SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 345




Assine e divulgue Química Nova na Escola e o Journal of the Brazilian Chemical Society (www.sbq.org.br/publicacoes/indexpub.htm) a revista de Química mais importante e com o maior índice de impacto da América Latina. Visite a nova página eletrônica do Journal na home-page da SBQ (www.sbq.org.br/jbcs/index.html).


Veja nesta edição:
  1. Aniversário de 25 Anos da SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, Dia 08 de Julho
  2. 25 anos da SBQ, depoimento de Jailson B. de Andrade
  3. Mensagem do Presidente do CRQ 4ª Região sobre os 25 anos da SBQ
  4. Segunda Conferência Internacional de Química
  5. Palestra: Missões de observação da camada de Ozônio nos Trópicos: Projetos europeus: Hibiscus e Troccinox
  6. Doctoral or postdoctoral positions available for organic chemists
  7. Lula visita a Reunião da SBPC, em Goiânia, e distribui resumo de seu programa para C&T
  8. 'Jornal da Ciência' pergunta a Lula: Como avalia a gestão do ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, e o que pensa do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)?


1. Aniversário de 25 Anos da SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, hoje, Dia 08 de Julho

No último dia 08 de julho a SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA (SBQ) está completando 25 anos de fundação.

A SBQ foi fundada em 1977, durante uma Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

É realmente um momento de muita alegria para todos os membros de nossa comunidade.

Os membros de Diretoria e Conselho da SBQ congratulam-se com todos aqueles que ajudaram e ajudam a construir e a fazer a história da SBQ.

Parabéns SBQ!!!

Nota do Editor: Abaixo está transcrita a Ata de Fundação da SBQ. Conheça um pouco mais sobre a história da SBQ em nossa homepage (www.sbq.org.br).

ATA DE FUNDACÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA

Após uma Assembléia que durou duas horas, foi fundada a Sociedade Brasileira de Química - SBQ, na sala 056 da Pontifícia Universidade Católica, na rua Monte Alegre, na cidade de São Paulo, às 19:30hs (dezenove e trinta); para a Diretoria foram eleitos: pres. Simão Mathias, Secret. Geral: Eduardo Motta Alves Peixoto, Tes. Etelvino J. H. Bechara; para o Conselho Consultivo foram eleitos: Jacques Danon, Ricardo C. Ferreira, Antonio C. Pavão, Archimedes P. Guimarães, Ernesto Giesbrecht e David Tabak.

São Paulo, oito de julho de 1977.

Assinaram esta Ata, os membros fundadores da SBQ

Affonso Alles
Albertino F. Nascimento Jr.
Ana Maria Pereira Santos
Ana Maria Pinto dos Santos
Antonio Carlos Pavão
Alcídio Abrão
Archimedes P. Guimarães
Armi Wanderley da Nóbrega
Catharina M. W.Brandi
Claudio Airoldi
David Tabak
Dawson Buim Arena
Diana J. Rosa Guenzburger
Eduardo M. Alves Peixoto
Etelvino J. Henriques Bechara
Fernando Galembeck
Geraldo José da Silva
Guilherme Luiz Indig
Helena M. C. Ferraz
Helena Maria S. Bittencourt
Henrique Manoel Q. Magarão
Hernan C. Guralnik
Hiroshi Aoyama
Iolanda Midea Cuccovia
Ivano Rolf Gutz
Jacques Danon
José Atílio Vanin
José Roberto Ernandes
Keiko Takashima
Letícia Tarquino de S. Parente
Lúcia P. S. Airoldi
Marco Aurélio De Paoli
Maria do Carmo de A.Santos
Maria E. V. Suarez
Maria Lucia Mendes de Carvalho
Maria Olimpia de O. Rezende
Marian Rosaly Davolos
Mariana S. Araújo Viel
Marilda Meirelles Oliveira
Marilene Marcuzzo do Canto
Mário Giambiagi
Mário José Politi
Marisa Helena G. Medeiros
Massami Yonashiro
Marta M. Tanizaki
Maurício G. Constantino
Nídia F. Roque
Osvaldo Antonio Serra
Paulo Tiglea
Pedro Maia de Campos
Regina Lucia de Souza Moura
Regina Maria Valle Aleixo
Renato Vergnhanini Filho
Ricardo Baumhardt Neto
Ricardo Cesar P. Chaim
Ricardo C. Ferreira
Roberto Tokoro
Rosa Maria Scavariello
Sérgio de Souza Funari
Sérgio Emanuel Galembeck
Simão Mathias
Sonia M. H. Salcedo
Victor A. Nehmi
Yoshiyuki Hase




