SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 450


Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


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Veja nesta edição:

  1. OLIMPÍADA SBQ
  2. Inscrições para Mestrado em Química Inorgânica no IQ-UFRJ
  3. Concurso público na área de Química Inorgânica na Universidade Federal de Lavras
  4. Mensagem a Lula sobre tragédia em Alcântara, do Instituto Internacional de Direito Espacial
  5. Presidente Lula diz não ser nem contra nem a favor dos transgênicos
  6. Realismo, editorial de 'O Globo'
  7. Os prejuízos, artigo de Ideli Salvatti
  8. Falso debate, artigo de Tom Taborda
  9. Ainda os transgênicos, artigo de Israel Klabin
  10. Documento do Conselho Nacional de APG`s acerca do futuro do Sistema Nacional de pós-graduação
  11. Projeção vê colapso do petróleo após 2010

1. OLIMPÍADA SBQ


Prezado leitor do BE-SBQ, ajude-nos a divulgar o tema para a Olimpíada SBQ, enviando e-mail, com o texto abaixo, para escolas de ensino médio (públicas ou privadas) de todo o Brasil:

Prezado(a) Prof(a). do Ensino Médio:

Já foi indicado o artigo de QNEsc para os alunos do ensino médio prepararem o trabalho para concorrerem a Olimpíada SBQ. O título é: "Amor ao primeiro odor: a comunicação química entre os insetos"

Este artigo apresenta uma discussão sobre a utilização de feromônios como uma possibilidade alternativa e promissora de combate às pragas de plantas cultivadas. São também abordados alguns conceitos e técnicas básicas empregados neste processo.

Autoria
J. Tércio B. Ferreira (in memorian) e Paulo H. G. Zarbin Química Nova na Escola n.7, 1998,p.3-6
Seção
Química e Sociedade, disponível no site: http://www.foco.lcc.ufmg.br/ensino/ qnesc/index.html

Muito obrigado por aceitar o convite para trabalharmos juntos na divulgação da Química entre os jovens.

Coordenação da Olimpíada SBQ.


2. Inscrições para Mestrado em Química Inorgânica no IQ-UFRJ


Programa de Pós Graduação em Química Inorgânica do Instituto de Química da UFRJ (http://www.iq.ufrj.br/pgqi)

Inscrições de 01/10 a 18/11/ 2003
Será oferecido um curso de nivelamento aos candidatos, de 24/11 a 12/12/2003

Seleção nos dias 18-19/12/2003

Informações:

Secretaria da Pós-Graduação IQ/UFRJ Tel (21) 2562.7260
E-mail: spg@iq.ufrj.br
http://www.iq.ufrj.br/posgrad.html


3. Concurso público na área de Química Inorgânica na Universidade Federal de Lavras


Segue abaixo transcrição de parte do EDITAL DRH NO 07/2003:

O Reitor da Universidade Federal de Lavras, no uso de suas atribuições regimentais, e de acordo com o disposto no art. 12 do Decre­to no 94.664, de 23/7/87, no art. 10 da Lei no 8.112, de 11/12/90, no Decreto nº 4.175, de 27/3/2002, na Portaria 290, de 3/7/2002, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na Portaria 2.067, de 17/7/2002, do Ministério da Educação e no Processo nº 23079.022827/2000-74, faz saber que se encontrarão abertas, na Divisão de Seleção e Desenvolvimento da Diretoria de Recursos Humanos, no período a seguir mencionado, inscrições para concurso público destinado ao provimento de cargo regido pela Lei no 8.112, de 11/12/90, na carreira de magistério superior do Quadro Permanente desta Universidade, classe de Professor Adjunto, padrão I, regime de trabalho de dedicação exclusiva, na seguinte área:

Deptº
Quimica
Área: Química Inorgânica
Titulação
Graduação em Química e Doutorado em Química c/ formação em Química Inorgânica e experiência em pesquisa.
Nº de Vagas
01
SIAPE 0278384

Remuneração - R$ 2.695,42

Maiores informações poderão ser obtidas na Divisão de Seleção e Desenvolvimento da DRH, pessoalmente ou pelo telefone (35) 3829-1146, ou na home page http://www.ufla.br.

