SBQ - BIÊNIO (2002/2004) BOLETIM ELETRÔNICO No. 336




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Veja nesta edição:
  1. Avaliação da 25a Reunião Anual da SBQ
  2. Avaliação do Workshop: "Um olhar sobre a pós-graduação em Química no Brasil"
  3. Seleção para professor substituto no Departamento de Química Analítica da Universidade Federal Fluminense
  4. Do pó vens, para o pó irás. Esta é a saga dos maiores (ou será de todos(as) nós?)!
  5. 3rd Glass School -Short Course: Glass Applications in Photonics


1. Avaliação da 25a Reunião Anual da SBQ

Durante a 25ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química iniciamos a comemoração dos 25 anos da SBQ. Nas conversas com os sócios e na assembléia geral ordinária, foi possível perceber que a reunião foi considerada um sucesso em todos os sentidos, pela imensa maioria dos participantes.

Também temos recebido dezenas de mensagens via e-mail congratulando a comissão organizadora pela organização desta reunião e gostaria de agradecer o apoio e carinho de todos que estão escrevendo.

A 25ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química teve como tema "25 anos da Sociedade Brasileira de Química - Reflexão Crítica e Perspectivas".

Contemplando o tema central da Reunião, a conferência de abertura "SBQ 25 Anos: Passado, Presente e Futuro", foi proferida pelos Profs. Angelo da Cunha Pinto (IQ-UFRJ) e Oswaldo Luiz Alves (IQ-UNICAMP), ambos ex-Presidentes da SBQ. Foi realmente considerada pela platéia, creio que quase uma unanimidade, uma excelente conferência, diretamente relacionada ao tema central da reunião, com um público simplesmente excepcional. Tínhamos 1300 cadeiras na sala, que estava completamente lotada, com muita gente assistindo de pé, mostrando a felicidade da comissão organizadora na escolha dos conferencistas. Esta conferência foi e continua sendo muito elogiada pelos sócios da SBQ e certamente foi a conferência de abertura com o maior público registrado até hoje em reuniões da SBQ. Parabéns aos Professores Angelo e Oswaldo pela magnífica apresentação.

Também inovamos ao mudar o local da abertura para o Vilage CENACON. Esta reunião, como foi visível, ultrapassou todos os recordes em termos de participantes, trabalhos apresentados, etc. Em virtude disto mudamos o local de abertura para este hotel e colocamos 7 ônibus e 2 Vans para o transporte de todos (ida e volta) saindo do Hotel Palace. Este esquema funcionou muito bem e levamos e trouxemos cerca de 2000 pessoas, um recorde extraordinario em reuniões da SBQ. Após a conferência de abertura realizamos o coquetel, já tradicional.

Implementamos nesta reunião anual, pela primeira vez, o uso de projetores multimidia (data-show) em todas as conferências plenárias, workshops, simpósios, cursos e sessões coordenadas. Foi uma bela iniciativa, que deu muita qualidade e agilidade as apresentações e será mantida nas próximas reuniões.

Oferecemos dois brindes alusivos aos 25 anos da SBQ aos inscritos na reunião anual (uma caneca e um marcador de livro).

Foram realizados durante o primeiro dia de reunião, antes da abertura, 4 workshops sobre: "Química de Materiais"; "Catálise"; "Produtos Naturais" e "Pós-Graduação". Todos foram considerados excelentes pelos respectivos coordenadores, com ótima média de participantes. Uma avaliação sobre o workshop de Pós-Graduação segue na mensagem seguinte.

Tivemos também nesta Reunião 9 conferências plenárias. Novamente, fomos muito felizes na escolha dos conferencistas, pois o que todos observamos foi que todas as salas estavam COMPLETAMENTE lotadas, algo realmente impressionante. Por ocasião da assembléia geral, este fato foi levantado e altamente elogiado por vários sócios presentes, deixando claro o contentamento de todos com a escolha dos conferencistas, todos em atuação no Brasil. Os comentários foram unânimes no sentido de que as conferências foram sensacionais. Este foi, sem dúvida, um dos tantos fatos marcantes da 25aRASBQ.

Tivemos ainda a realização de 3 simpósios: 1-Indústria Química Brasileira: Competitividade e Inovação, coordenado pelo Prof. Fernando Galembeck; 2- Estado da arte da Química, coordenado pelo Prof. Paulo Cezar Vieira; 3- Eixos Mobilizadores em Química, coordenado pelo Prof. Eliezer Barreiro. Quem participou pode atestar que estes simpósios foram um sucesso, com excelente presença de público, todos eles.