2. 25 anos da SBQ, depoimento de Jailson B. de Andrade

Nestes 25 anos de existência a SBQ tem tido um papel extremamente relevante na organização da Comunidade de Química do País e no estabelecimento de padrões acadêmicos, científicos e éticos para a área, além de ser um importante locus na identificação e promoção de novos talentos e lideranças.

A excelência, a divulgação da ciência química e a melhoria da imagem da Química estão permeadas em todas as atividades da Sociedade. A SBQ e seus membros tem tido também uma atuação destacada no assessoramento das agências de fomento à pesquisa, na alocação de recursos para a melhoria dos cursos de graduação e pós-graduação e para o incremento da pesquisa científica e tecnológica.

Faço votos que estas linhas de ação sejam mantidas e potencializadas no futuro e que a SBQ possa também auxiliar a comunidade de química a melhorar a comunicação e inserção no setor industrial e a redefinir os seus campos de atuação extrapolando a competência disciplinar na busca da conciliência.

Prof. Dr. Jailson Bittencourt de Andrade
Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento em Química - LPQ
Instituto de Química - UFBA
Campus Universitário de Ondina
40.170-290 - Salvador, Bahia - BRASIL




3. Mensagem do Presidente do CRQ 4ª Região sobre os 25 anos da SBQ

Prezado Prof. Drº Paulo Cezar Vieira,

Receba nossos cumprimentos pelos 25 anos de fundação da SBQ, entidade que desde o seu surgimento desempenha importante papel na consolidação e engrandecimento da comunidade química de nosso país.

O acordo que fizemos em dezembro de 2000 no sentido de divulgarmos em nosso site (www.crq4.org.br) os boletins produzidos semanalmente pela Secretaria Geral dessa entidade foi um indicador de quanto consideramos fundamental a atuação da SBQ, além de ser uma demonstração de nossa crença de que o trabalho conjunto sempre rende bons resultados quando se busca o mesmo objetivo: o fortalecimento dos profissionais da química.

Parabéns,

Olavo de Queiroz Guimarães Filho,
Presidente do CRQ 4ª Região.


4. Segunda Conferência Internacional de Química

PRIMERA CIRCULAR

INVITACION.

La Facultad de Química y Farmacia de la Universidad Central "Marta Abreu" de Las de Villas y las instituciones organizadoras le invitan cordialmente a asistir a la Segunda Conferencia Internacional de Química, que se efectuará del 3 al 6 de Junio del 2003, en la ciudad de Santa Clara, en el centro de la isla de Cuba.

ALCANCE.

Cualquier tema relevante de la Química Pura y Aplicada, las Ciencias Farmacéuticas y la Ingeniería Química serán importantes tópicos a tratar en esta Segunda Conferencia Internacional de Química. Se aceptarán otras investigaciones que interrelacionen estas ciencias.