Lavras, 22 de setembro de 2003
ANTONIO NAZARENO GUIMARÃES MENDES
Reitor em exercício

Fonte
Prof. Denilson F. Oliveira
Universidade Federal de Lavras Departamento de Quimica

4. Mensagem a Lula sobre tragédia em Alcântara, do Instituto Internacional de Direito Espacial


A Diretoria da entidade, reunida na Alemanha, manifesta profundo pesar pelo acidente, mas confia em que o governo brasileiro saberá superar o infausto evento e levar adiante o programa espacial com redobrado vigor

Eis o texto da mensagem enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo presidente do Instituto Internacional de Direito Espacial, dr. Nandasiri Jasentuliyana, no dia 1º de outubro:

'Sr. Presidente,

Em nome da Diretoria do Instituto Internacional de Direito Espacial, reunida no dia 29 de setembro de 2003, durante o 54º Congresso Internacional de Astronáutica, realizado em Bremen, Alemanha, permita-me expressar o mais profundo pesar pelo trágico acidente ocorrido no dia 22 de agosto de 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara, que ceifou a vida de 21 técnicos e engenheiros, os quais certamente merecem ser considerados heróis da Era Espacial.

Esperamos que esta tragédia não interrompa de forma alguma o programa espacial brasileiro, que já proporcionou muitos avanços importantes para a comunidade internacional.

Estamos confiantes de que as autoridades brasileiras serão capazes de superar este doloroso acontecimento e de continuar desenvolvendo o programa espacial do pais com renovado vigor, em beneficio de toda a humanidade.'

O Instituto Internacional de Direito Espacial, fundado em 1959, e ligado à Federação Internacional de Astronáutica, com sede em Paris, congrega pesquisadores, professores e juristas de dezenas de paises de todos os continentes, envolvidos no estudo dos problemas jurídicos relacionados com as atividades espaciais. Entre os membros de sua diretoria está o brasileiro José Monserrat Filho.

Fonte: JC e-mail 2377, de 02 de Outubro de 2003.


5. Presidente Lula diz não ser nem contra nem a favor dos transgênicos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira, que a autorização para o plantio de soja transgênica no Brasil foi uma estratégia para não ter de destruir nove milhões de sacos do produto já existentes no país

Em entrevista coletiva às emissoras de rádio brasileiras, Lula disse não ser contra nem a favor alimentos geneticamente modificados.

Segundo o presidente, só havia duas escolhas a serem feitas: autorizar a venda do estoque ou proibir a comercialização e ordenar que a polícia federal destruísse os nove milhões de sacos.

Lula afirmou que pretende contornar o problema da falta de rotulagem com a ajuda de uma comissão interministerial, comandada pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Segundo ele, participam do grupo os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; da Agricultura, Roberto Rodrigues; e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto.

Fonte: O Globo, 2/10


6. Realismo, editorial de 'O Globo'


A decisão do governo de liberar o plantio de soja transgênica causou compreensível mas equivocada indignação em alguns ecologistas e ONGs ambientais

Compreensível, porque se acredita que o plantio de alimentos modificados geneticamente é prejudicial ao meio ambiente; equivocada, porque até hoje não se encontraram indícios convincentes de que haja esta relação de causa e efeito, e sim indicações muito claras de que

No caso específico da soja Roundup Ready, por exemplo, a resistência ao herbicida permite que este seja aplicado algumas poucas vezes, decompondo-se a seguir em substâncias inofensivas, sendo desnecessário arar a terra e fazer múltiplas aplicações de diversos herbicidas - o que, além de ser mais caro para os agricultores, é muito danoso ao meio ambiente.

