SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 443


Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


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Veja nesta edição:

  1. Precisa-se de pequena quantidade de MoO2 (dioxido de molibdenio)
  2. A análise por pares, artigo de Glaci Zancan
  3. Capes institui Comissão Consultiva para negociação do Portal de Periódicos
  4. Fapesb libera R$ 4 milhões para recuperação e modernização de laboratórios e demais instalações de pesquisa das instituições baianas

1. Precisa-se de pequena quantidade de MoO2 (dioxido de molibdenio)


Caros amigos Quimicos e afins,

Preciso de uma pequena quantidade de MoO2 (dioxido de molibdenio), com certa urgencia (ate dia 26/09). Gostaria de saber se alguem pode me ajudar, emprestando-me um pouco desse composto.

Muito obrigado,

Luis Kosminsky (USP
Sao Paulo)
Fone (11) 3091-3837 r 220 e-mail: luiskosm@iq.usp.br

2. A análise por pares, artigo de Glaci Zancan


Não há dúvidas que é preciso aprimorar o mecanismo de análise por pares, cada vez mais difícil dado o conflito de interesse

Glaci Zancan, professora titular de Bioquímica da UFPR, é ex-presidente da SBPC. Artigo escrito especialmente para o 'JC e-mail':

Segundo Steven Fuller, no livro 'Science', o sucesso no avanço da ciência é decorrente da organização espontânea dos cientistas que usaram o seu interesse em criticar uns aos outros como forma de alocar recursos de acordo com o mérito dos projetos ou de aceitar um trabalho para publicação pela originalidade dos dados e das propostas.

A análise por pares constitui a forma não regulamentada de orientar o ambiente científico desde o século dezessete. Na realidade, é uma forma de seguro intelectual no caso dos resultados serem contestados ou de que um projeto venha a ser bem sucedido.

Nas palavras do autor, 'hoje, no mundo dos negócios da produção de conhecimento, no entanto, se aplica o princípio da vantagem cumulativa, ou seja, os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres'.

A frase acima dá uma idéia de que a análise por pares esteja sendo discutida e de certa forma regulamentada para que a sua aplicação não prejudique o avanço da ciência. Uma visita ao site Instituto Nacional de Saúde dos EUA, por exemplo, dá uma idéia das normas que regem a avaliação por pares naquela instituição.

O CNPq desde sua fundação sempre operou na base da análise por pares e assim a ciência brasileira cresceu. Os comitês são formados por pesquisadores bem sucedidos que por estarem no auge de suas carreiras são capazes de ter uma visão mais abrangente da área para decidir sobre a alocação de recursos.

No último edital Universal do órgão, os recursos em licitação corresponderam a 10% do total da demanda, e o que se viu foi pesquisadores mais experientes competindo, no mesmo nível, com jovens recém doutores.

Está posto aqui o conflito de interesse entre os que mais tem com aqueles que estão iniciando, às vezes em condições muito precárias quando estão fora dos grandes centros.

A análise do resultado do edital mostra que membros de comitês foram contemplados com recursos. Dos 36 comitês, apenas nove, na maioria da área de ciências humanas, deixaram de contemplar seus membros.

Há toda uma gama nos percentuais, sendo aqueles da área de engenharia os mais beneficiados. Em média, na distribuição de recursos, 6,5% deles foram alocados aos membros dos comitês, ou seja, 3,67 milhões dos 53,5 milhões finalmente aplicados.

Como se pode ver, o comportamento dos membros dos Comitês de Avaliação (CAs) variou de um comitê para outro. Uma leitura atenta dos resultados mostra que não se pode universalizar o conceito de que todos os comitês julgaram em causa própria.

O fato da Diretoria ter tornado público os resultados com os nomes dos avaliadores deu transparência ao processo, o que, por si só, é um avanço em relação a outras situações semelhantes, ocorridas no passado.

A discussão que deve ser levantada é como trabalhar o conflito de interesse, quando se quer ter uma ciência de melhor qualidade e se tem um orçamento limitado para o fomento.

Essa discussão deve ser feita por área de conhecimento, mas em particular naquelas em que mais de 10% dos recursos foram destinados aos membros do próprio CA.

De parte da agência, é importante que o Conselho Deliberativo (CD) defina os critérios para escolha dos membros e dos suplentes dos CAs, além de disciplinar a forma de trabalho dos comitês.

