SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 373


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PARABÉNS A SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA PELOS SEUS 25 ANOS.

Veja nesta edição:
  1. Publicação científica brasileira cresce 403% em 20 anos
  2. Prof. Marcelo Giordan comenta noticias divulgadas no Boletim da SBQ
  3. II EPOA - Agosto de 2003, em Campinas
  4. Seleção de docentes no Centro Universitário UNIVATES


1. Publicação científica brasileira cresce 403% em 20 anos

A produção científica brasileira teve o terceiro maior crescimento mundial nas duas últimas décadas, segundo dados da revista 'Pesquisa Fapesp'

Enquanto o número de artigos publicados por pesquisadores norte-americanos, por exemplo, cresceu 41,51% nas últimas duas décadas, a produção brasileira aumentou 403,49%, ficando atrás somente da China e da Coréia do Sul.

A estimativa considera o número de artigos publicados por pesquisadores em periódicos científicos internacionais indexados.

O SCI (Índice de Citação Científica), do ISI (Instituto para a Informação Científica), em Filadélfia, nos EUA, por exemplo, reconhece mais de 5.000 periódicos, referentes a 164 áreas do conhecimento.

Segundo o índice, apenas nesses jornais e revistas os artigos de autores brasileiros já representam 1,44% da ciência mundial.

O número parece pequeno, mas já significa um grande avanço do país.

Em 2001 o SCI documentou, ao todo, 10.555 artigos do Brasil, totalizando 40% dos artigos científicos publicados por latino-americanos no mesmo período.

Hoje o país já ocupa a 9ª posição entre os países com maior número de artigos em periódicos indexados.

Apesar dos dados animadores, os especialistas acreditam que a atividade científica brasileira ainda esteja sendo subestimada, já que, das 5.000 publicações indexadas pelo SCI, somente 15 são revistas brasileiras.

Dessa forma, grande parte da produção publicada em revistas nacionais fica fora do eixo internacional e acaba não entrando nas estatísticas.

Para a equipe da biblioteca virtual SciELO (Scientific Eletronic Library), que indexa 91 publicações brasileiras, cerca de 3.000 artigos deveriam ser adicionados às estatísticas, elevando o total de artigos para 13 mil.

Mesmo assim, o cálculo ainda seria falho, diz o estudioso do assunto Rogério Meneghini, coordenador do Centro de Biologia Molecular Estrutural do Laboratório Nacional Luz Síncrotron, de Campinas.

Ele calcula que haja no Brasil de 400 a 500 revistas, o que classifica como uma 'ciência escondida'.

Fonte: Revista Galileu, site http://revistagalileu.globo.com/




2. Prof. Marcelo Giordan comenta noticias divulgadas no Boletim da SBQ

A propósito desse último boletim eletrônico, duas matérias chamaram minha atenção: o artigo do ministro da educação e discussão sobre autonomia universitária. Na Folha de São Paulo desta semana, também foi publicado um editorial acerca da transferência da administração das universidades para o âmbito do MCT. Gostaria então de tecer os seguintes comentários, no sentido de contribuir para o debate.

  1. É curioso observar o comportamento atual do ministro da educação Paulo Renato, no cargo há quase 8 anos. Teria sido seu artigo em Tendências e Debates sobre crescimento da produção científica uma reação ao editorial da Folha acerca da proposta de transferência das universidades para a alçada do MCT ? É demasiado tarde para o atual ministro e ex-reitor tratar de questões de ciência e tecnologia. Sua administração só fez minguar os recursos para as universidades públicas e fomentar o crescimento indiscriminado do ensino superior de baixa qualidade. A numerologia comparativa, como a assinatura eletrônica dos periódicos (a Open University somente na área de educação provê acesso a 4 mil títulos) e a indexação dos artigos publicados (boa parte dessa produção está concentrada em pouquíssimas universidades), serve apenas para constatarmos a fragilidade desses últimos 8 anos de administração, como mostra a matéria jornalística assinada por Ismália Afonso e reproduzida pelo Boletim SBQ. Interessante observar que quando se apresentam os números da educação superior num sentido lato (no modelo brasileiro, Pós-graduação é sinônimo de pesquisa, não de formação de professor universitário), a avaliação é outra.