O fator decisivo, entretanto, é mesmo a redução dos custos. Liberar o plantio foi acima de tudo uma demonstração de realismo porque, proibido ou não, a produção de transgênicos tende a crescer sem parar, graças às vantagens que oferece. Tanto que até assentados do MST já plantaram e venderam a soja modificada.

Nem por isso deve-se concluir que a polêmica é sem sentido. Praticamente toda tecnologia tem bons e maus aspectos, e não há por que pensar que a engenharia genética seja diferente.

Mas só é possível evitar seus eventuais maus efeitos recusando o tratamento ideológico da questão, que leva à rejeição geral, taxativa e na prática inócua. Aceitar o plantio de transgênicos, mas tomando todas as precauções sensatas, é o caminho que o realismo indica.

Fonte: O Globo, 2/10


7. Os prejuízos, artigo de Ideli Salvatti


No aspecto científico, não existem provas irrefutáveis de que os transgênicos não prejudicam a saúde humana e o meio ambiente

Não concordo com a liberação do plantio de sementes transgênicas. Não se trata de uma decisão ideológica. Está motivada por aspectos políticos, científicos e econômicos.

No aspecto científico, não existem provas irrefutáveis de que os transgênicos não prejudicam a saúde humana e o meio ambiente.

Juridicamente, surgem conflitos entre legislações, porque a medida provisória decepa o mérito de leis estaduais e municipais, que proíbem expressamente o cultivo e o comércio dos transgênicos. Politicamente, a crise está evidente.

Em Santa Catarina, a lei proibitiva foi fruto de um profundo debate com a sociedade. Foi feita também uma avaliação a respeito dos interesses econômicos do estado, que tem uma produção agroindustrial e agropecuária bastante significativa e depende, no segmento exportação, de produtos não-transgênicos.

Há pouco tempo houve suspensão de contratos de exportação de frangos, porque, em determinado período, os produtores importaram milho transgênico do Paraguai para suprir a carência do milho comum usado na alimentação de aves e suínos. Foi o suficiente para que o mercado europeu barrasse as exportações.

As agroindústrias catarinenses, entre as maiores do país, não obstaculizaram a aprovação da lei. Por quê? Porque não há provas científicas suficientes para argumentar que, com certeza, não haverá conseqüências prejudiciais ao meio ambiente e à saúde.

Então, por que interesses resultantes de uma conjuntura do Rio Grande do Sul se impõem ao resto do Brasil? Os governos do Paraná, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul vão debater como ficarão, a partir de agora, as interligações dos três estados. Como isso funcionará? Dessa forma, compreende-se como muito complexa, também no aspecto político, essa decisão do governo federal.

Sabe-se de quem é o grande interesse em que a transgenia se instale no país. Há uma multinacional com um nome e mão santificada que impõe transgênicos ao Brasil, inclusive antecipando a cobrança de royalties relativos às sementes modificadas geneticamente, em um contexto cuja produção orgânica brasileira cresce 50% ao ano.

Os consumidores, na Europa, por exemplo, têm aversão aos transgênicos. Essa postura, que envolve diversos setores da sociedade, fortalece a idéia de consumir os produtos orgânicos, tornando o Brasil um referencial de potência na economia agrícola mundial. Perderemos mercado, com certeza, para satisfazer a fome de lucro de multinacionais.

Nota do Editor
Ideli Salvatti é senadora pelo PT-SC. Artigo publicado em O Globo, 2/10.

8. Falso debate, artigo de Tom Taborda


Poucas questões atuais têm sido abordadas com mais parcialidade do que a das sementes transgênicas

Não há debate
são todos contra. Há muito, a questão deixou de ser técnica para tornar-se meramente emocional. Quase histérica.

