, está disponível online

Temos a satisfação de anunciar que o número 5, Volume 14, referente a Setembro/Outubro de 2003 do J. Braz. Chem. Soc., 2003, já está disponível online no site da revista: http://jbcs.sbq.org.br.

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Editores do J. Braz. Chem. Soc.


2. Canais das células dão Nobel a americanos


Dupla ajudou a explicar fluxo de água e átomos carregados em tecidos vivos, esclarecendo certos casos de diabetes

Os dois mais jovens vencedores do Prêmio Nobel deste ano, até agora, ajudaram a resolver um velho problema da bioquímica: como a célula regula a entrada e a saída de substâncias através de sua membrana.

Ao esclarecer a estrutura e funcionamento desses canais celulares, os médicos norte-americanos Peter Agre, 54, e Roderick MacKinnon, 47, conquistaram o Nobel de Química.

Os canais de água e de íons (átomos com carga) elucidados pela dupla mantêm alguns mecanismos básicos do organismo humano. Exemplos: os impulsos nervosos, a constância dos batimentos cardíacos e a reabsorção correta de água pelos rins (se prejudicada, causa o diabetes insípido).

Qualquer bagunça nesse sistema extremamente azeitado de transporte molecular pode causar as mais variadas doenças.

'Esse tipo de ciência é muito básica, mas ela dá uma contribuição muito grande. Mutações que alteram esses transportadores celulares estão na origem de várias doenças', afirma o médico Marcelo Morales, 34, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, na UFRJ.

Morales trabalhou ao lado de Peter Agre na Universidade Johns Hopkins, no Estado norte-americano de Maryland, entre 1993 e 1995.

Ainda colabora com as pesquisas do laureado - tanto que ajudou a organizar sua vinda para o Brasil na próxima semana, para o 5º Congresso Ibero-Americano de Biofísica, que acontece a partir do dia 12 no RJ.

'Ninguém dava trela para ele no começo, porque não se acreditava que houvesse um transportador de água', recorda Morales. Uma série de experimentos bem planejados, no entanto, ajudaram Agre a provar

Ele inseriu a proteína que suspeitava ser o portão de entrada da água na membrana de algumas células e deixou outras sem ela. As que tinham a proteína-canal inflaram com a entrada do líquido, enquanto as demais permaneceram com dimensões normais.

A nova proteína, cujo funcionamento foi elucidado em 1992, ganhou

Nos rins humanos, por exemplo, a AQP1 e a AQP2 ajudam a manter funcionando um sofisticado sistema de reutilização da água corporal.

Se o trabalho de Agre já é dos mais recentes para os padrões do Nobel (que costuma premiar descobertas com décadas de idade), as pesquisas de Roderick MacKinnon, da Universidade Rockefeller, em Nova York, praticamente aconteceram ontem.

Foi só em 1998 que o médico e bioquímico revelou a estrutura do canal de íons de potássio, o primeiro a ser explicado em detalhes.

Ninguém entendia como esse íon conseguia adentrar certos canais celulares que não deixavam entrar o sódio, menor, e que portanto deveria passar.

MacKinnon matou a charada examinando cristais com a estrutura do canal 'congelada': os átomos de oxigênio dentro dele estavam dispostos da mesma maneira que os das moléculas de água fora da célula -e por isso os íons de potássio se difundiam naturalmente.

'O mecanismo de entrada do íon de potássio é essencial para o funcionamento de músculos e neurônios', diz Célia Regina Garcia, 44, do Instituto de Biocências da USP, para quem o trabalho abre perspectivas farmacêuticas.

Fonte: Folha de SP, 9/10


3. Nobel protesta contra restrições à pesquisa


Um dos vencedores do Prêmio Nobel de Química deste ano, anunciado na quarta-feira, afirmou que poderá usar parte do dinheiro da premiação para ajudar a defender a liberdade da pesquisa acadêmica contra as restrições impostas aos cientistas como parte da guerra americana contra o terrorismo

mundo e nos EUA
afirmou Peter Agre, de 54 anos, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, que dividiu o prêmio de US$ 1,3 milhão com Roderick MacKinnon, do Instituto Médico Howard Hughes, da Universidade Rockefeller.

Em 1988, Agre descobriu a existência de canais de água na membrana celular. Por sua vez, MacKinnon, de 47 anos, apontou, pela primeira vez, em 1998, a existência de canais celulares de íons - como as proteínas formam um caminho para a passagem de íons pela membrana celular.

Os canais de íons desempenham as funções de barrar ou permitir a entrada dos íons, o que controla, por exemplo, os batimentos cardíacos e a secreção de hormônios.

Segundo a Real Academia da Suécia, as descobertas são essenciais para a compreensão do corpo humano - 70% composto de água -, e de doenças dos rins, coração e nervos.

Descoberta é fundamental para entender doenças

'A descoberta (deles) nos permitiu um entendimento molecular fundamental de como, por exemplo, os rins recuperam água da urina primária e como os sinais elétricos das nossas células nervosas são gerados e propagados', informou a academia no informativo sobre a premiação.

noite - brincou Peter Agre.

