SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 445


Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


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Veja nesta edição:

  1. Exame de Ingresso no Mestrado do Instituto de Química da UNICAMP
  2. FAPESP autoriza novas importações
  3. Curso de extensão na UFBA: "Adsorption and Catalysis on Transition Metals"
  4. Planalto corta R$ 414 mi, mas Saúde ganha recursos
  5. MCT poderá ficar fora do novo corte de orçamento
  6. Ciência em valores: Entrevista com o cientista uruguaio Ernesto Spinak

1. Exame de Ingresso no Mestrado do Instituto de Química da UNICAMP


Atenção interessados em fazer Pós-Graduação em Química na UNICAMP: As inscrições para o Exame de Ingresso no Mestrado do Instituto de Química da UNICAMP (1o. semestre de 2004) encontram-se abertas até 17/10/2003. O exame será realizado nos dias 01 e 02 de dezembro.

Para maiores informações, visite
http://www.iqm.unicamp.br/~cpgiq/ingres.htm

Prof. Dr. Munir S. Skaf
Coordenador de Pós-Graduação
IQ/UNICAMP


2. FAPESP autoriza novas importações


Agência FAPESP - A FAPESP decidiu realizar nova etapa de importações de bens e serviços para pesquisa científica. No último dia 15, foi concluída a primeira fase do processo de autorização, para pesquisas referentes a projetos com data de conclusão até 31 de outubro de 2003, nos termos da Portaria CS nº 25/2003.

Foram feitas 42 solicitações, totalizando um dispêndio de US$ 535.596,12. A demanda corresponde a cerca de 17% dos processos que poderiam ser atendidos com base na portaria e a um investimento de 10% do potencialmente previsto.

O Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, de acordo com as diretrizes do Conselho Superior, em reunião no dia 23, decidiu, conforme Portaria CS nº 30/2003, realizar nova etapa de importação de bens e serviços para a pesquisa científica.

A FAPESP analisará, em caráter emergencial, solicitação dos pesquisadores responsáveis pelos projetos de pesquisa contratados que, na data da expedição desta Portaria tenham a conclusão prevista entre 1º de novembro de 2003 e 30 de abril de 2004.

Somente serão autorizadas as importações daqueles bens e serviços (material permanente, material de consumo e serviços de terceiros), já constantes do Termo de Outorga e Aceitação e absolutamente indispensáveis para a conclusão do projeto aprovado pela FAPESP, conforme novo cronograma a ser anexado à solicitação. Em particular, não serão atendidas as solicitações de importação de equipamento já disponível na instituição do pesquisador. Se da solicitação constarem equipamentos já existentes na instituição, deverá ser apresentada uma justificativa circunstanciada para o pedido.

A Portaria CS nº 25/2003 também trata dos projetos com data de conclusão posterior a 30 de abril de 2004, para os quais a FAPESP anunciará oportunamente o cronograma para a solicitação de aquisição. A aquisição de material permanente em novos projetos ou aditivos a projetos já em execução está sendo analisada com previsão de implementação a partir de julho de 2004, respeitada a disponibilidade orçamentária da Fundação

Mais detalhes na Portaria CS nº 25/2003, disponível no site da FAPESP, no endereço www.fapesp.br/importacao/portariacs30/2003.

Fonte: Boletim Agência FAPESP 24/09/2003 16:17


3. Curso de extensão na UFBA: "Adsorption and Catalysis on Transition Metals"


Curso de extensão na UFBA: "Adsorption and Catalysis on Transition Metals", a ser ministrado pelo Dr. Wilfred Tysoe, Professor of Chemistry e Diretor do Laboratory for Surface Studies (LSS) da University of Wisconsin, EUA, no período de 30 de setembro a 02 de outubro de 2003.

Os interessados deverão contactar Maria do Carmo Rangel pelo endereço: mcarmov@ufba.br

Fonte: Maria do Carmo Rangel Santos Varela


4. Planalto corta R$ 414 mi, mas Saúde ganha recursos


Transportes e Comunicações são as pastas mais afetadas por novo corte

O governo anunciou nesta terça-feira novo corte de R$ 414 milhões no Orçamento deste ano. O Ministério dos Transportes foi o que mais perdeu em valores nominais: cerca de R$ 114 milhões.

Mas a ministra Emília Fernandes, da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, perdeu metade dos R$ 4 milhões que tinha para gastos com custeio e investimentos.

