<Boletim Eletrônico da SBQ - No. 446
SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 446


Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (http://jbcs.sbq.org.br).


Veja nesta edição:

  1. Ameaça à Pesquisa Gaúcha Mobiliza Comunidade Científica e Tecnológica
  2. Processo Seletivo no curso de Mestrado em Física, Química e Neurociência da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ
  3. Exame de Ingresso no Mestrado do Instituto de Química da UNICAMP
  4. VIII Latin-American Encounter in Photochemistry and Photobiology (ELAFOT)
  5. MCT fora dos cortes orçamentários
  6. CNPq lança Edital para preservação e pesquisa da memória científica e tecnológica brasileira
  7. Alencar decide assinar MP da soja transgênica
  8. Alencar diz que MP dos transgênicos publicada não é a que ele assinou
  9. MCT busca parceiros em ações de popularização e melhoria do ensino de ciências
  10. Mudanças climáticas estão tornando oceanos mais ácidos
  11. Gás natural Boliviano - Problema ou solução?

1. Ameaça à Pesquisa Gaúcha Mobiliza Comunidade Científica e Tecnológica


A Comunidade Científica e Tecnológica Gaúcha se mobiliza em Defesa da Pesquisa do Estado e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Estão previstas diversas ações de mobilização nas principais Instituições de Ensino Superior (IES), no período de 22 a 30/09.

No dia 30 de setembro será realizado um Grande Ato no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A Mobilização da Comunidade Científica se deve à redução drástica dos recursos repassados à referida Fundação, responsável pelo Fomento à Pesquisa no Estado. Além do financiamento de Infra-estrutura e custeio das referidas pesquisas, a Fundação também financia bolsas de estudos, sobretudo a alunos em processo de iniciação à Pesquisa e recém doutores, sendo um importante instrumento de apoio ao desenvolvimento estratégico do Estado.

O orçamento executado pela FAPERGS, que já foi de R$ 30 milhões em 1998, neste ano atingiu, até agora, apenas R$ 5 milhões dos R$ 18 milhões prometidos pelo Governo do Estado e não há indicação que a situação de penúria por que passa a instituição esteja sendo modificada. A Constituição do Estado, em seu artigo 236, prevê que seja destinada, pelo Estado, a dotação equivalente no mínimo a um e meio por cento (1,5%) de sua receita líquida de impostos à FAPERGS, para aplicação no fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica, além da cobertura das despesas de investimentos e custeio de seus órgãos envolvidos com pesquisa científica e tecnológica. Neste ano o valor referente ao um e meio porcento (1,5%) da receita líquida está projetada para aproximadamente R$ 80 milhões.

A permanecer esta situação ficarão comprometidas muitas das pesquisas em andamento e, o que é pior, poderá resultar na perda de pesquisas que já vêm sendo realizadas há muito tempo, em função da paralisação dos repasses.

Nesse sentido, a Comunidade Científica do Estado, liderada pelo Conselho Superior da FAPERGS, Fórum de Reitores e de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós Graduação do Estado, Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), Organização dos Centros de Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (OCP), Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ADUFRGS), Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINPRO-RS), entre outros, se mobiliza em defesa da FAPERGS e reivindica compromisso imediato, por parte do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, acerca dos seguintes pontos:

  1. Complementação Emergencial de recursos visando atingir, ainda neste ano, o montante de R$ 18 milhões;
  2. Garantia de repasse periódico e regular, dentro do espírito do Dispositivo Constitucional do Estado; e
  3. Compromisso de verbas sempre crescentes no decorrer do presente mandato.

Leia mais na pagina da FAPERGS http://www.fapergs.tche.br/

Fonte: Conselho Superior FAPERGS

Matéria enviada por: Profa Mara Braibante-UFSM - Santa Maria - RS


Processo Seletivo no curso de Mestrado em Física, Química e Neurociência da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ


Processo Seletivo
Segundo Semestre/2003 no curso de Mestrado em Física, Química e Neurociência da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ

Pós-graduação em Física, Química e Neurociência da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ.

Curso de Mestrado em Física, Química e Neurociência.