COMITÉ ORGANIZADOR.
Dr. Andrés Olivera Ranero
Dr. Xiomara Cabrera Bermúdez
Dr. Alberto Nuñez Sellés
Dr. Gretel Villanueva Ramos
Dr. Julio Pedraza Garciga
Dr. Nivaldo Santos Cuba
Dr. Leisy Nieto Reyes
Dr. Sergio Morales Fernández
MSc. Gisela Peralta Meseguer
Lic. Maité de Rojas Pérez

COMITÉ ASESOR INTERNACIONAL.
Dr. Sc. Erenio González Suárez (Cuba)
Dr. José Vazquez Tato (España)
Dr. Nilo Castañedo Cancio (Cuba)
Dr. Ruben Alvarez Brito (Cuba)
Dra. Encarnación Moyano (España)
Dr. Alejandro Baeza (México)
Dr.Sc. Marcelo Castier (Brasil)
Dra. Silvia Alvarez Blanco (España)
Dr. Ricardo Aroca (Canadá)

PROGRAMA CIENTÍFICO.

El programa científico comprende las secciones que a continuación se describen. Los trabajos que relacionen más de uno de los temas incluidos tendrán un interés especial.

SECCION I: II Simposio "Diseño, Obtención y Desarrollo de Fármacos"
ü Química Orgánica. Síntesis, Mecanismos y Productos Naturales.
ü Química Analítica.
ü Química Física y Teórica.
ü Química Inorgánica y Organometálica.
ü Química Medicinal.
ü Química Farmacéutica.
ü Relaciones Estructura - Propiedad - Actividad.
ü Farmacología y Toxicología.

SECCION II: VII Conferencia "Análisis de Procesos y diseño de plantas químicas."
ü Ingeniería de las Reacciones, Catálisis y Cinética.
ü Procesos Biotecnológicos.
ü Flujo de Fluidos y Sistemas Multifásicos.
ü Equilibrio de Fases y Propiedades de los Fluidos.
ü Tecnologías y Procesamiento de los alimentos.
ü Procesos de Separación y equipos.
ü Análisis y Diseño de Procesos Químicos en condiciones de Incertidumbre.
ü Desarrollo de Procesos e Integración.
ü Seguridad de Procesos Químicos.

SECCION III: II Conferencia "Química y Educación"
ü Diseño Curricular.
ü Educación Avanzada.
ü Metodología en la Enseñanza de la Química.
ü Historia de la Química
ü Química Computacional.

SECCION IV: Medio Ambiente.
ü Industria Ecológica y Química Ambiental.
ü Estudios de Impacto Ambiental.
ü Producciones Limpias.
ü Gestión Ambiental.
ü Educación Ambiental.
ü Medio Ambiente y Salud.

SECCION V: Estudiantes

ü Resultados de Investigaciones Estudiantiles en cualquier tema de los descritos en las secciones I, II, III y IV. Conferencias plenarias: Habrá tres Conferencias Plenarias en los temas de mayor interés y otro número en los Tópicos de las diferentes secciones.

Presentación de los Trabajos:

Las presentaciones se harán en forma de Conferencias, ponencias orales y póster.

Los autores deberían indicar la forma preferida de presentación pero el Comité Científico se reserva el derecho de tomar una decisión final sobre la forma de presentación.

Idioma: Los idiomas oficiales de la Conferencia serán el Español y el Inglés.

Normas para la preparación del Resumen:

El autor recibirá un mensaje por correo electrónico confirmando la recepción del Resumen y del Formulario de Solicitud de Participación así como será notificado acerca de la aceptación final de su trabajo en Marzo del 2003.

La Fecha Limite para el envío del Texto completo del trabajo es el 5 de Mayo del 2003.

Importante: El Formulario de Solicitud de Participación en el Evento sin el resumen o viceversa no se considerará.

Por favor, use solamente la vía del e-mail para el envío del resumen y de los trabajos.

Segunda Circular - invitación y programa preliminar.

La Segunda Circular con el programa preliminar se distribuirá en Junio 2002.

