"Em reunião das Sociedades Científicas no último dia 11 na SBPC, coordenada pela Presidente Glaci Zancan, foi discutida uma pauta de temas a serem apresentados aos candidatos a presidente da república. Como resultado da reunião o Prof. Reinaldo Guimarães elaborou o texto abaixo para ser submetido aos candidatos como preocupação da ciência brasileira para o próximo governo. O documento está aberto para outras sugestões e será apresentado aos candidatos, caso confirmem suas presenças em encontro a ser programado pela SBPC. De qualquer maneira o texto final será tornado público durante a reunião da SBPC em Goiânia".

TEXTOS RESULTANTES DA REUNIÃO DAS SOCIEDADES CIENTÍFICAS

Pontos para o documento da SBPC a ser entregue aos candidatos a Presidente da República - 2002

TEXTO ELABORADO POR REINALDO GUIMARÃES

1. Em curto espaço de tempo, os Fundos Setoriais passaram a ocupar um lugar central na política de C&T do Brasil. Tanto pelo fato de aumentarem os recursos potencialmente disponíveis ao fomento da atividade de C&T, quanto pelo deslocamento da ênfase da política numa direção mais induzida, empresarial e tecnológica, quanto pela introdução de um novo modelo de gestão supostamente adequado ao deslocamento apontado anteriormente.
2. Esta realidade faz com que a atenção da comunidade científica e tecnológica sobre os Fundos, em particular a atenção da SBPC, seja concentrada e o compromisso dos candidatos com a manutenção dos montantes globais previstos para os mesmos, entre 2003 e 2006, seja o primeiro ponto de compromisso apresentado.
3. A importância dos Fundos, por outro lado, não deve elidir os problemas já manifestos após dois anos de sua implantação. O primeiro e mais importante diz respeito a uma perda da capacidade do Ministério da Ciência e Tecnologia de definir as prioridades dos investimentos financeiros no cenário de C&T no Brasil. Este fato decorre da excessiva vinculação dos desembolsos financeiros em projetos associados aos setores econômicos que geraram a receita de cada Fundo.
   
   As prioridades do país não estão e nada indicam que venham a estar integralmente relacionadas a estes setores e urge devolver ao MCT a capacidade de defini-las em grau maior do que o permitido atualmente pela legislação dos Fundos.
4. Esta mudança implica, portanto, em modificações da legislação envolvida com cada um dos Fundos e este processo deverá ser pactuado com o Poder legislativo. Dentre essas mudanças, no entanto, destaca-se a que deverá incidir sobre o Fundo de Infra-estrutura, aumentando o seu valor dos 20% do montante geral dos Fundos, conforme é previsto hoje em dia, para 40% deste montante. Esta mudança, por si só, poderia corrigir uma parcela importante do desbalanceamento entre demanda e atendimento já observada durante a execução de 2001 dos Fundos Setoriais.
5. No exercício de estabelecer a nova política, o MCT terminou por não conferir à Finep e, principalmente, ao CNPq, um papel à altura de suas tradições e importância. Por outro lado, veio a criar outras instâncias de gestão e estudos que, objetivamente, passaram a competir com as agências. Os constrangimentos orçamentários vividos pelo CNPq durante o atual exercício só fizeram confirmar e agravar essas dificuldades. Em conseqüência, no que se refere ao modelo de gestão dos Fundos, é imprescindível reequilibrar os poderes e competências dos organismos de gestão e fomento tradicionais e novos, com vistas a um melhor funcionamento do sistema. O CNPq e a Finep continuam imprescindíveis ao fomento da pesquisa no Brasil, não devendo, em qualquer circunstância, ser descartados ou desvalorizados.
6. Às duas agências vinculadas ao MCT, deve ser também enfatizado o importante papel da Capes/MEC. Tem sido observado, nos últimos anos, um sensível aumento de conflitos interburocráticos entre esta agência e o CNPq/MCT, bastante prejudicial à harmonia necessária a uma adequada condução da política de formação de RH pós-graduados. Todos os esforços deverão ser feitos, sob a batuta do Presidente da República, para que o MEC e o MCT possam entender-se sobre a melhoria dessas relações.
7. Criado em 1969, o FNDCT previa, desde o seu início, a existência de um Conselho capaz e orientar suas atividades. O espírito autoritário prevalente naquela época deixou de lado aquela previsão legal durante os mais de trinta anos decorridos até hoje, o FNDCT não teve incorporado à sua gestão um mecanismo eficiente de controle social. O nascimento dos Fundos Setoriais e a destinação de quase todos os seus recursos ao FNDCT é uma oportunidade única para que se venha a instituir aquele mecanismo de controle. Vale lembrar que tramita no Senado Federal um projeto de Lei de autoria do Senador Roberto Saturnino, que trata da constituição do Conselho do FNDCT. Este projeto vem sendo discutido em vários fóruns governamentais e da sociedade civil e parece atender boa parte das necessidades de um mecanismo de controle social para o FNDCT. É essencial o compromisso do futuro Poder Executivo com o sucesso e o aperfeiçoamento do projeto em curso.
8. A política dos Fundos Setoriais vem privilegiando a eleição de setores de atividade econômica como base de sua concepção. Além do engessamento já observado, esta ênfase tem deixado de lado um a outra visão de políticas de C&T em setores que possuem uma enorme relevância em nosso país, pela dimensão dos problemas que engendram e, ao mesmo tempo, possuem grande importância na atividade de pesquisa. As políticas setoriais de C&T devem reforçar seu olhar aos setores de atividade social, em particular os de saúde e de educação. Para tanto, devem ser criados mecanismos de gestão e de fomento adequados para uma correta abordagem dos problemas existentes nesses setores.