Área de Concentração: Físico-Química

Período de Inscrição: De 22 de setembro a 10 de outubro de 2003

Período de Seleção dos Candidatos:
13/10/2003 - Divulgação dos candidatos selecionados na primeira etapa. 04 a 06/11/2003 - Entrevista e exame de língua inglesa. 10/11/2003 - Resultados finais

Endereços para Correspondência:
Secretaria do Curso de Pós-graduação em Física, Química e Neurociência. DCNAT - Departamento de Ciências Naturais
UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Campus Dom Bosco
Praça Dom Helvécio 74
São João del-Rei - MG
CEP: 363001-160
Fone/FAX 32-33792535
e-mail: fiquine ufsj.edu.br
Home page: http:// www.ufsj.edu.br/pgfiquine


3. Exame de Ingresso no Mestrado do Instituto de Química da UNICAMP


Atenção interessados em fazer Pós-Graduação em Química na UNICAMP: As inscrições para o Exame de Ingresso no Mestrado do Instituto de Química da UNICAMP (1o. semestre de 2004) encontram-se abertas até 17/10/2003. O exame será realizado nos dias 01 e 02 de dezembro.

Para maiores informações, visite
http://www.iqm.unicamp.br/~cpgiq/ingres.htm

Prof. Dr. Munir S. Skaf
Coordenador de Pós-Graduação
IQ/UNICAMP


4. VIII Latin-American Encounter in Photochemistry and Photobiology (ELAFOT)


VIII Latin-American Encounter in Photochemistry and Photobiology (ELAFOT

The event will take place in November 8- 11, 2004, in La Plata city, Argentina.

All information concerning the event may be found in the following link: http://www.viii-elafot.netfirms.com/

Mónica C. Gonzalez
in representation of the Organizing Committee

Daniel Mártire, Mónica Gonzalez
VIII ELAFOT
Noviembre de 2004, La Plata, Argentina
FAX: +54-221-4254642
T.E.:+54-221-4257291/4257430


5. MCT fora dos cortes orçamentários


Em razão de queda nas receitas federais, o governo acaba de anunciar um novo corte de R$ 414 milhões no orçamento deste exercício

Nos estudos realizados em maio passado havia uma estimativa de crescimento da economia da ordem de 2,25% para este ano. Agora, a nova projeção aponta para 0,98%.

Com isso, o Ministério do Planejamento definiu novos limites de gastos para os ministérios, efetuando o corte.

Apenas sete ministérios foram poupados e o MCT foi um deles, mantendo o seu limite de gastos em R$ 1,8 bilhão. Ainda sobre esse novo cenário, três ministérios tiveram aumento em seus limites: Saúde, Agricultura e Defesa.

Fonte: JC e-mail 2372, de 25 de Setembro de 2003.


6. CNPq lança Edital para preservação e pesquisa da memória científica e tecnológica brasileira


Os recursos, da ordem de R$ 1 milhão, são do Fundo Setorial de Infra-Estrutura e os interessados devem apresentar propostas para obtenção de financiamento de projetos de pesquisa até o próximo dia 25 de outubro

O objetivo é apoiar a infra-estrutura de instituições públicas, de ensino e/ou de pesquisa, que desenvolvam atividades relacionadas à preservação de acervos documentais (arquivos, coleções, bibliotecas, instrumentos e outros) de valor inquestionável para o estudo da produção de conhecimento científico e tecnológico brasileiro.

O Edital estipula que parcela mínima de 30% do valor global será necessariamente destinada a projetos desenvolvidos por
pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior ou de pesquisa sediadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, nos termos do Art. 4 do Decreto n. 3.807, de 26 de abril de 2001.

As instituições beneficiadas com os recursos do Edital deverão anexar declaração comprometendo-se a assegurar ao público especializado (professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação, estagiários e bolsistas) o direito de consulta e pesquisa a esses acervos, ou visitação pública, quando for o caso.

O prazo máximo de execução dos projetos é de 12 meses, contados a partir da data da liberação de recursos.

O julgamento e divulgação dos resultados é até 20/11 e o início da contratação dos projetos será em 24/11.

Edital: http://www.cnpq.br/servicos/editais/ct/ct_infra_0303.htm


7. Alencar decide assinar MP da soja transgênica


Depois de conversar com Lula por telefone, presidente em exercício promete liberar plantio

Após mais de uma hora de conversa por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está nos EUA, o presidente em exercício, José Alencar, decidiu, no início da noite de quarta-feira, assinar a medida provisória liberando o plantio de soja transgênica.