TODA LA CORRESPONDENCIA DEBE SER DIRIGIDA A:
Dr. Julio Pedraza Garciga
E-mail: juliop@uclv.edu.cu
Facultad de Química y Farmacia, Universidad Central "Marta Abreu" de Las Villas.
Carretera a Camajuaní Km 5 ½
Santa Clara, Villa Clara
CP 54830
Teléfono: 53 422 81164
Fax 53: 422 81608
Segunda Conferencia Internacional de Química
3 - 6 de Junio 2003, Santa Clara, Cuba
http://www.qf.uclv.edu.cu




5. Palestra: Missões de observação da camada de Ozônio nos Trópicos: Projetos europeus: Hibiscus e Troccinox

12 de julho 2002 as 15:00 horas
Autor: Dr. Jean Pierre Pommereau
Diretor do Centre National de la Recherche Scientifique - CNRS, França
Local: Instituto de Pesquisas Meteorológicas - IPMet
Av. Edmundo Carrijo Coube, s/n
Bauru - SP
Fone: (14) 221 6030
Contato:
Prof. Dr. Ngan André BuiVan
Fone: (14) 221 6030 R. 151
E_Mail: buivan@ipmet1.ipmet.unesp.br

Fonte: Arnaldo Cardoso IQUNESP




6. Doctoral or postdoctoral positions available for organic chemists

Dear Prof Dias,

I am contacting to you just to ask you to propagate among chemists of your department and of your country that in Santiago de Compostela we have some doctoral or postdoctoral positions available for organic chemists.

We think that it might be some possibilities of getting fellowships from iberomerican agencies. We would further check these possibilities if some good level students show interest in joining our group.

I thank you for your attention
Sincerely

José Luis Mascareñas
Profesor Titular de Química Orgánica
Departamento de Química Orgánica
Facultade de Química
Universidade de Santiago
15782, Santiago de Compostela
SPAIN
Phone: +34 981 563100 ext 14405;
FAX: +34 981 595012
http://qoweb.usc.es/jlmgroup/home.htm




7. Lula visita a Reunião da SBPC, em Goiânia, e distribui resumo de seu programa para C&T

Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República (PT, PL, PCdoB e PC), esteve, no final da tarde desta segunda-feira, em visita à 54ª Reunião Anual da SBPC, no campus da Universidade Federal de Goiás (UFG), sendo recebido pela reitora Milca Severino Pereira e por diretores da SBPC - a presidente Glaci Zancan, os vice-presidentes Carlos Vogt e Ana Maria Fernandes, e o secretário geral, Antonio Flavio Pierucci.

Lula fez entrega do documento intitulado 'Ciência e Tecnologia Para Um Brasil decente', que resume seus planos de governo para a área de C&T.

Lula não participará do 'Encontro com os Presidenciáveis' programado para quinta-feira, dia 11, com início às 18h, porque exatamente neste horário estará nos estúdios do 'Jornal Nacional' da Rede Globo para uma entrevista previamente marcada.

No campus da UFG, Lula distribuiu o resumo de seu programa para C&T e deu rápida entrevista à imprensa. Ficou combinado que ele responderia a cinco perguntas. Uma delas, por acordo entre os jornalistas, coube ao 'Jornal da Ciência'. A resposta do candidato petista vai publicada a seguir nesta edição do 'JC e-mail'.

Eis a íntegra do texto de Lula que resume seu programa para o setor de C&T:

Como já disse nas outras oportunidades em que aqui estive, a nossa política de C&T esta intimamente ligada ao Projeto Nacional que pretendemos desenvolver no nosso Governo. A necessidade fundamental de fazer a nossa economia voltar a crescer para que possamos gerar os milhões de empregos necessários, e ao mesmo tempo distribuir melhor a renda gerada, exigirá um esforço concentrado em áreas fundamentais para implementar urna revolução produtiva no pais, de modo a garantir sua inserção competitiva e soberana no mundo e, sobretudo, responder às demandas de dezenas de milhões de excluídos.

Vejo hoje com tristeza o país se inserindo de forma subordinada no contexto internacional, o que lhe reservará certamente um papel secundário e dependente do ponto de vista científico e tecnológico. De fato, são crescentes as limitações impostas ao desenvolvimento da C&T nos países periféricos, mediante relações de tipo econômico-financeiro e imposições de natureza política.