Foram oferecidos 9 cursos no total, todos com as salas cheias. Tivemos uma exposição de fotos relacionada ao tema central do evento, com fotos desde as primeiras reuniões da SBQ e momentos históricos. Quem conferiu, gostou.

Tivemos o lançamentos de 5 livros, livros estes (entre outros), que serão enviados aos 25 autores que tiveram seus painéis premiados (1 livro para cada trabalho).

Como parte das festividades, a Diretoria da SBQ homenageou os ex-Presidentes da SBQ, representando todas as diretorias. Foi uma bela homenagem que foi concluída com a apresentação da versão para o teatro do livro "O Método Científico", de Leopoldo De Meis e Dilcenio Rangel. O público presente, que lotou completamente a URCA, com gente sentada nos corredores e em pé, aplaudiu com muito entusiasmo a peça, que foi outra inovaçao em reuniões da SBQ. Foi uma belo momento da reunião, sem dúvida alguma.

Foram apresentados cerca de 1850 trabalhos na forma de painéis e, alguns também discutidos em sessões coordenadas específicas. Em virtude do elevado número de trabalhos um novo espaço para painéis foi utilizado próximo a nossa secretaria. Lá foi possível colocar cerca de 125 trabalhos a mais por dia.

Outra novidade para esta reunião foi a implementação de um sistema de referagem online, para análise dos trabalhos submetidos. Criamos um módulo de supervisor, controlado pelos diretores de divisão e um módulo de analisador, utilizado pelos colegas que emitiram os pareceres. Através do módulo supervisor, o diretor de cada divisão cadastrava os analisadores e distribuía os trabalhos aos mesmos de acordo com a especialidade de cada um. A medida que os trabalhos iam sendo distribuídos, os analisadores, através de um link com sua senha e login, tinham acesso aos resumos cadastrados para ele. Os resumos poderiam ser impressos ou lidos na tela e após análise do trabalho, o analisador elaborava o parecer do mesmo e enviava através do sistema online. Cadastramos pouco mais de 200 analisadores, de norte a sul do Brasil, de todas as regiões, analisamos cerca de 1920 trabalhos e recebemos quase 4000 pareceres, O QUE TORNA A LEGITIMIDADE DO PROCESSO SIMPLESMENTE INQUESTIONÁVEL.

Para esta reunião, recebemos cerca de 1950 trabalhos, um número realmente extraordinário, e fizemos a referagem de modo que cada trabalho foi lido por pelo menos dois analisadores. Cada trabalho era enviado a um terceiro analisador em caso deste trabalho ter recebido um parecer recusando o mesmo. A referagem final para discussão dos trabalhos recusados na referagem online, montagem das sessões coordenadas, distribuição dos auxílios a 100 trabalhos de IC e montagem das sessões de painéis foi realizada no IQ-UNICAMP. Como medida de economia e em função da referagem online, este ano fizemos os trabalhos finais de referagem em Campinas com um número bem menor de pessoas, contando com os membros de Diretoria e Conselho, Diretores (apenas) das divisões e membros do JBCS. Sem dúvida representou também uma grande economia para a SBQ em termos de passagens. Isto sem dúvida nenhuma representa um grande avanço para a SBQ, não só para nossas reuniões anuais mas porque no futuro próximo vamos estender às nossas publicações, mostrando que a SBQ está trilhando novos caminhos, e caminhos em busca de uma excelência cada vez maior.

Trata-se de mais uma iniciativa totalmente inédita no Brasil e ficamos felizes da SBQ estar a frente deste processo. Certamente algumas pequenas mudanças, melhorias, acertos serão feitos para o próximo ano, mas estamos muito contentes e super satisfeitos com o funcionamento do sistema. Mais uma vez, não tivemos fases de testes e nosso teste foi a própria referagem.

Ainda este ano, decidiu-se manter a concessão de 100 auxílios-participação para estudantes de graduação de todo o país, distribuídos de acordo com o mérito, julgado pela Comissão Científica, por ocasião da avaliação dos trabalhos submetidos à 25a RASBQ.

O Livro de Resumos foi publicado em apenas um volume, no mesmo formato da reunião anterior.

Ficamos todos muito felizes ao ouvir os elogios a esta reunião durante a assembléia geral ordinária da SBQ e durante toda a reunião, nos intervalos, corredores, coquetel de encerramento, etc. Para nós da comissão organizadora, foi realmente muito gratificante perceber o retorno dos sócios neste sentido.

Ao finalizar, gostaria de fazer um agradecimento especial aos membros de Diretoria e Conselho (gestão 2000-2002) por acreditarem em nossas idéias e pelo apoio dado desde o início da gestão.