A informação foi divulgada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que participou de reunião entre parlamentares gaúchos e Alencar no Palácio do Planalto, uma das muitas realizadas em Brasília num dia tenso: a MP provocou uma das maiores crises desde a posse do governo.

Com ordens de Lula para levar a minuta da medida para que Alencar a assinasse, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, irritou-se com a demora na edição da MP.

O atraso obrigou Dirceu a adiar para esta quinta-feira uma viagem a Cuba. O desgaste entre o vice e o chefe da Casa Civil foi tal que o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, serviu de mediador em reuniões com parlamentares.

Enquanto isso, Alencar era alvo dos lobbies contra e a favor da liberação do plantio. No Congresso, fala-se que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se demitiria caso a medida fosse assinada. A assessoria de Marina negou a informação.

Segundo Paim, Alencar ressaltou que assinaria a MP, mas a responsabilidade seria de todos.

'Estou assumindo a responsabilidade. Se der problema no futuro, vocês também serão culpados', disse Alencar aos parlamentares, segundo Paim. Em seguida, Paim suavizou a declaração: 'Ele disse que a responsabilidade é coletiva.'

No meio da crise, o PT mais uma vez rachou. De um lado, Paim e o dep. Paulo Pimenta (RS) visitaram o vice para defender a MP, cuja assinatura recebeu o apoio do ministro da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro.

Mas outro ministro gaúcho, Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e mais de 30 deputados pressionaram contra a medida. Diante do caos, o presidente do partido, José Genoino, avisou que não reuniria a executiva para fechar questão sobre o tema.

Como o PT, os partidos aliados também racharam. O líder do PV, Sarney Filho (MA), anunciou que, assim que a MP for editada, o partido recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestá-la.

'Estão desrespeitando decisão judicial que proíbe o plantio. A Nação está perplexa.'

Rossetto questionou se o uso de transgênicos seria boa estratégia comercial. Segundo ele, Europa e Ásia, principais compradores brasileiros, não mostraram interesse por produtos modificados.

'O moderno pode ser a agricultura orgânica.' Leandro Noronha, representante de manifestantes, disse que os transgênicos podem favorecer 'o esforço para o monopólio do milho'.

No corre-corre, Alencar formou uma comissão para aperfeiçoar a MP. Formada pelo líder do PT, Nelson Pellegrino (BA), pelo ecologista Fernando Gabeira (PT/RJ) e pelo dep. Frei Sérgio Görgem (PT/RS), ela tem de apresentar sugestões até esta quinta-feira.

Uma reunião encerrada por volta das 23h entre Alencar Dirceu, Marina e Rossetto foi insuficiente para definir a MP. Fonte que teve acesso ao texto afirmou que o plantio será liberado e terá poucas alterações em relação à MP 113, sobre a safra 2002-2003, editada em maio.

A nova MP permitirá o escoamento da safra até janeiro de 2005, mas pode, como a 113, prever prorrogação por 60 dias.

Fonte: O Estado de SP, 25/9


8. Alencar diz que MP dos transgênicos publicada não é a que ele assinou


O presidente em exercício José Alencar disse que a Medida Provisória que libera o plantio e a comercialização da soja transgênica, publicada hoje no Diário Oficial, não é a versão final assinada ontem por ele.

No entanto, ele tratou o episódio como um equívoco, e não um ato de má-fé de algum integrante do governo. Segundo ele, foram feitas diversas modificações no texto da MP nas reuniões realizadas ontem com ministros e parlamentares. Na hora de enviar por e-mail a Medida Provisória para publicação no "Diário Oficial", houve um engano e foi enviada uma versão anterior.

A versão correta da MP deve ser editada ainda hoje, em uma edição especial do Diário Oficial para corrigir o erro.

A trapalhada histórica aumenta ainda mais a polêmica em torno dos transgênicos. O assunto, que já era espinhoso por colocar em lados opostos diversos ministros do governo Lula, ganhou uma dimensão ainda maior nesta semana pelas seguidas recusas do vice-presidente em assinar a MP.