O Ministério das Comunicações teve R$ 72 milhões de perda, e o Ministério do Turismo teve seu dinheiro reduzido em 36,8%.

Por outro lado, o Ministério da Saúde ganhou R$ 100 milhões.

Nesta quarta-feira, antes do anúncio do corte, o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, criticou o volume de verbas do seu ministério e cobrou mais investimentos para a área, considerados 'ridículos' por ele.

O ministro também afirmou que 'o volume de criatividade é bastante restrito' para cumprir os programas da pasta.

Os novos cortes foram feitos porque as receitas federais caíram devido ao desaquecimento da economia.

A revisão da previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas por ano no país) também fez com que a meta orçamentária fosse reduzida em R$ 799 milhões.

Na revisão de maio do Orçamento, o governo acreditava que a economia cresceria 2,25% neste ano.

Nesta quarta-feira, esse número foi mudado para 0,98%. Dessa forma, a economia de receitas para pagamento de juros (superávit primário) caiu de R$ 39 bilhões para R$ 38,2 bilhões porque a meta do governo federal é de 2,45% do PIB.

Do corte anunciado de R$ 414 milhões, R$ 121 milhões ainda poderão ser liberados caso ocorra uma recuperação do nível das receitas com tributos.

O ministro interino do Planejamento, Nelson Machado (o titular, Guido Mantega, está em Nova York), disse inclusive acreditar que isso poderá ocorrer, o que reduziria o novo corte.

'O critério básico para a definição dos valores foi a prioridade política do governo', disse Machado.

O ministro não quis entrar em detalhes sobre o fato de a pasta da Defesa ter ganho R$ 60 milhões enquanto os Transportes - prioridade anunciada pelo presidente - teve redução.

Ele também afirmou que a revisão orçamentária é bimestral e que os cortes, portanto, poderão ser revistos. 'Isso não é definitivo', disse.

A próxima revisão acontecerá em novembro. Machado explicou que as receitas caíram R$ 2,8 bilhões em relação ao previsto em maio.

A redução está concentrada na Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que deve perder R$ 1,6 bilhão.

A Receita Federal aponta a Cofins como um dos melhores termômetros da atividade econômica porque incide sobre o faturamento das empresas.

Outros R$ 857 milhões serão perdidos por causa de liminares judiciais contra o pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados.

A expectativa em relação ao déficit da Previdência Social também subiu de R$ 26,7 bilhões para R$ 27,6 bilhões. Mas as despesas com

Segundo o Planejamento, haverá um gasto menor com a dívida agrícola.

A revisão do crescimento do PIB fará, segundo Machado, com que os resultados exigidos das empresas estatais e dos Estados e municípios também caiam.

Ou seja, os valores acertados com o Fundo Monetário Internacional como metas para setembro poderão ser revistos porque estão relacionados a um PIB de R$ 1,597 trilhão. Ontem, o PIB foi revisto para R$ 1,558 trilhão.

Pelo acordo em vigor, o setor público terá que economizar cerca de R$ 68 bilhões até o final deste ano, ou 4,25% do PIB.

Agora, essa meta passou para R$ 66,2 bilhões. Machado afirmou que as metas fiscais - em percentuais do PIB - não vão mudar para as estatais e os governos regionais.

Outro corte

O Orçamento de 2003 tem receitas previstas de R$ 363 bilhões, mas esse número já considera um corte de R$ 14,1 bilhões feito em fevereiro e a liberação de R$ 1 bilhão que aconteceu em maio.

Os cortes anunciados nesta terça-feira pelo Ministério do Planejamento acontecem sobre a parcela do Orçamento que trata das despesas de custeio e manutenção.

Essas despesas são hoje de R$ 48,318 bilhões para o Poder Executivo. Antes do corte de R$ 414 milhões anunciado nesta terça-feira, o total era de R$ 48,729 bilhões.

Fonte: Folha de SP, 24/9


5. MCT poderá ficar fora do novo corte de orçamento


Fonte do Ministério da C&T disse ao 'JC e-mail' que há motivos para crer que o setor não será atingido pelo corte no orçamento deste ano

A crença se baseia em alguns argumentos lógicos, embora a lógica nem sempre predomine nesta delicada matéria.

Primeiro, o artigo 67 da Lei de Orçamento para 2003 assegura que os recursos das áreas de C&T, Educação e Saúde não podem sofrer cortes ao longo do ano.

Ou seja, as verbas dessas áreas não podem ser contingenciadas.

