SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 427


Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


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"No dia 08 de julho a SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA (SBQ) completou 26 anos de fundação. Os membros de Diretoria e Conselho da SBQ congratulam-se com todos aqueles que ajudaram e ajudam a construir e a fazer a história da SBQ.

Parabéns SBQ!!!"


Veja nesta edição:

  1. V Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas
  2. Processo Seletivo para contratação de Docente na USP de Ribeirão Preto: Cancelamento de Edital
  3. Curso: UNIX para Ressonância Magnética Nuclear
  4. Presidente do CNPq anuncia Grant para pesquisadores 1C
  5. Glaci Zancan: 'Nenhum país, em nenhum momento da história, conseguiu o espetáculo do crescimento prescindindo da educação e do avanço do conhecimento'
  6. O desafio de fazer ciência no Brasil
  7. Como formar e desperdiçar pesquisadores
  8. Cientistas se mobilizam para obter financiamento

1. V Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas



O coordenador do evento (mangrich@quimica.ufpr.br) informa que brevemente a home page do V Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas, que será realizado em Curitiba, PR, de 26 a 28 de novembro de 2003, estará disponível com os formulários para inscrições, submissão de resumos, etc.


Fonte: Antonio Salvio Mangrich



2. Processo Seletivo para contratação de Docente na USP de Ribeirão Preto: Cancelamento de Edital



Comunicamos que o processo seletivo para a contratação de um docente na área de ESPECTROSCOPIA para o Departamento de Química da FFCLRP-USP, campus de Ribeirão Preto (divulgado no Boletim Eletrônico no. 412), foi suspenso para adequar o edital às novas normas do DRH (Departamento de Recursos Humanos da USP).


Informamos aos interessados que por se tratar de motivo meramente administrativo, a vaga continua disponível e um novo edital será publicado brevemente.


Fonte
Prof. Dr. Gil V. J. da Silva
DQ-FFCLRP-USP



3. Curso: UNIX para Ressonância Magnética Nuclear



PROFESSOR: Dr. Alviclér Magalhães


DATA: 02 a 09 de AGOSTO de 2003


LOCAL: Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP


PROMOÇÃO
Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear - AUREMN


Informações :


José Daniel Figueroa Villar, Presidente da AUREMN Instituto Militar de Engenharia/Departamento de Química Praça General Tibúrcio, 80 - Urca CEP: 22290-270 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2546-7057 Fax: (21) 2546-7059
E-mail: d5figuer@epq.ime.eb.br ou SANDRA MELLO: sandra@iq.ufrj.br


Inscrições :


IQ-UFRJ/ AUREMN
A/C Rosane Aguiar da Silva San Gil, Tesoureira da AUREMN Caixa Postal 068556 - Ilha do Fundão
21941-972 Rio de Janeiro, RJ Brasil
rsangil@iq.ufrj.br


Fonte
Sonia Cabral de Menezes
p/ Diretoria da AUREMN



4. Presidente do CNPq anuncia Grant para pesquisadores 1C



O presidente do CNPq, Erney Camargo informou nesta segunda-feira (14/07) que o Adicional de Bancada (Bolsa Prêmio - Grant) será estendido aos bolsistas de Produtividade em Pesquisa 1C. O benefício já é garantido a pesquisadores 1A e foi assegurado aos pesquisadores 1B em junho. Com os novos beneficiados, serão mais 1.280 bolsistas que receberão R$ 1.000,00 a ser pago mensalmente a partir da folha de pagamento de agosto.


Fonte: www.cnpq.br



5. Glaci Zancan: 'Nenhum país, em nenhum momento da história, conseguiu o espetáculo do crescimento prescindindo da educação e do avanço do conhecimento'




Leia aqui a íntegra do discurso da presidente da SBPC, Glaci Zancan, na cerimônia de abertura da 55ª Reunião Anual da SPBC


Eis o discurso de Glaci:


Estamos novamente em Recife para mais uma reunião dessa organização não governamental que é a SBPC. Desde suas origens, ela luta pela liberdade de trabalho e de expressão para poder colocar a ciência a serviço dos brasileiros.


As nossas reuniões que, no passado recente, foram um dos poucos palcos disponíveis para a discussão e a crítica ao obscurantismo dos governos militares, são hoje felizmente mais um dos instrumentos do exercício democrático.