Alencar, que se sentiu constrangido por ter de tomar a decisão por ser

Alencar participou hoje de solenidade na Escola Superior de Guerra.

Fonte: Folha de São Paulo - Online, 26/09/2003


9. MCT busca parceiros em ações de popularização e melhoria do ensino de ciências


O critério para escolha das 400 cidades que serão contempladas com os laboratórios de ciências do Ministério da C&T irá considerar a rede formada pelo programa 'Prefeito Amigo da Criança', da Fundação Abrinq

Os entendimentos para isso foram tratados no início desta semana, durante reunião entre o secretário de C&T para Inclusão Social, Jocelino de Menezes e o diretor-presidente da Fundação, Rubens Naves e o gerente de Mobilização de Recursos, Luís Vieira Rocha.

Os laboratórios fazem parte do programa 'A Ciência é de Todos' que tem, entre outros objetivos, melhorar o ensino de ciências. As escolas receberão equipamentos que irão auxiliar o aluno no aprendizado de matérias como biologia, física, química e matemática.

Segundo Naves, a Abrinq, através do programa Prefeito Criança, construiu uma rede de mais de 600 municípios "que desenvolvem políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente, premiando as iniciativas de maior impacto".

"Essas cidades são acompanhadas pela Fundação, com o objetivo de que esses programas tenham continuidade", explicou o gerente de Mobilização de Recursos, Luís Rocha.

O projeto 'A Ciência é de Todos' tem como diretriz ações de popularização da ciência e de formação continuada de professores, criando novas metodologias de ensino das ciências a partir das realidades locais.

'Adotar, como um dos critérios, a rede de prefeituras da Fundação Abrinq é uma garantia de implantar laboratórios em cidades que tenham comprometimento com um projeto social sólido', afirma Jocelino de Menezes.

Fundação Vitae e Instituto Ethos

Ainda em SP, o secretário do MCT teve reuniões na Fundação Vitae e no Instituto Ethos, na busca de desenvolver trabalhos em parceria.

Na Vitae, entidade que apóia projetos nas áreas de cultura, educação e promoção social, uma das propostas discutidas foi a abertura de edital para financiar projetos de melhoria em museus e centros de ciências.

Em reunião com a gerente de projetos de educação da entidade, Conceição Bongiovanni e com o diretor-presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências (ABCMC), José Ribamar Ferreira, foi proposta a formulação de uma política de investimentos em popularização da ciência para os próximos quatro anos.

Já no Instituto Ethos, a reunião foi motivada pelo projeto do MCT de criar um Banco Nacional de Tecnologias Sociais.

O secretário de Inclusão Social está buscando parcerias e sugestões com entidades diversas, que já construíram uma base de dados própria, com experiências de todo o Brasil.

'A forma de participar desse projeto será estudada pelo nosso Instituto', afirmou Paulo Itacarambi, diretor executivo do Ethos, que já adiantou o interesse da entidade em trabalhar o tema da responsabilidade social e competitividade junto com o MCT.

Fonte: JC e-mail 2372, de 25 de Setembro de 2003


10. Mudanças climáticas estão tornando oceanos mais ácidos


LONDRES
As mudanças climáticas estão alterando o PH dos oceanos e, se as emissões de gás carbônico não forem controladas, as águas da superfície podem se tornar mais ácidas do que jamais estiveram nos últimos 300 milhões de anos. A exceção foram períodos de catástrofes, como a queda de asteróides no planeta.

Segundo um estudo publicado na edição desta semana da revista científica "Nature", o PH dos oceanos caiu 6% nos últimos - de 8,3% para 8,1% - e, sem controle do CO2 nos próximos anos, chegarão a um ponto crítico por volta do ano 2300, quando o PH dos oceanos terá caído para 7,4 e permanecerá assim por séculos.

Os pesquisadores traçaram um cenário no qual as emissões de gás carbônico vão chegar ao ápice daqui a 300 anos - 1,9 mil partes por milhão, ou o quíntuplo do que se detecta hoje - e depois começar a cair. A reação do CO2 com a água do mar produz bicarbonato e ions de hidrogênio, o que eleva a acidez.