Também quero agradecer aos colegas da Comissão Organizadora, aos Diretores de Divisão, ao Beto, da Adaltech Informática, ao Valdir Bertolino, do IQ-UNICAMP, nosso webmaster, a todos os colegas da Secretaria da SBQ (Cleuza, Arlan, Patrícia, Benedito, Alexandre, Pricila) e a nossa super competente Diretora Executiva, Dirce Campos. Todos foram fundamentais para o sucesso desta reunião.

Muito obrigado a todos os colegas da SBQ, sócios ou não, pelo apoio na organização desta belíssima reunião anual!!!

Converse com seus colegas, amigos, alunos, professores e traga mais gente para a SBQ. Se você ainda não é sócio, aproveite e associe-se. Assine o JBCS e a QNEsc. Vamos juntos construir uma SBQ cada vez mais forte!!!

Esperamos contar com o apoio dos sócios para que a 26aRASBQ também seja um sucesso e desde já fica o convite para que todos enviem suas sugestões, enfim, tudo que puder nos ajudar a organizar as reuniões anuais da melhor maneira possível, com o máximo proveito para todos!

Luiz Carlos Dias
Coordenador da Comissão Organizadora da 25aRASBQ




2. Avaliaçãao do Workshop: "Um olhar sobre a pós-graduação em Química no Brasil"

25ª Reunião Anual da SBQ, Poços de Caldas, 20 de maio de 2002 Coordenador Jailson Bittencourt de Andrade

MEMÓRIA

O workshop "um olhar sobre a pós-graduação em Química no Brasil", foi organizado pela Professora Solange Cadore (UNICAMP), como parte da comemorações dos 25 anos da SBQ, cuja Programação, anexo, foi cumprida integralmente.

Um breve relato deste workshop, envolvendo Coordenadores de Programas de PG no Brasil, representantes de organismos de fomento de bolsas de estudo, e avaliadores dos Programas, é feito a seguir, servindo de "memória" desta reunião.

Na abertura, o Professor Jailson de Andrade (UFBA) fez uma exposição sobre a evolução da Pós-graduação em Química no País, a situação atual, especialmente quanto às bolsas disponíveis e o futuro da PG em Química no país. O Professor Jaílson também enfatizou alguns, pontos para nortear as discussões, sobre a sistemática de avaliação dos Programas: i) O que diferenciaria cursos 5, 6 e 7 ? ; ii) Como comparar cursos de configuração distinta ? ; iii) Como valorizar livros e patentes na avaliação CAPES ?; iv) O que significaria produção científica do curso ?; e v) Como incluir doutores em estágio de Pós Doc na avaliação?.

Em seguida, sob a coordenação da Professora Rosângela de A. Epifanio (UFF), os Professores Celso Pinto de Melo (CNPq) e Luiz Valkov Loureiro (CAPES) fizeram uma exposição detalhada da situação atual da Agências CNPq e CAPES com relação ao fomento às atividades de pós-graduação, destacando o as bolsas de formação e o papel que os Fundos Setoriais poderão desempenhar na expansão do sistema. Após o intervalo para o almoço, os Professores Arnóbio Gama (UFPE e Coordenador do CA-CAPES) e Vitor F. Ferreira (UFF e CA-CAPES), fizeram uma exposição sobre os critérios utilizados na avaliação CAPES e estimularam os presentes a discuti-los e a sugerir mudanças que permitam aprimorá-los. Antes da apresentação do Professor Angelo Pinto (UFRJ), o Professor Sérgio Cardoso (UENF) fez uma breve apresentação de uma nova proposta de curso de PG, em elaboração na UENF, envolvendo, de modo interdisciplinar, as áreas de Química e Física.

O Professor Angelo da C. Pinto fez uma ampla reflexão sobre os atuais aspectos da pós-graduação em química no país, sobre a dinâmica da avaliação no acompanhamento da sua evolução e sobre as perspectivas desse setor, estimulando a discussão sobre o atual "estado da arte" da Pós-graduação em Química no Brasil e a necessidade de estabelecer novos parâmetros de evolução.