Mas não podemos aceitar essa idéia de que a criação científica deve ocorrer apenas nos países desenvolvidos porque isso nos levaria a abdicar do nosso projeto de fazer deste país uma nação livre e respeitada.

Para nós, o desenvolvimento científico e tecnológico é uma questão de soberania nacional. A superação de nossos graves problemas econômicos e sociais está intimamente ligada à criação e ao uso do conhecimento.

A C&T no nosso governo serão usadas para elevar os níveis de educação e saúde do povo, democratizar o acesso à informação e ao conhecimento, expandir postos de trabalho, promover um desenvolvimento que respeite o meio ambiente e melhore a qualidade de vida dos brasileiros.

O nosso programa de C&T estará, portanto, intimamente articulado com nosso projeto de nação e visa contribuir efetivamente para o desenvolvimento social e econômico do país.

É preciso começar reconhecendo que, fruto do trabalho acumulado durante décadas, o Brasil tem hoje um amplo sistema de C&T, composto por Universidades, centros de pesquisa, empresas estatais e de base tecnológica e agências de fomento federais e estaduais.

A nossa produção científica vem crescendo e aumentamos a formação de pessoal qualificado, mas parte deles permanece sub-aproveitada e sem emprego qualificado.As verbas para o fomento da pesquisa básica caíram muito, os novos pesquisadores e grupos emergentes não conseguem financiamento adequado e não existe uma política clara para que o sistema produtivo se desenvolva com base no emprego de técnicos e profissionais qualificados.

As Universidades públicas e os Institutos de Pesquisa vivem uma crise permanente de recursos; e os salários dos professores e pesquisadores atingem os graus mais baixos da década.

Do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, nossas limitações são muito grandes e a fragilidade no domínio da inovação é evidente. A política econômica do atual governo desprezou a competência científica e tecnológica estabelecida, em particular nas empresas estatais privatizadas, como foi o caso exemplar das telecomunicações.

A participação da iniciativa privada no desenvolvimento científico e tecnológico do país ainda é muito pequena. Em alguns setores, êxitos significativos foram mantidos à custa de grandes sacrifícios e dedicação dos quadros técnicos , como no caso da Petrobrás, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - a nossa Embrapa, da Embraer e da Avibrás, apenas para citar alguns exemplos emblemáticos. Mais recentemente, as nossas conquistas no campo da biotecnologia deixam evidente o potencial de desenvolvimento da pesquisa nacional.

Quero pedir à direção da SBPC que encaminhe para discussão de toda a comunidade científica nacional, as diretrizes e as áreas e setores estratégicos que vamos privilegiar no nosso Governo, as quais passo a enumerar:

  1. A política de C&T será tratada como um problema de Estado e não só de governo.

    Procuraremos envolver de maneira permanente as Universidades, instituições de pesquisa, empresas da área tecnológica, as organizações sindicais e outros setores da comunidade científica na formulação das políticas de C&T . Buscaremos implementar ações integradas e uma interação permanente em todos os níveis de governo (União, estados e municípios). A atuação do governo federal estará fortemente direcionada aos objetivos do desenvolvimento do país, da distribuição de renda e riqueza, da geração de empregos e da melhoria da qualidade de vida do nosso povo.

  2. O Estado terá papel indutor estratégico essencial na política de C&T.

    Conforme prioridades democraticamente definidas, estabeleceremos projetos axiais que merecerão apoio financeiro, mobilização da comunidade de C&T, assim como proteção às atividades industriais relacionadas. Buscaremos democratizar o acesso da população a tecnologias eficazes e de baixo custo que promovam a melhoria das condições de vida, especialmente da população carente.