TEXTO ELABORADO POR MYRIAM KRASUKCHIK

O desafio urgente da reforma para aperfeiçoamento da educação em todos os níveis exige uma ação comum de vários ministérios e instituições visando propor: revisão do papel da escola e sua reorganização, propostas curriculares alternativas e melhora significativa nas condições de trabalho dos professores. Essa reforma deve emanar de amplas e profundas discussões levando a responsabilidade individual, coletiva e governamental para sua efetivação na qual a Universidade e instituições de pesquisa assim como os sistemas escolares tem papel fundamental.

OUTROS PONTOS LEVANTADOS DURANTE A REUNIÃO

1. A necessidade da manutenção do balcão do CNPq como direito da liberdade temática de pesquisa.
2. Exigir dos candidatos o compromisso da execução dos orçamentos aprovados no Congresso.

Fonte: Prof. Antonio Sálvio Mangrich
Vice-Presidente da SBQ

No período de 12 a 17 de Agosto de 2002 será realizada no Laboratório Nacional de Computação Científica- LNCC/Petrópolis/RJ a "Escola de Modelagem Molecular em Sistemas Biológicos" patrocinada pelo Instituto Virtual de Bioinformática e Modelagem de Biosistemas e organizada por pesquisadores ligados ao Laboratório Nacional de Computação Científica/MCT, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ e Programa de Computação Científica da FIOCRUZ/MS.

A Escola terá como público alvo alunos de graduação e pós em Biologia, Física, Computação, Química, Farmácia e áreas afins e tem a proposta de reunir pesquisadores e alunos interessados em áreas relacionadas à modelagem molecular computacional aplicada a sistemas biológicos. Serão ministradas palestras e minicursos teóricos e práticos no computador nos seguintes temas:

• Modelagem por Homologia
• Dinâmica Molecular
• Métodos estocásticos
• Modelagem molecular aplicada ao desenho de fármacos
• Modelagem de sistemas contendo DNA
• Métodos quânticos ab initio e semi-empíricos
• Métodos híbridos Quântico/Clássicos
• Cálculos em paralelo em cluster de PC's

  Os cursos práticos , a princípio, serão sobre os seguintes temas :

  Modelagem por Homologia
  Métodos Estocásticos
  Introdução a Cálculos Quânticos em Biomoléculas (programa GAMESS)
  Simulação por Dinâmica Molecular de Sistemas Biológicos

  Os cursos práticos têm um número limitado de vagas (priorizando-se alunos de graduação e pós-graduação). Aos participantes que apresentarem poster será oferecida ajuda de custos, dependendo dos recursos disponíveis.