Os pesquisadores explicam que, por várias vezes no passado, a quantidade de gás carbônico na atmosfera passou do que se prevê para 2300. A acidez da água foi controlada pelo escudo natural representado por rochas de carbonato no fundo do mar. Mas o processo não é ágil o suficiente para evitar a baixa brusca do PH provocada por catástrofes naturais ou pela ação humana.

Os resultados do aumento da acidez da água ainda são incertos, mas, como o carbonato tende a se dissolver em meios mais ácidos, as criaturas mais vulneráveis tendem a ser as que apresentam exoesqueletos e conchas de carbonato de cálcio, como corais, descreveu, em uma reportagem sobre a pesquisa, a revista "New Scientist".

"Estamos mudando a química dos oceanos e não sabemos o que isso vai acarretar", disse à "New Scientist" o climatologista Ken Caldeira, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia.

O gás carbônico é a principal substância associada ao efeito estufa, um fenômeno natural que retém o calor do Sol na atmosfera e permite a vida na Terra. O aumento na emissão de CO2 devido à ação humana - o gás é produzido na queima de combustíveis fósseis, por exemplo - é responsabilizado por um desequilíbrio neste processo, que estaria levando ao aquecimento do planeta.

Fonte: GloboNews.com 25/09/2003 - 12h38m


11. Gás natural Boliviano - Problema ou solução?


Em novembro de 2002 a PETROBRÁS encaminhou à Promotora de Justiça do Meio Ambiente de Campo Grande/MS um laudo confeccionado pela empresa CTQ Química, em que foi constatada a presença de mercúrio no gás natural boliviano. As concentrações de mercúrio determinadas nas três análises realizadas (0,036; 0,043 e 0,052 microgramas por normal metro cúbico de gás) apresentaram uma diferença de até 44%. Nesta semana, em 24 de setembro de 2003, a PETROBRÁS divulgou um documento com novos dados de análises do teor de mercúrio no gás natural proveniente da Bolívia e transportado pelo GASBOL. De acordo com aquele documento, as análises foram feitas em Rio Grande, na Bolívia, com amostras coletadas entre Julho de 1999 e Dezembro de 2002, e as concentrações de mercúrio determinadas variaram entre menor do que 0,6 e 0,12; 0,14; 0,153 e 0,24 microgramas por normal metro cúbico de gás. Ou seja, ocorreram diferenças de até 100% nas concentrações de mercúrio no gás natural boliviano, determinadas pelo mesmo laboratório, no mesmo local, em datas distintas. Quando compara-se estes últimos resultados com aqueles fornecidos pela CTQ, verifica-se diferenças de até 560% entre os resultados das análises. Estas diferenças podem ser atribuídas ao fato de que o mercúrio presente no gás natural é proveniente das rochas que envolvem o seu reservatório, e a sua trasferência para o gás não é um processo uniforme, constante.

No mesmo documento divulgado pela PETROBRÁS em Setermbro/2003, a empresa afirma que "o limite contratual de concentração de mercúrio no gás natural boliviano é de 0,6 microgramas por metro cúbico. Por outro lado, considerando-se a variabilidade das medidas previamente realizadas, seria necessário que a empresa esclarecesse qual a periodicidade com que as análises devem ser realizadas, para garantir-se que tal limite não será ultrapassado. Também não foi esclarecido quais providências seriam tomadas se os teores de mercúrio medidos no gás natural boliviano ultrapassassem o limite estabelecido. Pode-se, ainda, questionar quais foram os fundamentos científicos que levaram a PETROBRÁS a estabelecer este limite de 0,6 microgramas de mercúrio por metro cúbico de gás.

Como a concentração do metal presente no gás natural é extremamente variável, é muito difícil predizer qual a quantidade de mercúrio que seria dispersa no ambiente se o contrato de fornecimento do gás boliviano fosse efetivamente implementado, e os 30 milhões de metros cúbicos do gás fossem diariamente empregados no Brasil, durante vinte anos.
No final de 2001 o professor Carlos Lima, da Universidade Federal de Campina Grande/PB, divulgou um artigo em que fazia um alerta sobre os riscos à saúde humana relativos à presença de mercúrio no gás natural. Em seu texto, o professor cita um estudo realizado por pesquisadores da associação denominada "Allergy and Environmental Health Association", (disponível em
http://www.geocities.com/RainForest/6847/report1.html#Executive%20summary).