  3. Vamos recuperar e aprimorar o Sistema Federal de C&T.

    Entre os pontos a serem enfrentados está o aumento substantivo no fomento à pesquisa básica, com garantia de continuidade; e a revisão do processo existente de competição individualizada que tem pulverizado as iniciativas e enfraquecido instituições. Serão alocados recursos institucionais, não só para projetos individuais. Os Fundos Setoriais, um mecanismo novo e importante de financiamento, serão mantidos e ampliados, mas seu funcionamento será aprimorado, com uma estrutura de gestão mais democrática e uma utilização integrada aos interesses mais gerais do desenvolvimento nacional. Esses fundos representarão um acréscimo efetivo de recursos e não uma desculpa para se cortar recursos de outras áreas de C&T.

  4. Os gastos em C&T não serão tratados apenas como custos correntes, mas como investimento num futuro melhor.

    Teremos como meta, pela alocação de recursos públicos e estímulo ao investimento privado em C&T, aumentar progressivamente o percentual do PIB para esta área, que é hoje de menos de 1% do PIB, para algo próximo de 2% do PIB no final do nosso mandato, incluindo aí o apoio a alguns segmentos específicos de pós graduação que definirmos como prioritários.

  5. A vocação para a pesquisa da Universidade pública será fortalecida.

    As Universidades públicas e Institutos de Pesquisa serão valorizados, terão um programa para a recuperação de sua infra-estrutura e ganharão maior autonomia; mas serão cobradas a responder de forma mais eficaz às demandas da sociedade. O papel dessas instituições será ampliado em um abrangente projeto nacional de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial. Será institucionalizada a relação das Universidades públicas e institutos de pesquisa com empresas, pela definição de regras precisas e transparentes. Elas são um espaço privilegiado para a produção livre e crítica do conhecimento. É essencial a importância da liberdade de pesquisa, mas isto não pode resultar em falta de compromisso social.

  6. As Políticas industrial, agropecuária e de serviços serão articuladas às de C&T

    Isso é essencial para que a capacidade tecnológica alcançada no país possa redundar em benefícios econômicos e sociais para a população, bem como para a preservação e conservação dos nossos recursos naturais. O governo implementará uma política nacional de inovação, que esteja também em consonância com a realidade e as necessidades regionais, buscando articular os sistemas locais de inovação e de produção.

  7. Serão implementados processos e mecanismos para a democratização das decisões em C&T em todos os níveis, envolvendo a comunidade científica e tecnológica, e representantes da sociedade.

    A formulação e a implementação de uma política renovadora, abrangente e democrática em ciência e tecnologia não é um problema só do governo federal: exige a participação intensa e permanente de todos os setores da sociedade brasileira, em particular da comunidade científica e tecnológica.

    O grave problema das desigualdades nacionais, que também se reflete na nossa estrutura nacional de C&T, será enfrentado com decisão e mecanismos diferenciados. Questões de C&T que demandam definições políticas que dizem respeito à soberania nacional - como o uso soberano da Base de Alcântara, a crise do setor elétrico, a utilização da tecnologia nuclear, os usos da engenharia genética -, serão discutidos e tratados de maneira ampla e democrática, envolvendo os variados setores da sociedade e estabelecendo mecanismos de participação popular.

  8. Adotaremos uma política externa de cooperação internacional, respeitando direitos assumidos por todos, mas atuará com decisão se contrapondo às legislações restritivas e lesivas aos interesses nacionais.

    A partir de discussões amplas com agentes de ciência e tecnologia, com entidades empresariais e sindicais e com parlamentares, será definida uma política que permita resguardar interesses nacionais em face das questões de propriedade intelectual, de intercâmbio de bens, serviços e conhecimentos. Será combatida sem tréguas a biopirataria e defendidos os nossos direitos sobre os conhecimentos aqui produzidos, assim como nossos recursos de biodiversidade.

  9. O ensino de ciências no país será melhorado e o governo estabelecerá um Programa Nacional de Popularização da Ciência, envolvendo instituições científicas, Universidades, centros e museus de ciência.