É preciso estabelecer que o trabalho dos CAs deve envolver a discussão colegiada dos relatórios de concessão para evitar o controle de uma área do conhecimento por um único indivíduo.

Como o edital universal prevê faixas de auxílio, poder-se-ia pensar em solicitar aos membros do CAs que competissem apenas na faixa mais baixa, dessa maneira se ampliaria o número de beneficiários.

Seria a cota de sacrifício que todo o pesquisador bem sucedido deveria dar para a continuidade do avanço da ciência no país.

Outra alternativa seria abrir editais por tempo pós-doutoral de tal forma que a competição se estabelecesse entre os pesquisadores de mesma maturidade científica.

Não há dúvidas que é preciso aprimorar o mecanismo de análise por pares, cada vez mais difícil dado o conflito de interesse. A solidez de nosso sistema de C&T depende da própria comunidade e todos são responsáveis pela sua preservação.

Dos membros da comunidade que estão na direção dos órgãos se espera que promovam a transparência do processo, bem como, a revisão dos julgamentos, evitando assim os inevitáveis erros que podem ocorrer nos julgamentos.

Esse procedimento, anunciado há pouco pelos atuais membros da direção do CNPq, mostra que há preocupação pelo aprimoramento do sistema.

Fonte: JC e-mail 2367, de 18 de Setembro de 2003


3. Capes institui Comissão Consultiva para negociação do Portal de Periódicos


Marcel Bursztyn, presidente da Capes: 'O Portal de Periódicos da Capes é uma conquista da comunidade acadêmica e científica. A importância de assegurar sua continuidade é reconhecida por esta agência'

Leia a íntegra da mensagem de Marcel Bursztyn, presidente da Capes, sobre o Portal de Periódicos:

O Portal de Periódicos da Capes é uma conquista da comunidade acadêmica e científica. A importância de assegurar sua continuidade é reconhecida por esta agência. Neste sentido, algumas ações estão sendo implantadas para seu aprimoramento e ampliação:

  1. Como já foi afirmado em reiteradas ocasiões, o Portal de Periódicos da Capes é um instrumento valioso para a excelência acadêmica das instituições de ensino e pesquisa brasileiras. Sua contribuição efetiva para a democratização do acesso aos saberes científicos e tecnológicos nas variadas áreas do conhecimento, e a equalização de oportunidades nas diferentes realidades regionais, exige que seu aprimoramento e ampliação sejam continuamente perseguidos. A Diretoria da Capes explicita seu compromisso público perante a sociedade brasileira de ser uma defensora intransigente dos inegáveis benefícios do Portal para a inserção soberana do povo brasileiro na modernidade globalizada contemporânea.

  2. A partir dessa premissa e posicionamento fundamental, a Presidência da Capes instituiu uma Comissão Consultiva para formulação de um modelo desejado de contratação dos serviços disponibilizados pelo Portal de Periódicos, uma vez que estamos presentemente em processo de renegociação dos contratos junto aos fornecedores e editores. Essa Comissão mista, integrada por pessoas representativas tanto de órgãos de governo como da comunidade científica, está composta pelos seguintes nomes:


  3. Como um primeiro posicionamento, a Comissão Consultiva considera que as negociações para renovação dos contratos junto aos fornecedores e editores do Portal devem observar algumas linhas diretrizes fundamentais:
    1. deve haver ampla e irrestrita publicidade dos valores contratados junto a cada um dos fornecedores e editores, de modo que a sociedade brasileira esteja ciente dos custos envolvidos na aplicação de recursos públicos nessa atividade de tão inegável fecundidade para seu futuro.

    2. deve haver adequação das formas de pagamento dos custos contratados às especificidades orçamentário-financeiras do governo (o que implica mudança nos termos do contrato anterior que previa pagamento integral num único desembolso).

    3. deve ser incluída como cláusula condicionante da efetivação dos desembolsos previstos em contrato que os contratados comprometam-se a prestar o serviço de fornecer estatísticas periódicas detalhadas segundo especificação contratual, com auditoria independente, de monitoramento do uso dos diversos produtos contratados. Com isso a Capes poderá dispor de um valioso instrumento de controle da efetividade do Portal, possibilitando futuras adequações e melhoramentos.

    4. deve ser estabelecido nos termos da negociação junto a cada fornecedor e editor a previsão contratual de uma faixa de uso dos produtos disponibilizados pelo Portal. Isso implicaria prever um patamar contratual mínimo de acessos bem como a possibilidade de sua expansão no período de vigência do contrato até um teto máximo, estabelecido em consonância com as disponibilidades orçamentário-financeiras do governo brasileiro.