Quando a vida dos humanos depende de sua capacidade de apreender permanentemente, a SBPC tem a responsabilidade de alertar a nação para a revolução que se faz necessária na educação nacional. Afinal, nenhum país, em nenhum momento da história, conseguiu o espetáculo do crescimento prescindindo da educação e do avanço do conhecimento.


É hora de relembrar que ciência e a arte são as duas faces da criatividade humana. O povo brasileiro é dotado de alta criatividade, manifestada principalmente pela diversidade de sua cultura. É na capacidade de criar que devemos investir para transformar a educação em fator de inclusão social.


Nos 55 anos de sua existência, a SBPC - pela voz dos educadores - alertou para a necessidade de mudanças na educação. O ensino precisava deixar de ser formalista para ser formador.


Nesta reunião, homenageamos Paulo Freire por todo o conjunto de sua contribuição à educação brasileira. Mas, creiam senhores, o homenageamos principalmente pela sua tenaz defesa do professor criativo que busca, com poucos recursos, transformar a realidade.


Podemos lembrar também um outro nordestino, Geraldo Vandré, e dizer, como nos seus versos, que 'Quem sabe faz a hora, não espera acontecer'. Não podemos mais continuar a repetir o diagnóstico que conhecemos há cinquenta anos.


A reforma do ensino, pela inclusão do método científico, do ensino fundamental à Universidade, é uma necessidade. O conjunto do sistema educacional encabeçado pelas Universidades públicas precisa mudar e esta tarefa não pode mais ser postergada.


O envolvimento dos jovens na iniciação científica, nas tarefas de extensão social e no empreendedorismo é a forma mais eficiente de formá-los como agentes transformadores da realidade adversa.


É preciso ultrapassar a reserva de mercado das corporações profissionais que dominam a estrutura acadêmica do ensino superior. É urgente valorizar o jovem, dando a ele a oportunidade de buscar a formação que mais lhe interessa.


A universalização da pesquisa no seio das Universidades deve ser buscada com denodo. Será por meio dela que poderemos conhecer o mundo que nos rodeia. Da análise crítica da realidade deverão surgir as soluções para incluir os milhões de brasileiros hoje marginalizados.


É preciso absorver os nossos jovens doutores em todo o sistema universitário e nas empresas. Não se justifica um país com as nossas carências formar doutores para deixá-los desempregados. As políticas públicas precisam atentar para esse fato grave. Nenhuma liderança que se diga responsável poderá se sentir excluída dessa luta.


Não se pode falar em qualidade de vida, em soberania nacional, em quebra das desigualdades, no uso sustentável da biodiversidade sem que se definam as políticas de Estado nas diversas áreas de ciência e tecnologia.


É por isso que lutamos para que o Conselho de Ciência e Tecnologia, ligado à Presidência da Nação, passe finalmente a funcionar. A solução de todos os problemas requer o conhecimento e ação multidisciplinar.


A somatória de esforços, em todos os níveis de governo, é absolutamente necessária para que possamos avançar na promoção da justiça, na produção e distribuição de riquezas e, acima de tudo, na construção de um país sem excluídos sociais.


Senhores e senhoras. A essência e a amplitude dos temas aqui abordados estarão em discussão durante esta semana. Esperamos que todos tenham a oportunidade de participar e de sugerir medidas concretas para a construção dessa nova sociedade brasileira. É esse trabalho construtivo que se espera da comunidade científica reunida na SBPC.


A ciência cativou o homem e, como disse a raposa para o Pequeno Príncipe, nós somos responsáveis por aquilo que cativamos. Inserir a ciência na vida de todo o brasileiro é uma responsabilidade de todos quanto têm o privilégio de poder viver alimentando-se da busca pelo conhecimento.


Fonte: JC e-mail 2319, de 14 de Julho de 2003.



6. O desafio de fazer ciência no Brasil


Para a maioria dos brasileiros, ciência é uma coisa esquisita feita por gente mais esquisita ainda. No Brasil, ciência ainda é vista como gasto e não investimento


Para a maioria dos brasileiros, ciência é uma coisa esquisita feita por gente mais esquisita ainda. No Brasil, ciência ainda é vista como gasto e não investimento. Resultado: no campeonato mundial da ciência, o país, em que pese seus avanços, ainda está na segunda divisão.


Parece um daqueles times de futebol que, de vez em quando, supera as próprias deficiências e joga uma partida espetacular. Mas falta regularidade para subir para a divisão especial.