Vamos recapitular as maiores críticas que recaem sobre os transgênicos: 'Ainda não temos como avaliar o impacto ambiental de tais plantações'. Independente de ser nos Pampas, no Cerrado, na Mata Atlântica ou na Floresta Amazônica, é inegável o impacto causado pela substituição da vegetação nativa pelo cultivo de seja lá o que for. E continuamos plantando.

'Não sabemos avaliar, a longo prazo, os efeitos na saúde humana'. Assim como tampouco sabemos tais efeitos no consumo de chester, por exemplo.

E continuamos consumindo. Assim como consumimos fast-food, mesmo sabendo dos seus malefícios. E, finalmente, após um farto churrasco de 'Dolly', é importante salientar que nada do que consumimos nos afeta geneticamente; não modifica nossos genes, não mexe no DNA. Não fosse assim, nos cresceriam penas ao ingerir aves, ou chifres, com a carne bovina.

Tais acusações servem única e rigorosamente para crucificar os transgênicos. Não se aplicam a nenhuma outra forma de alimentos. O que é plantado pode nos chegar borrifado com o veneno dos agrotóxicos (duplo impacto ambiental: o próprio plantio e a borrifação; e efeito na saúde humana) e as carnes, carregadas de antibióticos e hormônios. São três substâncias que nos afetam diretamente. Mas os transgênicos, que necessitam de menos agrotóxicos e podem ser nutricionalmente potencializados, são encarados com horror.

Falando nisso, com a honrosa exceção dos frutos do mar, a maioria das plantas e animais que consumimos atualmente não tem mais nada a ver com as espécies nativas que lhe deram origem.

Um camponês da Idade Média não saberia identificar o animal que é hoje o porco doméstico, para citar apenas um exemplo. Tudo o que cultivamos ou criamos vem sendo geneticamente modificado, pela cruza ou hibridização, desde que a humanidade aprendeu a lavrar o campo e domesticar os animais. O método transgênico apenas realiza as modificações desejadas diretamente nos genes específicos.

Mais um dado
tenho observado o temor americano ao 'Brazil's Soybean Production and Impact', como revela um esclarecedor estudo publicado pela North Dakota State University. Não é novidade alguma que os americanos jogam pesado. A maior ameaça aos produtores americanos é a potencialidade da produção brasileira.

Convém recordar o recente caso do 'pesquisador' americano que 'checava' a presença de um determinado fungo na soja brasileira (eles não brincam em serviço, sabemos). Foi devidamente expulso do país. Quem sabe se a estratégia de transgenic bashing não é sutilmente orquestrada, manipulando-se os bem-intencionados de sempre, de modo a meramente servir a interesses americanos?

Imaginem que a Embrapa tenha nos laboratórios - não duvido - uma fantástica semente geneticamente modificada. Para bloquear sua utilização, para pôr tais sementes fora da lei, os americanos são até capazes de usar a Monsanto como boi de piranha, minando tais avanços no criadouro, tornando-os rejeitáveis pela opinião pública mundial.

Sim, a última crítica, 'não queremos ficar dependentes da Monsanto', é outra palavra de ordem.

Mas, e se as sementes forem produzidas e desenvolvidas pela Embrapa? Tecnologia nossa. Seria como se estivéssemos a ponto de desenvolver um novo e maravilhoso combustível. E os americanos começam uma sutil campanha para torná-lo inaceitável.

O jogo sujo de sempre. Mas vamos tentar não ser manipulados, buscando as informações de quem realmente entende. Antes de sair empunhando cartazes 'sou contra' (assim como se foi contra a vacina, quando ela surgiu).

Sobre os transgênicos, portanto, não quero a opinião de ecologistas, jornalistas, deputados, senadores ou ministros. Quero ouvir atentamente o que a Embrapa tem a dizer.

A opinião técnica de quem tem uma folha corrida de pesquisas respeitabilíssimas na área. Gente que põe a mão na terra e nas sementes, que planta e observa cientificamente os benefícios e malefícios de cada alternativa.