  2. É necessário que o MEC discuta a educação superior sob uma perspectiva de inclusão e nesse sentido a matéria jornalística da agência UnB também é oportuna. Há muitas adjetivações para o termo 'inclusão social' e uma delas é atender a massa de trabalhadores que não teve e continua sem ter acesso ao ensino superior público. Pois essa pode vir a ser justamente a missão do ensino superior pautado pelo modelo de universidade aberta. Muitos mitos devem ser superados ao longo do debate sobre a expansão do ensino superior. O primeiro deles está bem próximo de alguns setores da nossa universidade pública presencial, que desdenha de sua missão principal e alimenta o discurso oportunista do governo, quando defende a idéia de que crescer nos rankings de produção científica é indicativo de qualidade e cumprimento de sua função social. O segundo é alimentado pela mídia e seu discurso produtivista, que tenta nos fazer acreditar que as universidades devem mudar sua mentalidade conservadora, como se isso fosse sinônimo de ultrapassado. Há ainda outros relativos ao próprio ensino a distância, entre eles o mito da baixa qualidade desse sistema, que é na verdade um preconceito, como muitos daqueles que alimentam as críticas às políticas afirmativas de inclusão social.

  3. Educação superior a distância requer modelos de gestão e formação acadêmica absolutamente diferentes do que temos no Brasil hoje. Esses modelos não cabem nas nossas instituições e não se trata de destruir o velho para implantar o novo. O Estado precisa ampliar acesso e diversificar modelos de ensino superior público, e nesse sentido o ensino superior a distância responde a ambas as necessidades. A solução do problema está também na expansão de vagas por um sistema de educação aberta a distância, que contemple entre outros:
    1. propósitos de formação consistentes com os anseios da sociedade;
    2. estrutura acadêmica alternativa, na qual o trinômio ensino-pesquisa-extensão seja redefinido, mas não abandonado;
    3. políticas de gestão voltadas para o interese público e não corportativo.

Por fim, é preciso considerar que seja o governo da república antigo ou atual, a educação é uma questão de Estado e seus problemas são tanto antigos como atuais. No debate sobre os rumos da Universidade para as próximas décadas, deve constar como ponto de pauta a educação superior a distância com o que ela traz de moderno e conseqüente, antigo mas não ultrapassado.

Marcelo Giordan
Professor na FEUSP
Pesquisador Visitante na Open University




3. II EPOA - Agosto de 2003, em Campinas

O Laboratório de Química Ambiental (LQA - IQ/UNICAMP), com o patrocínio da DEGUSSA, estará promovendo nos dias 24 a 27 de Agosto de 2003, no The Royal Palm Plaza, em Campinas, o II Encontro sobre Aplicações Ambientais de Processos Oxidativos Avançados, II EPOA.

Este novo encontro deverá seguir as mesmas linhas do I EPOA, ou seja, aumentar nosso conhecimento e promover a interação acadêmica e tecnológica sobre todos os tipos de Processos Oxidativos Avançados com aplicações em ar, efluentes, água potável, remediação de solos e águas subterrâneas, dentre outros.

O II EPOA também abrigará uma reunião do projeto financiado pela OEA envolvendo Argentina, Brasil, Chile, México, Perú e Trinidade e Tobago entitulado "Tecnologías económicas para la desinfeccion y descontaminacion de aguas em zonas rurales de America Latina." Maiores detalhes sobre o evento estarão sendo divulgados oportunamente. Reserva na sua agenda este espaço para o II EPOA.

Fonte: Prof. Wilson Jardim
IQ-UNICAMP




4. Seleção de docentes no Centro Universitário UNIVATES

O Centro Universitário UNIVATES, situado em Lajeado/RS, cidade situada a 130 km a noroeste de Porto Alegre, está com inscrições abertas para seleção de docentes em várias áreas, entre elas em Educação em Química, exigindo-se Graduação em Química e Mestrado em Química ou Educação. Informações disponíveis em www.univates.br ou fone: (51) 3714-7000.

Carla Kern - Chefe do Departamento III



Secretaria Geral SBQ


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