Os recursos federais mal e mal conseguem manter o que existe e não há verba para modernizar e ampliar centros de pesquisa, como mostram as reportagens desta e das duas páginas seguintes. Os Estados - à exceção de SP - não repassam a verba para as fundações de amparo à pesquisa.


As Universidades públicas estão sucateadas, os valores das bolsas de estudo, defasados. Aumentou o número de mestres e doutores, mas não há mercado para absorver essa mão-de-obra extremamente qualificada e capaz. As empresas privadas nacionais raramente investem em pesquisa. E não há crescimento econômico sem investimento em ciência e tecnologia - como provam EUA, Alemanha, Grã-Bretanha e Coréia do Sul.


A partir de hoje (domingo), e até sexta-feira, a ciência está em discussão no Recife, na 55.ª Reunião Anual da SBPC.


Fonte: O Estado de SP, 13/7



7. Como formar e desperdiçar pesquisadores


Universidades, institutos de pesquisa e empresas privadas não conseguem absorver cientistas


Do início de 1995 até o fim do mês, o Brasil terá investido mais de R$ 130 mil na formação de Lúcia Helena Carvalho, de 32 anos. A Universidade Bandeirante agradece. A Uniban, que cobra mensalidade de R$ 605,00 dos alunos de biomedicina, terá o privilégio de contar com as aulas da pesquisadora a partir de agosto. E a ciência brasileira perderá mais um de seus quadros.


Com nível de pós-doutorado e atuando num conceituado laboratório do Instituto de Química da USP, Lúcia Helena é um exemplo de desperdício na pesquisa brasileira. Sem condições de absorver seus mestres e doutores, o país perde talentos para o mercado, que os utiliza em outras funções, com raras exceções. Alguns vão vender máquinas e produtos.


'As estatísticas dizem que precisamos de mais pessoas qualificadas. Formamos esse pessoal, mas não há emprego para todos', atesta Mari Cleide Sogayar, do Depto. de Bioquímica e orientadora de Lúcia Helena.


A pesquisadora e futura professora da Uniban preferia continuar na bancada, fazendo ciência - estuda a ação de hormônios glicocorticóides na proliferação celular.


Tanto que já prometeu manter um vínculo informal com a USP, sem remuneração. Poderia ter insistido na renovação da bolsa, mas com a procura gigantesca suas chances eram reduzidas.


'É dose ter de ficar esperando sentadinha, sem saber se vai ser aceita ou não.' Indo um dia por semana à Uniban, receberá mais que os R$ 2.100,00 da bolsa.


Qual a conseqüência disso? Novos estudantes têm de ser treinados. É quase uma volta à estaca zero. Mas esse é só um dos problemas na formação de pesquisadores.


As três maiores instituições que oferecem bolsas de pós-graduação, Capes, CNPq e Fapesp, não dão conta da demanda nacional.


Particularmente para SP, as duas primeiras vêm diminuindo a oferta. A Fapesp está cobrindo a diferença. E como todas investem em outras áreas além das bolsas, a seleção de mestrandos e doutorandos está mais rigorosa.


Uma das conseqüências foi a redução de bolsas de estudo no exterior. Nos dois níveis, as três agências financiam quase 30 mil bolsas.


E os valores das bolsas estão defasados. Um pesquisador em início de carreira, o mestrando, ganha de R$ 725,00 a R$ 930,00. Um doutorando, de R$ 1.072,00 a R$ 1.770,00. O farmacêutico bioquímico Wagner Ricardo Montor, de 26, faz doutorado. Com a bolsa de R$ 1.430,00, ajuda a família de classe média, vai poucas vezes a restaurantes, não tem carro e economiza o que pode. Muitos já fazem isso, por precaução.


'Essas contas acabam consumindo raciocínio, que deveria ir para a pesquisa. Daria para produzir mais', diz Montor, que estuda a ação do ácido retinóico (um derivado da vitamina A) contra tumores no cérebro.


Como todo pesquisador, afirma que dinheiro não é seu principal objetivo, mas se preocupa com o futuro próximo. Seguirá no pós-doutorado e não descarta a hipótese de recorrer a uma bolsa em instituições estrangeiras. Causam menos stress.