O cientista protestou contra a falta de liberdade das pesquisas ao citar o caso do especialista Thomas Butler, que foi indiciado por autoridades federais depois de informá-las que havia perdido algumas amostras de agentes infecciosos.

O caso, nascido das restrições impostas aos cientistas depois dos atentados de 11 de Setembro, provoca intenso debate nos EUA, onde diversos cientistas já saíram em defesa de Butler.

Agre estará no Rio na próxima quarta-feira participando do Congresso Ibero-americano de Biofísica 2003, que reunirá cientistas de diversas partes do mundo. Ele falará sobre os canais da membrana celular.

Fonte: O Globo, 9/10)


4. Capes vai fazer levantamento de carreiras mais promissoras


Bastou a indústria petrolífera alertar, dois anos atrás, sobre a falta de engenheiros e hoje o curso de Engenharia de Petróleo é o segundo mais concorrido da UFRJ, com 21,8 candidatos por vaga

Brasil tem jovens atentos às oportunidades e dispostos a se dedicar a novos campos. Mas que outras áreas precisam de cérebros e braços? É o que a Capes quer tentar responder.

A Capes admite que está na hora de montar um novo plano estratégico para indicar áreas que precisam de profissionais e, conseqüentemente, de cursos ou vagas de graduação e pós-graduação.

Aliás, está mais do que na hora de fazer o chamado Plano Nacional de Pós-Graduação, que deve ser concluído em 2004. 'O último é de 1989 e hoje estamos desarmados quanto às demandas da sociedade', diz o presidente da Capes, Marcel Bursztyn.

'Precisamos identificar que carreiras vão morrer ou nascer.' Sem uma pesquisa abrangente, alunos e profissionais têm de adotar o 'comportamento de manada': se muitos estão optando por uma carreira, ela deve ser promissora.

Seja na Engenharia de Petróleo ou em Relações Internacionais - curso mais concorrido da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em julho -, ainda falta saber quantos profissionais podem ser absorvidos e em quanto tempo. Sem isso, corre-se o risco de formar-se gerações de especialistas que já não encontrarão mais vagas.

'Não sei se hoje egressos das escolas de administração estão conseguindo empregos. Já na área de meio ambiente, todo mundo está empregado', compara.

Fonte: O Estado de SP, 9/10


5. Universo é uma bola de futebol, diz estudo


Novos cálculos com base na radiação cósmica de fundo sugerem que cosmos é finito e fechado sobre si mesmo

Ninguém sabe dizer se Deus é brasileiro, mas o Universo, ao que parece, foi criado à imagem e semelhança de uma bola de futebol.

A conclusão, de um grupo liderado por Jean-Pierre Luminet, do Observatório de Paris, parece ser a melhor resposta aos dados obtidos com o satélite WMAP.

Eles sugerem que a geometria do Universo, numa escala gigante, pode ser um dodecaedro esférico, composto por gomos pentagonais.

Se isso for verdade, quer dizer que o Universo não seria infinito, como normalmente se imagina, mas finito e fechado sobre si mesmo - se você caminhar indefinidamente à procura do 'fim do Universo', acabará voltando ao ponto de partida.

Essas idéias já circulam na física desde Albert Einstein, que, usando sua teoria da relatividade, propôs um modelo de cosmos esférico e fechado.

A sonda WMAP mede a radiação cósmica de fundo, uma espécie de eco deixado pelo Big Bang (explosão que teria dado origem ao cosmos) na forma de microondas vindas de toda parte.

Medindo as pequenas variações de intensidade dessa radiação, é possível estimar a densidade do Universo - fator crucial para definir a natureza de sua geometria.

Resultados obtidos por uma equipe italiana com sensores em balões, em 2000, pareciam apontar na direção de uma densidade de valor '1', uma espécie de número mágico que sugeria a forma do cosmos como um tapete, plano e infinito em todas as direções.

Mas o WMAP, mais preciso, parece apontar noutra direção.

Em março deste ano, um grupo liderado por Max Tegmark, da Universidade da Pensilvânia, apontou que os dados sugeriam uma conformação finita para o Universo.

'Que forma ele teria, não sabemos', disse na época Angélica de Oliveira-Costa, brasileira que participou daquele estudo.

Luminet parece ter dado o próximo passo, sugerindo a estrutura da bola de futebol. Traduzida para as quatro dimensões do Universo, essa formação faria com que um objeto que saísse de um dos gomos da bola emergisse em outro, do outro lado.

Parece uma idéia esdrúxula, mas é a solução que apresenta hoje maior compatibilidade com os dados, segundo George Ellis, da Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, que comentou o estudo publicado hoje na revista 'Nature' (http://www.nature.com).

A hipótese de Luminet prevê que a densidade do Universo deve ter um valor de exatamente 1,013. O sucessor do WMAP, chamado Planck Surveyor, será capaz de medir a radiação cósmica com resolução suficiente para chegar a esse grau de precisão.