Mesmo dentro da Embrapa, certamente deve haver divergências entre os especialistas. Que sejam todos ouvidos. Apenas assim teremos um verdadeiro debate informativo.

Fonte
Tom Taborda é médico.
Artigo publicado no Jornal do Brasil, 2/10

9. Ainda os transgênicos, artigo de Israel Klabin


O problema das sementes transgênicas volta à tona e provoca convulsões políticas, indeterminações no processo decisório, confrontações entre ministros e situações constrangedoras para o presidente e o vice-presidente da República

É necessário olhar o problema dos transgênicos por vários ângulos distintos, não apenas aqueles que se referem à saúde pública ou ao impacto ambiental do plantio das sementes engenheiradas, sobretudo a da soja RR, mas também do alto interesse nacional no que tange a mercados externos e à salvaguarda fundamental do interesse nacional sobre a produção, o uso e a comercialização das commoditie s agrícolas em nosso país.

No que se refere ao impacto ambiental, os ambientalistas têm uma visão e uma experiência fundamental, que o governo deveria levar em conta. Impacto ambiental é um conceito de conseqüências de decisões que demoram alguns qüinqüênios ou mesmo decênios para se fazer sentir. Isso é verdade com relação às emissões de gases de efeito estufa. Isso é verdade com relação à poluição industrial dos rios e dos mares; isso é verdade com relação às políticas de desenvolvimento urbano.

Enfim, o prazo de carência entre decisões desastrosas e conseqüências calamitosas dessas mesmas decisões deve ser levado em conta quando o governo balança entre um discutível aumento de produtividade agrícola e o impacto ambiental produzido pelo uso das sementes transgênicas de soja. Pode-se inclusive utilizar a famosa frase de que a longo prazo todos nós estaremos mortos...

Se não sabemos hoje qual é o imposto ambiental das sementes transgênicas, também não sabiam ontem os ingleses e os canadenses sobre o impacto das rações que alimentavam seu gado e que produziram a síndrome da vaca louca. Não sabiam os russos, durante o tempo de Stalin, que o uso desmesurado das águas do Lago de Aral para o aumento da produtividade do algodão naquele país provocaria a salinização e a desertificação daquela imensa região, e a própria morte do segundo maior lago de água doce do planeta.

Por outro lado, pedimos ao governo que pondere com tranqüilidade e sem xenofobismo onde se encontra o interesse econômico e o resguardo para nós dos nichos de mercado que rejeitam a soja transgênica. Não nos cansamos de chamar a atenção para o fato de que a produção de alimentos no planeta é 30% acima da necessidade de caloria de toda a população mundial.

O grave problema seguramente não é o da oferta, mas sim o da distribuição desses alimentos. A fome é produto de não considerarmos comida como um direito inalienável do ser humano. Se a produção agrícola é uma commodity , sobre ela deve recair a responsabilidade do suprimento sem custo para aqueles que têm fome, e que não podem pagar aquela parte da produção de alimentos que deveria ser olhada pelos governos não como uma commodity , porém como um direito daqueles que não têm outra alternativa para a subsistência senão serem subsidiados nas suas necessidades de alimento.

Finalmente, o conceito de commodity tende a se estender a outras áreas de recursos naturais. Não está longe o dia em que a água, recurso natural do qual o Brasil detém praticamente 20% do existente no planeta, será também considerada uma commodity.

Se não tivermos uma política nacional adequada a manter a nossa independência no uso e no mercado dos nossos recursos naturais ou das commodities por nós produzidos, caminharemos, sem dúvida alguma, para a perda de boa parte da nossa soberania e da liberdade que queremos manter quanto ao nosso modelo de desenvolvimento sustentável.