Segundo, há pelo menos dois pedidos de acréscimo de recursos para

São R$ 120 milhões, que seriam retirados do montante contingenciado do Fundo Setorial da Infra-Estrutura (CT-Infra) e destinados ao Programa Espacial Brasileiro.

Não se conhecem exatamente os projetos a serem beneficiados por esses 120 milhões.

Mas supõe-se que se trate da reconstrução da plataforma destruída no desastre de 22 de agosto último e na construção de novo protótipo do VLS-1 para ser lançado até 2004 (antes do fim do mandato do presidente Lula).

Nesse dinheiro, presume-se ainda, deve estar incluído o início do projeto de cooperação com a Ucrânia, para permitir o lançamento do foguete ucraniano Ciclone-4 a partir de uma plataforma especial a ser construída em Alcântara.

Esse projeto, que deve ser sacramentado agora em outubro, durante encontro em Brasília dos presidentes do Brasil e da Ucrânia, inclui a criação de uma empresa binacional, a 'Alcântara Cyclone Space', na qual o lado brasileiro seria representado pela empresa estatal Infraero.

A fonte do MCT menciona ainda como sinal de que o novo corte não alcançara esse ministério os pedidos de liberação de verbas para a área nuclear, da ordem de R$ 60 milhões.

Esse montante compreenderia R$ 53 milhões para Angra 2, constituídos pelo superávit de receita própria da empresa Industrias Nucleares do Brasil (INB), mais cerca de R$ 6 milhões para a área de rádio-fármacos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) através do Instituto de Pesquisa de Energia Nuclear (Ipen) - algo considerado imprescindível a serviços essenciais no país.

Mas tudo isso são ainda conjecturas. Talvez nesta quinta-feira seja publicado no Diário Oficial da União o decreto estabelecendo oficialmente os cortes no orçamento deste ano e então poderemos ver se de fato o MCT saiu ileso de mais essa tesourada.

Fonte: JC e-mail 2371, de 24 de Setembro de 2003


6. Ciência em valores: Entrevista com o cientista uruguaio Ernesto Spinak


Falando à 'Agência Fapesp', Ernesto Spinak, especialista em sistemas de informação, explica os sistemas usados para medir a produção científica, como o Fator de Impacto

Os dois principais focos de trabalho do professor uruguaio Ernesto Spinak são a automação de bibliotecas e a avaliação de sistemas de informação.

Com o apoio financeiro de organizações internacionais, ele foi o responsável pela avaliação da coleção de bibliotecas na Argentina, no Chile e na Bolívia. Seus cursos de controle de qualidade, avaliação de bibliotecas virtuais e estatísticas bibliométricas são referência na América Latina.

Após longo período trabalhando na Organização Pan-Americana da Saúde, em Washington, nos EUA, Spinak tornou-se consultor. É o representante no Uruguai da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para quem também desenvolve um portal de bibliotecas em Paris, na França.

Também presta consultoria à Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), para quem faz um trabalho de avaliação de sistemas de informação.

Entre os dias 17 e 19 deste mês, o uruguaio esteve no Brasil ministrando um curso para os alunos de pós-graduação em Ciência da Informação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de SP.

Em entrevista à 'Agência Fapesp', falou sobre os sistemas usados para medir a produção científica, entre eles, o Fator de Impacto.

Agência Fapesp - De que maneiras pode ser feita a avaliação da produção científica?
Ernesto Spinak - O que mais se faz é capacitar a produção científica, criando metodologias e utilizando índices métricos, como o Fator de Impacto. Também faz parte da avaliação o uso do sistema peer review, a avaliação por pares, usado mais na relação editorial entre os trabalhos científicos e as publicações. Tenho estudado a aplicabilidade desses procedimentos de avaliação na internet, de quais regras ou índices usados para medir a produção científica em papel podem ser transpostos para a web.

Agência Fapesp - Quais são as dificuldades de aplicação de métodos numéricos para avaliar a qualidade da produção científica? Ernesto Spinak - Quando usamos métodos numéricos estamos supondo que os números medem a qualidade. Digo suposição porque ninguém até hoje demonstrou que eles revelam ou não a qualidade. Porém, fatores como o mercado e a visibilidade da revista que fez a citação, assim como sua força econômica, interferem no impacto que o trabalho científico causa na sociedade. As publicações de instituições menos poderosas, de países menos ricos, podem ter uma qualidade tão boa quanto as de países desenvolvidos, mas elas têm mercado menor. Uma revista publicada nos EUA tem o respaldo de um milhão de cientistas, enquanto uma boa revista chilena terá visibilidade de cinco mil pesquisadores.