    É fundamental não esquecer que a ciência tem também outro papel fundamental, além das suas aplicações tecnológicas no plano econômico: é o valor do conhecimento científico em si, como patrimônio cultural de toda a humanidade, como educação. É importante que o cidadão brasileiro adquira um conhecimento básico sobre a ciência e seu funcionamento para que ele possa entender melhor o seu entorno e atuar com conhecimento de causa. Em outra oportunidade tratarei das nossas diretrizes para a área da educação .Quero aproveitar essa reunião de cientistas de todo o Brasil e de várias as partes do mundo para apresentar nossa visão da política cientifica e tecnológica que queremos para o nosso país.

  10. Será criado um programa emergência para a recuperação da infra estrutura de ciência e tecnologia, para evitar maiores perdas no potencial de que o pais ainda dispõe.

Nosso governo estabelecerá uma ação mobilizadora nacional que buscará estimular e atrair cientistas, técnicos, estudantes, empresários, trabalhadores etc, para a construção de um processo em que a ciência e a tecnologia sejam alavancas para o desenvolvimento do país e para a superação de seus graves problemas econômicos e sociais.

Para isso iniciaremos imediatamente após a posse, uma avaliação criteriosa e participativa dos centros de pesquisa, no tocante às suas condições materiais, de suas carências, bem como das necessidades de qualificação de seus membros e de aprimoramento da sua produção cientifica.

0 que queremos como contrapartida é o comprometimento das instituições de C&T deste país com um patamar mínimo de desempenho, no tocante à formação e à produção cientifica, assim como no atendimento da demanda social de curto, médio e longo prazo.

Sem cercear a essencial autonomia da pesquisa cientifica, é necessário estabelecer uma vinculação efetiva entre o desenvolvimento cientifico e tecnológico e as prioridades do Governo no campo da produção, dos serviços e da cultura.

Isto implica no nosso caso, numa atenção especial a questões como educação, saneamento, alimentação, saúde. habitação e preservação ambiental. E principalmente na busca de tecnologias que permitam agregar valor à nossa produção agrícola e industrial, gerando o maior número de empregos possíveis no nosso próprio pais.

Por fim, quero reafirmar o compromisso assumido nas vezes anteriores que aqui estive de que, se for eleito, pretendo retomar no próximo ano, com meus ministros das áreas de educação, ciência e tecnologia, um debate amplo e aberto das políticas do meu Governo com a comunidade cientifica do país. A SBPC será o fórum privilegiado para que o meu governo debata suas propostas nessas áreas.

Não consolidaremos a democracia brasileira sem garantir a igualdade de oportunidades no acesso à educação, porta de entrada para a cidadania. Para isso vamos ter que resgatar a dívida social que temos com milhões de professores e pesquisadores deste país.

0 futuro deste país não pode ser escrito sem a ajuda dos homens de ciência. Por isso quero convidar estudantes, professores, cientistas e representantes da comunidade acadêmica reunidos aqui na 54ª Reunião Anual da SBPC para nos ajudar a construir uma nova política de ciência e tecnologia para que o Brasil seja detentor dos conhecimentos que lhe permitam participar de forma soberana do mundo contemporâneo.'

Fonte: JC-E-mail




8. 'Jornal da Ciência' pergunta a Lula: Como avalia a gestão do ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, e o que pensa do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)?

Eis a resposta de Lula:

'Primeiro, não caberia avaliar o atual ministro de C&T. Acho que temos que pensar o que fazer daqui para a frente. Estamos convencidos de que a ciência passa a ser uma coisa tão importante na nossa concepção de governo que estamos nos propondo a dobrar as verbas com relação ao PIB nos próximos quatro anos.

Ou seja, em vez de 1% [do PIB] que se gasta hoje, praticamente dobrar para 2%, o que, num país endividado e com 44 milhões de pessoas passando fome, se não é suficiente é muito importante.