Fonte
Israel Klabin é presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável. Artigo publicado em O Globo, 2/10

10. Documento do Conselho Nacional de APG`s acerca do futuro do Sistema Nacional de pós-graduação


Redigido no XXIX Conselho Nacional de Associações de Pós-graduandos, realizado de 12 a 14 de setembro, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP

Sendo inegável a contribuição dos pós-graduandos na geração de conhecimento e no desenvolvimento da pesquisa no país e considerando a necessidade premente da valorização deste profissional, as Associações de Pós-graduandos (APGs) da Mackenzie, PUC-SP, UFMG, UFRJ, UFV, Unimes, Unimonte e USP-Capital e a Pró-APG Unisanta, oficialmente representadas no XXIX Conselho Nacional de Associações de Pós-graduandos, promovido pela Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) e pela APG ESALQ-USP, realizado de 12 a 14 de setembro do ano em curso na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de SP, por meio desta, decidiram por apresentar algumas de suas demandas à sociedade brasileira e a seus representantes.

A valorização do pós-graduando está imediatamente relacionada com os valores das bolsas de pesquisa, as quais, como é de conhecimento geral, não sofrem quaisquer reajustes ou correções já há quase uma década.

A esse propósito, o Movimento Nacional de Pós-graduandos propõe um projeto de lei que dispõe, entre outras coisas, sobre os critérios para definição dos valores de bolsas de pós-graduação, além de mobilizar-se em outras frentes, visando ao reajuste imediato dos atuais valores e à melhoria nas condições gerais de estudo, trabalho e pesquisa dos pós-graduandos.

Contudo, há outros aspectos relacionados com a valorização desse profissional, entre os quais, os ligados à associação entre tempo de titulação e fomento aos programas de pós-graduação, do que pode resultar encurtamento prematuro dos estudos e, conseqüentemente, o comprometimento dos resultados e benefícios deles decorrentes.

Além do mais, os pós-graduandos, embora sejam responsáveis por expressiva parcela da produção científica das universidades, não são vistos, em geral, como pesquisadores parceiros dos docentes na realização da pesquisa.

Pelas razões sucintamente expostas acima, as entidades que esta subscrevem continuarão a trabalhar por conquistas reais nos investimentos em pósgraduação, especialmente no número e no valor de suas bolsas, até que se atinja, no mínimo, o índice de 2% do PIB investidos em C&T.

E, nesse trabalho, não prescindem do empenho e efetiva participação dos senhores congressistas, dos ministros de estado, dos dirigentes das agências de fomento e da sociedade brasileira em geral, que deve ser a maior beneficiária dos resultados a que já chegou a ciência em nosso país.

Fonte: JC e-mail 2377, de 02 de Outubro de 2003


11. Projeção vê colapso do petróleo após 2010


Estudo é de universidade sueca

As reservas de petróleo e gás natural se encaminham para um colapso de produção em algum momento entre 2010 e 2020, deixando de atender a demanda por serem 80% menores do que se pensava, diz uma nova projeção.

A análise foi apresentada pela Universidade de Uppsala (Suécia). Ela sugere que os estoques de petróleo alcançarão um pico logo após 2010. Isso faria os preços dispararem, com consequências econômicas desastrosas.

Kjell Aleklett, da equipe de geólogos que fez a projeção, disse que são 'completamente irrealistas' as estimativas anteriores de que as reservas somem 18 trilhões de barris de petróleo e de gás natural, dos quais só 1 trilhão teria sido consumido até agora.

Ao lado de Anders Sivertsson e Colin Campbell, ele disse à revista de divulgação 'New Scientist' calcular que restem só 3,5 trilhões de barris. Comentando o estudo, James McKenzie, do World Resources Institute, afirmou:

'Não ficaremos sem petróleo, mas o que acontecerá é que a produção decairá, e aí é que o bicho vai pegar'.

Fonte: Folha de SP, 2/10


Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br http://www.sbq.org.br

Até nossa próxima edição!!!


Prof. Luiz Carlos Dias
Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Química - SBQ e-mail: luizsbq@iqm.unicamp.br