Agência Fapesp - O que é o Fator de Impacto? Ernesto Spinak - É um sistema que determina a quantidade de vezes que uma publicação é citada em certo período de tempo, dividida pela quantidade de artigos publicados. O Information Sciences Institute (ISI) utiliza um período de dois anos. Na minha opinião, é melhor calcular entre três e cinco anos. Um período mais longo permite que publicações de periodicidade maior, ou que sofram problemas de mercado, tenham a possibilidade de aparecer no índice.

Agência Fapesp - Além do ISI, que outras instituições fazem levantamentos usando o princípio do fator de impacto? Ernesto Spinak - O projeto da biblioteca virtual Scielo (Bireme e Fapesp), e outras duas instituições na Índia e na China. O Fator de Impacto é reconhecido internacionalmente, mas existe muitas correntes contrárias a ele. Existem mais de 30 indicadores de qualidade da produção científica, o Fator de Impacto é apenas um deles.

Agência Fapesp - De acordo com sua análise, por ser um sistema numérico, o Fator de Impacto não mediria a qualidade da produção científica. Mas o fato de uma revista ter escolhido publicar um trabalho entre tantos existentes já não é um indicador de qualidade? Ernesto Spinak - Por que escolheram um trabalho em detrimento de outro? Porque era o que estava à vista, sobre a mesa ou na base de dados. Há vinte anos, aproximadamente, as cifras mostram que os textos citados não são necessariamente aqueles que as pessoas lêem. Essa é uma velha discussão entre Eugene Garfield, do ISI, e Maurice Line, da British Lending Library (BLL), ambos aposentados atualmente. A BBL é o maior instituição a abrigar documentos e a produzir fotocópias no mundo, cerca de 6 milhões de cópias ao ano. Segundo Line, as estatísticas sobre o conteúdo do que as pessoas solicitavam para copiar não correspondiam com o Fator de Impacto medido pelo ISI. Este fator serve para medir, do conjunto de publicações, quais são as mais citadas, não necessariamente as melhores, embora supõe-se que as melhores estejam no todo.

Agência Fapesp - Como o senhor avalia a produção científica na América Latina, estamos produzindo material de qualidade? Ernesto Spinak - Não vou opinar sobre o que é melhor porque existem distintas estratégicas de produção. No Brasil, Bireme e Fapesp têm o projeto Scielo, que há muito tempo era necessário para dar visibilidade às publicações latino-americanas. Assim, o Fator de Impacto de muitas publicações locais aumentou graças ao Scielo e essas revistas estão no ISI. O Brasil tem uma política de divulgação científica que deu ao país visibilidade, como aconteceu no Chile. No momento em que a internet passou a ser usada como instrumento de divulgação, os dois países ingressaram nos sistemas internacionais e suas produções estão sendo incorporadas ao mainstream. O Uruguai, por exemplo, tem uma política totalmente diferente. A decisão é não ter revistas científicas próprias e publicar diretamente nas melhores revistas internacionais. Então, no ISI, não há registro de revistas uruguaias, mas os autores do país publicam nas revistas do primeiro mundo. A situação latino-americana é muito variada. países como Jamaica ou Trinidad e Tobago têm produções científicas bem menores do que Argentina ou Uruguai mas, como ex-colônias britânicas, eles ganham o direito de publicar nas revistas inglesas, o que lhes dá visibilidade.

Agência Fapesp - Segundo o Fator de Impacto, qual é o país da América Latina que tem maior número de citações? Ernesto Spinak - Essa questão tem muitas respostas, mas diria que, em números absolutos, é o Brasil, em virtude da maior quantidade de publicações. Mas é possível afunilar esses dados por população, pelo Produto Interno Bruto (PIB) ou por quantidade de cientistas, por exemplo. As cifras não são comparáveis imediatamente e também dependem das políticas dos países. Os pequenos, como Taiwan ou Finlândia, que não têm tanta produtividade científica em números absolutos, têm a pesquisa mais dirigida à geração de patentes ou à busca de tecnologias. Em casos como esses, o Fator de Impacto acaba sendo nada além de um simples número.

Fonte: Agência Fapesp, 24/9


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Até nossa próxima edição!!!