Fonte: Folha de SP, 9/10


6. Resolução do Centro de Gestão do Patrimônio Genético sobre biodiversidade e pesquisa


A resolução foi publicada no Diário Oficial, edição 195 de 8/10/03

Leia a íntegra do texto:

'Ministério do Meio Ambiente -Conselho de Gestão do Patrimônio Genético

Resolução No 8, de 24 de setembro de 2003

Caracteriza como caso de relevante interesse público o acesso a componente do patrimônio genético existente em área privada para pesquisa científica que contribua para o avanço do conhecimento e não apresente potencial de uso econômico previamente identificado.

O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, no uso da competência que lhe foi conferida pelo art. 17 da Medida Provisória n

Art. 1 o
Caracteriza-se como caso de relevante interesse público, para os fins do disposto no art. 17 da Medida Provisória n o 2.186-16, de 2001, o acesso a componente do patrimônio genético existente em área privada destinado à realização de pesquisa científica que reúna, simultaneamente, as seguintes condições:
I
contribuir para o avanço do conhecimento sobre a biodiversidade do país; e
II
não apresentar potencial de uso econômico previamente identificado, como ocorre nas atividades de bioprospecção e vimento tecnológico.
Art. 2 o
No caso descrito no art. 1 o desta Resolução, o pesquisador responsável deverá fornecer ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, ou à instituição credenciada na forma do art. 14 da Medida Provisória n o 2.186-16, de 2001, até cento e oitenta dias após o término da expedição de coleta, as coordenadas geográficas de cada ponto de coleta, bem como a listagem do material coletado devidamente identificado, preferencialmente, em nível de espécie.
Art. 3 o
Caso venha a ser identificado potencial de uso econômico, de produto ou processo, passível ou não de proteção intelectual, originado de amostra de componente do patrimônio genético acessado nos termos desta Resolução, a instituição de pesquisa beneficiária obriga-se a comunicar este fato ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, bem como às demais partes interessadas, para a formalização de Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição dos Benefícios, em conformidade com o disposto na Medida Provisória n o 2.186-16, de 2001.
Art. 4 o
O disposto nesta Resolução não exime o pesquisador de obter, junto ao titular da área privada onde será realizada a coleta ou ao seu representante, o consentimento para ingresso e coleta na respectiva área, sujeitando-se às penalidades previstas na legislação vigente e à reparação de eventuais danos causados à propriedade alheia.

Art. 5 o - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.'

Fonte: JC e-mail 2382, de 09 de Outubro de 2003


7. Comunidade científica pede fim de contingenciamento dos fundos setoriais


'Somos um dos poucos setores que não estão pedindo mais recursos, apenas queremos que o Governo libere o que já temos acumulado nesses últimos dois anos e que continuam presos', ressaltou Candotti

Motivado por uma afirmação do presidente do Fórum Nacional de Secretários de C&T e secretário do setor no RJ, Fernando Peregrino, de que 'a Lei permite a remessa de lucros das empresas filiais para suas matrizes no exterior a título de tecnologia, sem dedução fiscal',

Segundo Peregrino, o Brasil aumentou, em menos de vinte anos, o déficit de US$ 300 milhões para mais de US$ 1 bi por causa da Lei 8383/1991.

A declaração foi feita durante a Audiência Pública sobre o impacto da Reforma Tributária na Ciência e Tecnologia, que aconteceu nesta quarta-feira na Comissão de Educação do Senado, presidida pelo senador Osmar Dias.

'Gostaria de ter mais informações sobre o fato, que representa uma evasão fiscal sem precedentes, e vou encaminhar ao presidente da Comissão o pedido para instalação de uma CPI', afirmou o senador Hélio Costa, que também fez um requerimento para criação de uma submissão de Ciência e Tecnologia, dentro da Comissão de Educação do Senado.

A audiência teve a participação do presidente da SBPC, Ennio Candotti, o diretor da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, e representantes do MCT e da Associação Brasileira de Eletro e Eletrônicos.

Outro ponto abordado da audiência foi o pedido dos representantes da comunidade científica para que os Fundos Setoriais não sejam contingenciados e para que a verba retida no Fundo para Universalização dos Sistemas de Telecomunicações (FUST) seja liberada para programas de inclusão digital.

Desde a sua criação, os Fundos Setoriais do MCT vem sendo contingenciados, o que já provocou uma subtração de R$ 1,5 bi em investimentos em ciência e tecnologia no Brasil. O FUST, administrado pelo Ministério das Comunicações, também represa divisas desde sua criação e possui um saldo de R$ 3 bi.

'Somos um dos poucos setores que não estão pedindo mais recursos, apenas queremos que o Governo libere o que já temos acumulado nesses últimos dois anos e que continuam presos', ressaltou Candotti.

Para Peregrino, 'o FUST se burocratizou de tal maneira que impediu seu saque para investimentos no setor que é a razão de sua existência, a tecnologia'.
(Com informações das Secti/RJ)

Fonte: JC e-mail 2382, de 09 de Outubro de 2003


Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br http://www.sbq.org.br

Até nossa próxima edição!!!


Prof. Luiz Carlos Dias
Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Química - SBQ e-mail: luizsbq@iqm.unicamp.br