Formação
A pós-graduação tornou-se um grande marco da ciência e do ensino no país. Só que, de cada dez pesquisadores, um pertence a uma Universidade privada. É um número que tende a crescer, mas talvez só em algumas décadas. Já as empresas investem pouquíssimo e não aproveitam os cientistas. O poder público, sozinho, não faz milagres.


Nos últimos 30 anos, houve a grande expansão da pesquisa pública. Entre 1966 e 1975, foram criados 402 cursos de pós. Mais de um quarto deles em SP. Até 1985, o aumento na formação de pesquisadores ocorreu basicamente no Sudeste. Só na década seguinte procurou-se acabar com essa concentração.


Mas até hoje a USP forma um grande número de cientistas. Em 2002, foram 3.289 mestres e 2.070 doutores.


Estudiosos vêm alertando que só a concessão de bolsas é insuficiente para o progresso da ciência. Como houve uma excessiva vinculação da pesquisa à pós-graduação nas últimas décadas, boa parte do dinheiro para o setor vai para bolsistas. E muitos deles, após a obtenção do título, deixam de produzir pesquisas relevantes. A torneira, como se vê, continuará aberta.


Fonte: O Estado de SP, 13/7


8. Cientistas se mobilizam para obter financiamento


Maioria das fundações de amparo à pesquisa não recebe do governo

No dia 27, Belo Horizonte presenciou uma cena raríssima: uma manifestação de rua de cientistas. Descontentes com o fato de o governo mineiro não repassar à Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) o equivalente a 1% da arrecadação do Estado, como estipula a lei, cerca de 200 pesquisadores deixaram os laboratórios e foram para a frente do Palácio da Liberdade, sede governo, protestar.


A manifestação traz à tona duas situações distintas, mas interligadas, vividas pelas fundações de amparo à pesquisa (FAPs) de vários Estados. A primeira é que elas, à exceção da de SP (Fapesp), não recebem dos seus respectivos governos os repasses a que têm direito por lei.


A segunda é que isso começa a incomodar os pesquisadores, que estão se mobilizando. A exemplo de seus colegas mineiros, os cientistas gaúchos também criaram um movimento em defesa da Fapergs, a FAP do Rio Grande do Sul.


A médica Ana Rabelo, do Centro de Pesquisa René Rachou, de Belo Horizonte, uma das organizadoras do protesto mineiro, diz que o objetivo da mobilização do dia 27 foi, além de lutar pelo repasse da verba que lhe é devida, alertar o governo para a gravidade do problema.


'Sem o repasse, cerca de 800 projetos de pesquisa de boa qualidade não poderão ser financiados', diz Ana. 'As conseqüências serão danosas para o Estado.'


Promessas
As FAPs começaram a ser criadas a partir dos anos 60 para financiar a ciência nos Estados, ao lado dos órgãos federais de fomento. Hoje, elas existem em 22 deles - as exceções são Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins. De acordo com as leis estaduais que as criaram, as FAPs deveriam receber repasse que varia de 1% a 2% da arrecadação do Estado a que pertencem.


'Infelizmente, só a Fapesp vem cumprindo isso', diz o presidente do Fórum das FAPs, Francisco Romeu Landi, que também é diretor-presidente da Fapesp.


'Outras cinco - de Pernambuco, Minas, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio - recebem de 20% a 40% do que lhes é devido. As outras, nem isso.'


Para Landi, as FAPs têm um papel importante no desenvolvimento científico e tecnológico do país. 'O Brasil é muito grande e diverso', diz. 'Por isso, criar órgão regionais de fomento à pesquisa é o melhor caminho para que ele se desenvolva científica e tecnologicamente. São esses órgãos que poderão melhor conhecer as especificidades e necessidades de cada Estado.'


Segundo o presidente do Fórum dos Secretários Estaduais de C&T, Fernando Peregrino, alguns Estados já estão se conscientizando da importância das FAPs e tentando aumentar os repasses.


'Há um esforço muito grande nesse sentido', garante. 'Um exemplo é

A mesma promessa faz o secretário de C&T do Rio Grande do Sul, Kalil Sehbe. A lei que criou a Fapergs determina que ela receba 1,5% da receita líquida do Estado. 'Infelizmente isso nunca foi cumprido', reconhece Kalil. 'O atual governo do Estado pretende ir aumentando gradativamente esse índice, começando com a meta de 25% para este ano.'


Fonte: O Estado de SP, 13/7



Secretaria Geral SBQ



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Até nossa próxima edição!!!