No decorrer do workshop, durante as intervenções do professores Jaílson B. de Andrade (UFBA), Celso P. de Melo (CNPq), Luiz V. Loureiro (CAPES), Arnóbio Gama (UFPE e CA-CAPES), Vitor F. Ferreira (UFF e CA-CAPES) e Angelo da C. Pinto (UFRJ) e na Plenária final, os Coordenadores de Programas de Pós-graduação em Química e demais presentes manifestaram suas opiniões sobre diversos aspectos relacionados ao futuro da Pós-graduação em Química no Brasil, incluindo o financiamento das pesquisas e bolsas de estudo. A plenária, representada por um percentual significativo dos Coordenadores de Programas de Química (lista anexo), manifestou profunda preocupação com a estagnação dos recursos destinados à pesquisa e pós-graduação desde 1997. O grande crescimento da Pós-graduação no país, apesar de aquém do ainda desejado, não foi acompanhado pelo aumento do orçamento destinado às agências CNPq e CAPES. Pelo contrário, a ausência de políticas adequadas de fomento e o aumento das despesas em dólar (devido ao câmbio) causou uma diminuição dos recursos para pesquisa e pós-graduação no país. Uma das conseqüências, por exemplo, foi a diminuição de alunos - bolsistas de pós-graduação no sistema federal (CAPES + CNPq) que passou de cerca 47 % em 1997 para cerca de 25 % em 2002, com tendência de se agravar considerando-se os cerca de 150 cursos novos de mestrado e doutorado aprovados pela CAPES em 2001-2002 que ainda não receberam bolsas. Em áreas essencialmente experimentais como a química, em que a dedicação exclusiva é um requisito fundamental, este fato é extremamente preocupante.

Outro assunto importante discutido durante o workshop foi o tempo máximo de titulação dos alunos estipulado pela CAPES, o qual influencia o sistema duplamente: na avaliação dos Programas e na concessão de bolsas de estudo. Após todos os esforços bem sucedidos na diminuição do tempo de titulação em 24 meses para o Mestrado, constata-se que no Doutorado a resposta foi diferente. Pelo menos no caso da Química, a comparação do tempo de titulação dos alunos de Doutorado revelou que há dez anos este situa-se em torno de 57 meses, o que pode significar ser este número o adequado para a área.

A plenária discutiu também aspectos relacionados à avaliação dos Programas realizada pelo CA de Química na CAPES. De modo geral, durante as intervenções, ficou claro a necessidade de informar continuamente aos Coordenadores das diretrizes de avaliação dos Programas e incentivá-los/propiciá-los à uma maior participação na elaboração das mesmas. Após ampla discussão a Plenária decidiu apresentar ao representantes do CA-QUI-CAPES presentes alguns aspectos importantes a serem considerados pelos avaliadores, os quais foram acatados unanimemente:

  1. O processo de avaliação dos Programas deve ser discutido previamente com a comunidade, divulgado com antecedência ao preenchimento do DATACAPES e acompanhado de relatório detalhado, informando quais os parâmetros utilizados para a classificação dos Programas nos seus diversos níveis;
  2. Na classificação dos periódicos pelo sistema "Qualis", as revistas "Journal of the Brazilian Chemical Society" e "Química Nova" deverão ser classificadas como de nível Internacional A. A revista "Química Nova na Escola" deverá ser classificada como Nacional A;
  3. O "Índice de Publicações" dos Programas ou qualquer outro critério de aferição de produtividade deve incluir livros, capítulos de livros e patentes; e
  4. No caso de publicações em revistas científicas recém - criadas, sem indexação e índice de impacto, os Coordenadores deverão enviar ao Comitê cópia de artigos e uma justificativa para inclusão da revista no "Qualis", considerando a editora, sua importância na área e o impacto esperado.

Alguns aspectos devem ainda ser analisados pela comunidade e sugestões devem ser enviadas ao Comitê:

Por fim, ficou decidido que após a divulgação da Avaliação Continuada (segundo semestre de 2002), será organizada uma nova reunião envolvendo a SBQ, os Coordenadores de Programas de PG em Química e o CA CAPES, para apreciar o desempenho da área e propor, se necessário, novos rumos.

Agradecemos a todos os participantes pela colaboração e participação nas discussões, à Professora Solange Cadore (UNICAMP) pela organização do evento, à Professora Rosângela de A. Epifanio (UFF) pelo auxilio na elaboração da memória da reunião e à SBQ por viabilizar, mais uma vez, um evento de grande relevância para a Química no Brasil.

WORKSHOP PG, 25ª Reunião Anual da SBQ

Poços de Caldas, 20 de maio de 2002




3. Seleção para professor substituto no Departamento de Química Analítica da Universidade Federal Fluminense

Universidade Federal Fluminense
Departamento de Química Analítica

Seleção para professor substituto 20horas (1 VAGA)

Inscrição: 10 a 28 de junho de 2002, das 8:00 as 21:00 na sala 203 do Instituto de Química, Campus do Valonguinho, Niterói, RJ.