Muitas referências científicas citadas naquele trabalho levaram os pesquisadores a concluírem que "o uso do gás natural é reconhecido como uma das mais importantes fontes de poluição atmosférica e de agentes alergênicos dentro do ambiente doméstico. Há evidências de que o uso de dispositivos que empregam o gás natural têm efeitos adversos sobre a saúde humana. Além disso, sabe-se que indivíduos com sensibilidade a agentes tóxicos presentes no ambiente reagem de maneira adversa à presença do gás natural e aos produtos de sua combustão...Mesmo em níveis muito inferiores ao limite aceitável, o metano causa reações alérgicas em indivíduos sensíveis. Além disso, o gás natural contém uma série de impurezas que têm efeitos adversos sobre a saúde. Alguns depósitos de gás natural contém radônio, que causa câncer pulmonar. Compostos organometálicos tóxicos contendo mercúrio, arsênio e chumbo estão presentes em alguns depósitos de gás natural... Sabe-se que estas substâncias são altamente tóxicas e bioacumulativas...". Um outro estudo citado pelo professor Lima, realizado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) (relatório EPA 600-R-01.066 disponível em www.epa.gov (entrar com a palavra-chave mercury)), intitulado "Mercury in Petroleum and Natural Gas: Estimation of Emissions form Production, Processing and Combustion" estima que, naquele país, a quantidade de mercúrio liberada para o ambiente devido à queima de gás natural e outros combustíveis fósseis alcança sifras superiores a 10 toneladas anuais.

Os dados expostos acima demonstram que a presença de mercúrio no gás natural é um problema conhecido há muito tempo, nos países que empregam este combustível. Assim sendo, a ausência de informações sobre dados quanto à presença de mercúrio no gás natural boliviano, no EIA/RIMA do gasoduto Bolívia-Brasil constitui-se em uma omissão grave. Afinal, o EIA/RIMA de um empreendimento, de acordo com a resolução CONAMA 01/86, deve conter todas as informações que sejam de interesse para o meio ambiente e a saúde pública. Com base nestas informações quanto aos riscos envolvidos, é que a população opina sobre sua aprovação, ou não, da instalação do empreendimento. Omitir informações importantes no EIA/RIMA implica em levar a comunidade a decidir com base em dados incompletas, o que configura desonestidade por parte do empreendedor. Se a população dos estados de MS, SP, PR, SC e RS soubesse que o gás natural boliviano contém mercúrio, na época da implantação do gasoduto, será que o mesmo teria sido construído?
Como estudiosos do assunto, percebemos o horrível jogo que as multinacionais fizeram conosco: compraram o gás boliviano, depois compraram a PETROBRÁS. Daí, obrigaram a PETROBRÁS a construir o gasoduto Bolívia-Brasil e a assinar um contrato de compra do gás por 20 anos, tendo que pagar por ele, mesmo sem usá-lo (contrato do tipo "Take or Pay"). No início deste ano, a Ministra das Minas e Energia e

Mas o que deveríamos insistir em perguntar ao governo federal é: para que precisamos do gás natural boliviano, se temos um dos maiores potenciais do mundo para a geração de energia renovável, através do aproveitamento da biomassa, biodiesel, álcool, PCH’s, energia solar e eólica? Só em MS, há um excedente de energia elétrica de 106 MWh que poderia ser obtida a partir da queima do bagaço de cana-de-açucar, nas refinarias de álcool. Se optássemos por estas fontes renováveis, ainda poderíamos ser bem pagos, através da venda de créditos de carbono, prevista no Protocolo de Kioto, uma vez que estaríamos evitando o lançamento de gás carbônico na atmosfera, ao evitarmos o uso de combustíveis fósseis, como o gás natural. Será que o poder das multinacionais é invencível a este ponto, ou poderíamos usar estes fatos para defendermos nossa saúde e soberania, suspendendo este contrato absurdo de compra do gás natural boliviano?

Dra. Sônia Corina Hess (Professora da UFMS)
e-mail: schess nin.ufms.br


Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq iqm.unicamp.br http://www.sbq.org.br

Até nossa próxima edição!!!