Acho que o grandes centros de inteligência que o Brasil precisaria ter são as nossas Universidades. Precisaríamos transformas as Universidades públicas em grandes centros de inteligência, fomentando a pesquisa, porque, sem isso, o Brasil não vai a lugar nenhum.

Estou tomando todo o cuidado porque não quero falar mal do governo FHC, do Serra, do Garotinho, estou tentando fazer a campanha falando bem de nós e não falando mal de ninguém. Porque os dados estatísticos é que vão julgar o que foi o governo FHC, quase que uma república de professores, e que no diz respeito à educação deixou muito a desejar.

É pena que as pessoas no Brasil ainda vejam a educação como custo e não como investimento. Acho que só iremos dar um salto de qualidade quando fizermos este investimento.

Veja que contraditório: o mesmo governo que tem a coragem de financiar as vindas de uma empresa multinacional para cá, dando a ela isenção de impostos, infra-estrutura, água, luz, terreno, e ainda financiando seu capital por 10 ou 15 anos, não vê isso como custo, vê como investimento.

E investir no jovem na Universidade, no jovem na escola técnica, ainda é visto como custo, e por isso não se investe, quando esse investimento é o mais barato e o retorno o mais imediato. E é a única certeza que o Brasil pode ter é que com investimento correto na educação o Brasil pode um dia se tornar um país competitivo com o mundo globalizado.

Para nós, o investimento em pesquisa é a condição básica pela qual o Brasil vai conquistar uma maioridade competitiva. É o investimento em pesquisa que vai garantir que o Brasil possa não ser exportador de produtos in natura, mas exportador de alta tecnologia.'

Uma repórter quis saber como Lula encara o invgestimento em pesquisa básica. Ele respondeu:

'Temos que investir o máximo que pudermos em pesquisa, temos que despertar no governo, na sociedade brasileira e nos empresários a idéia de que eles podem e devem ajudar. Porque muitas vezes o empresariado brasileiro não tem vocação de fazer parceria com a Universidade em pesquisa. Às vezes ficam tentando utilizar o potencial que a Universidade oferece sem na verdade colocar sua fatia para contribuir com a pesquisa.'

Outra repórter perguntou pela avaliação que Lula faz da produção científica e tecnológica brasileira. Ele comentou:

'Acho que o Brasil está aquém de sua importância geográfica, política e econômica no mundo. Desde a década de 90 o Brasil tomou a decisão de se inserir no mundo globalizado sem definir seu modelo de política industrial, sem definir corretamente sua política de C&T, sem discutir uma redefinição de seus parceiros internacionais.

Então hoje, só para se ter idéia, nos chamados produtos eletro-eletrônicos, o Brasil está com um deficit comercial de US$ 8 bilhões, quando se tivéssemos investido corretamente em C&T a gente poderia estar competindo. Não podemos ser exportadores de bauxita e de minério de ferro e compradores de chips, temos que produzir essas coisas para que a gente possa colocar valor agregado naquilo em que o Brasil pode ser competitivo no mundo.

Lamentavelmente, nós ainda tratamos investimento em pesquisa e educação como custo. E toda vez que a gente trata como custo a gente deixa de investir.

Está na hora do povo e dos governantes brasileiros começarem a se perguntar quanto custou a gente não fazer os investimentos que deveriam ser feitos; quanto custou não fazer a reforma agrária no tempo certo, quanto custou não alfabetizar no tempo certo, quanto custou não investir em C&T no tempo certo.

Nós não cuidamos das coisas como deveríamos corretamente, e agora vamos ter que correr atrás do tempo, porque a tecnologia correu muito mais rápido e veloz.

E se quisermos sobreviver vamos ter que usar a criatividade do povo brasileiro, a capacidade de investimento que o estado possa ter, para a gente poder resolver esse problema do atraso, e quem sabe a gente consegue dar um salto de qualidade.'

Fonte: JC-E-mail



Secretaria Geral SBQ


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