  Temas abordados e respectivos ministrantes:

  1. Introdução à Simulação por Dinâmica Molecular
     Pedro G. Pascutti - IBCCF/UFRJ
     Laurent E. Dardenne - LNCC/MCT
     Ernesto R. Caffarena - FIOCRUZ/MS
     
     
  2. Cálculos Híbridos Clássicos/Quânticos em Sistemas Moleculares
     Michel Loos -IQ/USP
     
     
  3. Cálculo de Energia Livre de Interação entre Biomoléculas
     Ernesto R. Caffarena - FIOCRUZ/MS
     
     
  4. Aplicação do Método Generalized Simulate Annealing na Otimização de
     Sistemas Atômicos e Moleculares
     Kleber Mundim - IQ/UNB
     
     
  5. O Método Monte Carlo Aplicado à Simulação Biomolecular
     Kaline Coutinho - Universidade de Mogi das Cruzes-SP
     
     
  6. Modelagem por Homologia
     Richard Garrat IF/USP-SC
     Shaila Rössle - IBCCF/UFRJ
     
     
  7. Cálculos Quânticos ab initio em Sistemas Macromoleculares
     Araken Werneck - UCB/DF
     
     
  8. Cálculos Quânticos Semi Empíricos Sobre Moléculas de Interesse Biológico
     Paulo Barone - IF/UFJF
     
     
  9. Simulações em Sistemas Contendo DNA
     Osmar Norberto de Souza - PUC/RS
     
     
  10. Computação em Paralelo e Clusters de PC's
      Renato Silva - LNCC/MCT
      Alan Wilter da Silva - IBCCF/UFRJ
      
      
  11. Hidratação em Biosistemas
      Raul Grigera - Universidade de La Plata - Argentina
      
      
  12. Modelagem Aplicada ao Desenho de Fármacos
      Carlos Rangel Rodrigues - LaSSBio/ Fac. Farmácia/UFRJ
      José D. Figueroa - IME
      
      
  13. Modelagem Molecular e o Projeto Genoma
      Paulo M. Bisch - IBCC/UFRJ
      
      
  14. O Instituto Virtual de Bioinformática e Modelagem de Biosistemas
      Luiz Bevilacqua - LNCC/MCT

  As inscrições para a escola devem ser realizadas via internet na home page do Instituto Virtual de Bioinformática e Modelagem de Biosistemas (www.bioinfo.ufrj.br).

  Prazo final para inscrições e envio de resumos: 20 de Julho de 2002.
  Atenciosamente

  Coordenação da Escola de Modelagem Molecular em Sistemas Biológicos
  Pedro G. Pascutti - IBCCF/UFRJ
  Laurent E. Dardenne - LNCC/MCT
  Ernesto R. Caffarena - FIOCRUZ/MS

  e-mail para contato: escola@biof.ufrj.br

Temos, no momento, disponibilidade de 4 bolsas de doutorado da Capes (fluxo contínuo) e 02 bolsas de Mestrado (Capes), com previsão de ingresso (mestrado) em outubro.

Maiores informações pelo Email: mgeraldo@ufrrj.br; cpqo@ufrrj.br ou tel/fax: (0xx21) 2682-1872.

Fonte Prof. Marco Edilson

Prezados colegas,

Os Programas de Pós-Graduação em Química Orgânica e Química Inorgânica do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro estarão oferecendo o seguinte curso em julho/2002:

PARADIGMAS EPISTEMOLÓGICOS DA HISTÓRIA NATURAL NO BRASIL (séculos XVI a XVIII) NUM CONTEXTO DE INOVAÇÃO-TRADIÇÃO-GLOBALIZAÇÃO

Profa. ANA LUISA JANEIRA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - UNIVERSIDADE DE LISBOA

As aulas acontecerão sempre das 9:00 - 12:00h, nos seguintes dias 15, 17, 19, 22 e 24 de julho
TOTAL: 15 horas (1 crédito)

As inscrições poderão ser feitas na Secretaria de Pós-Graduação, on-line (spg@iq.ufrj.br; Sra. Nadia),a partir do dia 1 de julho.

Maiores informações poderão ser obtidas com as Profas. Claudia Moraes de Rezende (crezende@iq.ufrj.br) e Cássia Curan Turci, (cassia@iq.ufrj.br), coordenadoras do Programa de Pós-Graduação em Química Orgânica e Química Inorgânica, respectivamente, ou com a Secretaria de PG (spg@iq.ufrj.br).

Fonte: Profa. Claudia Moraes de Rezende

Tal petição pode ser acessada através do seguinte link: http://www.petitiononline.com/anpg/petition.html

Até esta quinta-feira, o documento contava com 629 assinaturas.