Requisito: Graduação em Química ou áreas afins.

Documentos exigidos: Curriculum vitae (comprovado), histórico escolar (cópia) e carteira de identidade(cópia).

Critério de seleção: Prova escrita (eliminatória), prova didática e análise de currículo.

Período de seleção: 04 a 12 de julho de 2002.
Informações, tel.: (021)2620-1313 r. 217 ou (021)2719-6934.

Fonte: Profa. Aída Maria Bragança Bittencourt Filha




4. Do pó vens, para o pó irás. Esta é a saga dos maiores (ou será de todos(as) nós?)!

Entre a estética e a ética, fico com a ética. Dois pesos e duas medidas, uma sociedade e um interessado, um cientista e um desagravo - uma representação política. No lugar dele somos nós, nas ambições somos nós, na intercessão a sociedade, no memorial as citações, no professor o poder do ensinamento, na solução contemporânea o desengano e o exemplo ruim! Anteontem ele era nada, ontem fora ele um pesquisador, hoje é ele um senhor, amanhã será ele pó. Mas, quem ontem era nada contentar-se-á em ser hoje pó? Ou, contentar-se-á em ter tudo, mandar em tudo? Não, porque se ontem era nada, hoje é tudo e pode tudo, mas não pode ser Deus! Portanto, está sujeito aos desidérios da condição inequívoca da ingratidão que será cometida.

Ele é um pensador. Sua matéria o torna pensador. Tem somente uma cor, um objeto e um assunto. Não lhe falta ciência.

Na condição de pensador, segue leis. Por seguir leis, pode ser culpado de todas. A sua culpa está em sua pessoa, em sua ciência, em sua matéria, em seu estilo e em sua voz. Aquilo que tem. Não tem apenas palavras, tem obras: para falar ao vento, bastam palavras; ao coração, são necessárias obras. A razão disso é que as palavras são apenas ouvidas, mas as obras são vistas. Por isso, há de fazer frutos e não pó. Ao pó iremos todos(as). Alguns deixarão rastros, outros... Ele tem obras. Agora, ele tem palavras. Mas, suas palavras estão fundamentadas em suas obras. Por isso, suas palavras e suas obras não são pó; são sua ciência! A sua matéria não está empeçada. Tem um estilo encontrado na arte da natureza que cadencia as palavras bem traduzidas e de leitura universal. Nem por isso seu estilo brilha alto e tão claro que ofusque a matemática pura de nossos juízos.

Por quê, então, nos falta política?

Falta-nos, porque a matéria é furtada, é boa para comer mas não é boa para semear. Experimentar-se-ão matérias que semeadas em pensamentos alheios tornam-se universais? Não, porque ao fazê-lo macula-se a própria matéria. Uma coisa é expor e outra ensinar; uma ensinar e outra persuadir. Esta última não é seu estilo. Ou é? Ontem, ensinava clamando, hoje conversando. Então, não é!

Mas, e nós? O que faremos?

Nós não vamos calar. Também não vamos clamar. Vamos conversar. Mas uma conversa que fale ao coração e não ao vento! Não vamos fazer proseletismos, vamos ensinar que um pensador (um professor?) é uma pessoa que tem matéria, ciência, estilo e voz, uníssonos em prol de uma sociedade, muitas vezes, vilipendiada da condição humana; para que não ensinemos apenas palavras e pensamentos, mas sim palavras e obras!

Se esta sociedade estiver disposta a conversar, talvez amanhã não sejamos apenas pós. Talvez tenhamos tido a oportunidade de caminhar pelo caminho do coração.

Não somos ignaros.

Carlos Montanari.

Nota do Editor: Texto escrito para o Boletim da SBQ pelo Prof. Montanari, do Nucleo de Estudos em Quimica Medicinal, NEQUIM, Departamento de Quimica/ICEx, Universidade Federal de Minas Gerais
email: montana@dedalus.lcc.ufmg.br




5. 3rd Glass School -Short Course: Glass Applications in Photonics

Assuntos que serão tratados- natureza, preparação, caracterização e aplicações de vidros em fotônica

Público alvo- Estudantes de graduação e pós-graduação
Período- 5-9 de agosto de 2002
Local- Auditório Padre Anchieta- PUC- Rio de Janeiro/RJ

Lista de Palestrantes:

Programa completo, ficha de inscrição e outras informações



Secretaria Geral SBQ


Contribuições devem ser enviadas para: Luizsbq@iqm.unicamp.br
http://www.sbq.org.br