    5. deve ser estabelecido contratualmente que a expansão do universo de usuários durante o prazo de vigência do contrato ocorra com custos decrescentes, uma vez que, para o fornecedor e editor,
    6. custo marginal envolvido na operação praticamente se resume a habilitação de um grupo de IP`s (Internet Protocol).

    7. deve ser considerada na negociação dos contratos junto aos atuais fornecedores e editores a efetiva utilização dos produtos disponibilizados no último contrato, priorizando aqueles mais freqüentemente objeto de acesso e download, bem como reconhecidos como de alta relevância científica no âmbito dos comitês assessores da Capes nas diversas áreas do conhecimento. Esse monitoramento deve ser um processo contínuo a serviço do aprimoramento do portal, permitindo alterações na composição de títulos nele incluídos.

    8. deve ser contemplado no atual processo de negociação a inclusão de novos fornecedores e editores e produtos reconhecidos como de alta relevância científica no âmbito dos comitês assessores da Capes, respeitadas as diretrizes anteriormente expostas.
  4. A Presidência da Capes e a Comissão Consultiva consideram que é do mais alto interesse nacional conduzir as presentes negociações em estreita interação, parceria e sincronia com a comunidade científica e tecnológica brasileira. O presente documento é o primeiro de uma série que visa informar, esclarecer e estreitar esses vínculos. Comunicamos também que as presentes negociações estão sendo conduzidas com o apoio da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Fonte: JC e-mail 2367, de 18 de Setembro de 2003


4. Fapesb libera R$ 4 milhões para recuperação e modernização de laboratórios e demais instalações de pesquisa das instituições baianas


Foram inscritos 258 projetos para concorrer ao benefício. O resultado será divulgado nesta quinta-feira através do site da fundação

Site: http://www.fapesb.ba.gov.br

De acordo com o diretor-geral da Fapesb, Alexandre Pauperio, o momento de valorizar o esforço dos grupos de pesquisa. 'A instituição deve financiar 35 projetos, mas estamos discutindo com parceiros a possibilidade de ampliação para atender um maior número de trabalhos', destaca Pauperio.

Quarenta por cento devem atender as Universidades estaduais,
mantidas com recursos do governo da Bahia.


A Fapesb contou com uma comissão formada por 4 doutores de diferentes estados do Brasil, para a escolha dos projetos que envolveram as áreas de saúde, ciências exatas e engenharias, ciências humanas e sociais aplicadas, biológicas e meio ambiente, informática, comunicação e educação à distância.

Para o setor de saúde foi convidado o professor titular de cardiologia da UFBA, Armênio Costa Guimarães, para as ciências humanas e sociais aplicadas, o professor da Pontifícia Universidade Católica de SP (PUC) e diretor superintendente da Associação Comercial de SP, Antonio Vico Mañas, para biológicas, meio ambiente e agrárias o ex-diretor da Embrapa Ipeal (Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Leste), Paulo Chiacchio e para as ciências exatas e engenharias, o professor da Universidade Federal de Pernambuco e diretor de ciência, tecnologia e inovação da Facep, Fernando Araújo Machado, inaugurando uma parceria entre as FAPs do nordeste no julgamento dos projetos.

Para o diretor da Facepe, essa integração entre as FAPs do nordeste é de muita valia, porque elas enfrentam praticamente os mesmos problemas, quer seja pela demanda de pesquisa aplicada, quanto na capacidade de financiar os grupos qualificados.

'Mesmo que não seja possível atender à essa demanda, os grupos de pesquisa se tornam mais competitivos para buscar recursos junto às agências federais e a iniciativa privada', diz.

A sugestão da comissão para os próximos trabalhos é que façam um detalhamento melhor da infra-estrutura, facilitando a visualização de sua importância no projeto.

'Os projetos atendem a uma evolução científica e tecnológica do estado e muitos foram bem desenvolvidos', completa o doutor Antonio Mañas.

Entre os critérios de seleção foram priorizadas algumas áreas como tecnologia da informação, biotecnologia, meio ambiente, energia, arranjos produtivos locais e tecnologia para o social, tendo como base a política de ciência, tecnologia e inovação do estado.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Fapesb


Secretaria Geral SBQ


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Até nossa próxima edição!!!